Artista deixa vestido submerso no Mar Morto por 2 anos e cria obra de arte
A israelense Sigalit Landau criou uma verdadeira obra de arte a partir da literatura. É arte pela arte. Conheça a obra da artista e se encante.
O que acontece quando um vestido fica dois anos submerso nas águas do mar?
A artista israelense Sigalit Landau tem a resposta.
Para criar a série de fotografias chamada Salt Bride (Noiva de Sal, em tradução livre), ela deixou um vestido preto submerso por dois anos no Mar Morto.
Essa série é inspirada na famosa peça judaica Dybbuk do escritor S. An-Sky, escrita entre 1913 e 1916, que conta a história de uma jovem que é possuída pelo espírito inquieto de seu amante falecido.
Curiosidades 1: O autor se inspirou na prática antiga de exorcizar “dybbuks” (espíritos inquietos ou malignos que impregnam pessoas vivas) que teve contato durante uma expedição etnográfica judaica entre 1911 e 1914.
Curiosidade 2: Na história, Khonnon é um estudante sem dinheiro e devoto do misticismo judaico e Leah, a jovem com quem está destinado a casar.
Mas o pai ganancioso de Leah, quebra o contrato para casar a filha com um homem rico.
De coração partido, Khonnon morre instantaneamente e se torna um dybbuk, entrando no corpo de Leah para ter o seu amor por toda a eternidade.
Depois que o dybbuk é exorcizado com encantamentos, Leah precisa escolher entre o atual noivo que não ama e o espírito de seu amado falecido.
O vestido
O vestido escolhido pela artista está intimamente ligado à história da peça, pois se trata de uma réplica do traje usado pela lendária atriz Hanna Rovina do Teatro Habima [o teatro nacional de Israel], no papel da noiva possuída, Leah.
Vale dizer que nos bastidores de Dybukk, Hanna Rovina se tornou lendária em 1922, quando assumiu a personagem principal. Isso porque ela conseguiu o papel depois de a atriz originalmente escolhida deixar o Teatro Habima.
A atuação de Hanna tornou a personagem tão única na imaginação do público, que a atriz incorporou Leah em todas as apresentações de “Dybbuk” até 1957.
Conceito
O ato de deixar o vestido exposto ao sal do mar tem tudo a ver com a história da personagem Leah, como explica o site da galeria de arte Marlborough em Londres, onde a série ficará em exposição até o dia 3 de setembro:
“A roupa preta de Leah é transformada sob a água em cristais de sal que gradualmente aderem ao tecido. Ao longo do tempo, a alquimia do mar transforma a peça simples de um símbolo associado com a morte e loucura no vestido de casamento que sempre foi destinado a ser.”
Reverência especial pelo Mar Morto
Sigalit Landau tem experimentado práticas artísticas com a cristalização de sal em objetos durante anos e o Mar Morto tem sido o lugar no qual realiza o processo de transformação de suas performances.
A artista disse ao My Modern Met que tem um apreço especial pelo Mar Morto, que vai além de sua infância em Jerusalém, onde nasceu e dos passeios de final de semana com a família pelas suas margens.
“É como o encontro com um sistema de tempo diferente, uma lógica diferente, um outro planeta.”
O apreço da artista pelo Mar Morto também está em cada processo de sua arte. Depois de entender os bastidores da criação da série “Salt Bride”, o resultado final é ainda mais mágico e cheio de significados.
Embora considerado “morto”, a água do mar causa uma transformação no vestido e por isso lhe dá uma nova roupagem, vida e sentido.
Fontes: boredpanda.com, marlboroughlondon.com, jhom.com. Imagens: Sigalit Landau/Marlborough Contemporary.
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Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.