Projeto Cão de Rodinhas usa material que seria descartado para a confecção de cadeira de rodas especiais

Um projeto super bacana tem usado material que seria descartado para a produção de cadeiras de rodas para cachorros especiais. Confira!

Assim como alguns humanos, gatos e cachorros especiais precisam de cadeiras de rodas para se locomover. Porém, não são todos os tutores que sabem disso ou têm condições para arcar com as despesas de um aparelho próprio para o seu pet.

E com o objetivo de ajudar esses cãezinhos mais necessitados, a especialista em marketing e professora de ensino superior, Larissa Onuki, fundou em 2018 o projeto Cão de Rodinhas. A ideia deu tão certo que, atualmente, eles estão com uma parceria super bacana com ONGs e universidades que desenvolve cadeiras para doação com materiais que seriam descartados.

Um dos beneficiados desse projeto é o Choco, um cãozinho que sofreu maus tratos e acabou perdendo o movimento das patinhas traseiras. Resgatado por uma ONG, hoje ele vive feliz com a família da Fernanda Taís de Oliveira e usa uma roupinha para evitar o atrito do corpo com o chão.

Agora Choco tem uma cadeirinha especial para o seu tamanho.
Créditos: Meio Dia Paraná

Agora, o Choco está todo paramentado, pois ganhou uma cadeira de rodas especial para o seu tamanho e necessidades. Mamãe coruja, Fernanda se derrete toda ao falar sobre o seu pet.

Mesmo depois de tudo o que passou, com toda dificuldade, com todo abandono, ele tem essa alegria, essa vontade de viver, de brincar, de interagir e de dar muito carinho e amor para a nossa família!”, disse em entrevista ao Meio Dia Paraná.

RECICLAGEM

E foi a partir de uma peça de máquina de lavar de pressão que surgiu a ideia de reaproveitar o material e usa-lo para a confecção de cadeiras de rodas para cães.

Interessado na ideia de reaproveitar materiais que seriam descartados, um centro universitário de São José dos Pinhais, cidade no estado do Paraná, acolheu o projeto e, com a ajuda de alunos do curso de Engenharia Automotiva do Senai, começou a estudar quais peças seriam necessárias para desenvolver as cadeirinhas.

Mais de 50 alunos participaram do projeto.
Créditos: Meio Dia Paraná

A gente até faz toda a reciclagem dos produtos, mas algumas peças poderiam ter uma sobrevida para esse projeto. Então, os alunos conheceram a nossa estrutura, como funcionava o processo de produção e identificaram as peças que teriam mais relação com o projeto”, explicou o gerente de design Diego Mafioleti.

Depois de terem projetado seis modelos, os alunos de Engenharia finalmente chegaram em um protótipo ideal! Com a base das cadeirinhas prontas, elas foram encaminhadas para a etapa mais “fashion”: o laboratório de design de moda!

Lá, elas receberam partes de tecidos totalmente desenhadas e produzidas para cada uma delas.

CONCIENTIZAÇÃO

O sucesso das cadeirinhas foi tanta, que em apenas uma semana, o projeto recebeu 50 pedidos de tutores de todas as partes do Brasil. Para ajudar nos custos, apenas 15 selecionados irão receber o material de forma gratuita.

Porém, Fernanda ressalta que a cadeirinha não deve ser usada a todo momento. De acordo com a fundadora do projeto, cadeira de rodas para pets são equipamentos de exercício, fisioterapia e entretenimento. “Diferente da cadeira de rodas para humanos, elas são um equipamento de atividade, então elas podem ser usadas 30 minutos, 40 minutos e só”, reforça.

Todo feliz com a sua cadeirinha, o cachorro de Fernanda, Argos, é o mascote do projeto! A sua história trágica (ele perdeu o movimento das patinhas traseiras após ter sido atropelado por um carro) hoje é inspiração para outros tutores de pets especiais.

Existe muito preconceito social em cima de pessoas com deficiência, animais com deficiência, que acaba levando eles para algum destino como abandono ou baixa de adoção. Então, a conscientização e visibilidade desses animais e normalizar as deficiências faz com que eles tenham uma vida totalmente normal”, finalizou Fernanda.

Que projeto incrível, Fernanda! E se você tem algum bichinho paraplégico ou conhece alguém que tenha, não deixe de compartilhar essa matéria. Vamos espalhar muita conscientização por aí!

Fonte: Meio Dia Paraná.

Mariana Sanches Otta
Escrito por

Mariana Sanches Otta

Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.