Professor carrega aluna com pé quebrado para não perder ENEM

Estudantes se atrasam para realização do Enem devido a problemas mecânicos em ônibus e na tentativa de chegar antes que o portão feche professor carrega aluna nos braços

O Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) é aguardado com ansiedade por milhares de estudantes brasileiros. Esse é o dia onde seus conhecimentos serão testados e as portas da sonhada faculdade podem ser abertas. 

Apesar dos preparativos, o dia do exame é sempre marcado pelo famoso “show dos atrasados”. Alunos que por algum motivo não conseguem chegar a tempo e são barrados no portão de entrada das escolas.

Esse seria o caso de Leandra Araújo, estudante do ensino médio de 17 anos. Moradora da cidade de Maranguape/CE, sua escola tinha alugado um ônibus para levar ela e outros alunos para serem submetidos a prova.

Porém, antes do embarque o veículo apresentou problemas mecânicos. Os estudantes ficaram angustiados, em pouco tempo o ônibus foi substituído. 

 

Mas mesmo com a substituição, eles não conseguiram chegar no local de prova com uma margem de tempo. Pelo contrário, chegaram a minutos do fechamento do portão. 

 

Professor carrega aluna com pé quebrado para não perder ENEM

Imagem: Bárbara Moira

 

Desesperados, desceram do ônibus em disparada. A primeira avaliação do exame parecia ser atletismo e eles correram como nunca. Mas a situação era diferente para Leandra. Ela não tinha como correr devido a uma lesão no pé.

Carregada nos braços

Foi então que surgiu um herói não esperado: o professor de português. Vendo a situação dos alunos e o risco dos portões se fecharem, José Francisco do Nascimento, conhecido como Byzzé tomou a aluna nos braços e correu até o portão. Deu certo. Graças a ele a menina chegou a tempo.

“Naquele momento, o que me veio à cabeça foi que eu não poderia deixar nenhum deles para trás. Isso me motivou a ter uma atitude positiva e literalmente carregar a Leandra nos braços. Acredito que faço esse gesto diariamente com todos os alunos, sem que eles percebam. Acompanhei o crescimento de todos os que passaram pela escola e sei o quanto fiz parte da história deles. Vejo em cada um o retrato de sucesso e superação das dificuldades que eu passei quando estudante. Posso dizer que realizo meus sonhos ajudando a realização dos sonhos deles”, disse o professor.

Imagem: Suzete Nocrato

A sua atitude comoveu todos que presenciaram a ação, mas principalmente a sua aluna.

 “Quando o Byzzé me carregou nos braços, me senti importante. Consegui perceber, através dessa atitude extrema, como se preocupam comigo na escola e acreditam que sou capaz” e acrescenta “Nesse momento, meu coração se enche de amor e agradecimento a toda a escola. Principalmente, à minha diretora de turma. Tive vontade de desistir, mas ela e a gestão da escola nunca desistiram de mim”, disse ela.

A diretora da escola ressaltou que a atitude dele não foi momentânea e nem um caso isolado em sua escola. Os educadores estão comprometidos em carregar os alunos até que encontrem o caminho para a realização de seus sonhos.

Não desistimos nenhum instante. O Byzzé representa muito bem os nossos professores, que fazem de tudo para apoiar os estudantes. Mantemos viva a prática de cuidar dos alunos. Não os vemos apenas como números, mas como pessoas que merecem a nossa atenção e carinho”, reflete.

Fonte: O Povo

Jimmy Alef
Escrito por

Jimmy Alef

Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.