As mais lindas poesias de João da Cruz: leia e se apaixone pela vida
Com certeza as mais lindas poesias de João da Cruz irão abrir seu coração para o amor e reflexão de vida. Aproxime-se mais de Deus com esses belíssimos poemas.
Considerado um dos maiores poetas místicos de todos os tempos, essas lindas poesias de João da Cruz encherão seu coração de amor.
São várias as pessoas que buscam inspiração de vida e o amor de Deus nas palavras do frade carmelita espanhol. Que tal ler e refletir também?
As mais lindas poesias de João da Cruz
A verdade é que esses lindos poemas do frade espanhol João da Cruz irão te mostrar o quanto a literatura também pode adorar a Deus. Descubra a seguir lindos poemas do escritor.
1 – Copla ao divino
Após amoroso lance
e não de esperança falto,
voei tão alto, tão alto,
que tive a caça ao alcance.Para que eu alcance desse
a este lance divino,
alto voei, peregrino,
que da vista me perdesse;
e contudo neste transe
no vôo quedei-me falto,
mas o amor foi tão alto,
que tive a caça ao alcance.Quanto mais alto subia
deslumbrava-se-me a vista,
e esta mais forte conquista
na escuridão se fazia;
mas por ser de amor o lance
dei um cego e escuro salto,
e fui tão alto, tão alto,
que tive a caça ao alcance.Quanto mais alto chegava
neste lance tão subido,
tanto mais baixo e vencido
e abatido me achava;
disse: não há quem alcance!
E abati-me tanto, tanto,
que fui tão alto, tão alto,
que tive a caça ao alcance.Por uma estranha mudança
mil vôos num passei eu,
pois esperança de céu
quem espera mais alcança;
esperei só este lance,
e em esperar não fui falto,
pois fui tão alto, tão alto,
que tive a caça ao alcance.
Assim como os poemas de Fernando Pessoa, essas poesias de João da Cruz irão encher o seu coração de amor e paz. Aproveite essa oportunidade para ser uma pessoa melhor.
2 – Coplas da alma que sofre por ver a Deus
Vivo sem viver em mim
De tal maneira a sofrer
Que morro por não morrer.Em mim eu não vivo já
Sem Deus não posso viver
Sem Ele e sem mim, a ver
Este viver que será?
Mil mortes se me fará
Se minha própria vida houver
De morrer por não morrer.Esta vida que eu vivo
É privação de viver
E um contínuo morrer
Até que viva conTigo;
Ouve, Deus, o que Te digo:
A vida não quero ter
E morro por não morrer.Estando ausente de Ti
Que vida posso eu ter
Senão morte padecer
A maior que jamais vi?
E pena tenho de mim
De esta sina padecer
De morrer por não morrer.O peixe que da água sai
De alívio não carece
Que na morte que padece
Ao fim a morte lhe vale;
Que morte há que se iguale
Ao meu penoso viver
Que vou vivendo a morrer?Quando penso aliviar
Ao ver-Te no Sacramento
Faz-me maior sentimento
O não Te poder gozar;
Tudo para mais penar
Do desejo de Te ver
E morro por não morrer.E se me alegro, Senhor
Com a esp’rança de Te ver,
Com medo de Te perder
Se duplica a minha dor;
Vivendo com tal pavor
E numa ânsia tal viver
Que morro por não morrer.Liberta-me desta morte
Meu Deus, e dá-me a vida
Não a tenha impedida
Por este laço tão forte;
Tanto peno desta sorte
E este mal me faz sofrer
Que morro por não morrer.Chorarei a morte já
E lamentarei a vida
Por sabê-la tão cativa
Que pelo pecado está;
Ó meu Deus, quando será,
Quando poderei dizer
Que vivo por não morrer?
3 – Êxtase de alta contemplação
Entrei aonde não soube
e quedei-me não sabendo
toda a ciência transcendendo.Eu não soube aonde entrava,
porém, quando me vi,
sem saber onde estava,
grandes coisas entendi;
não direi o que senti,
que me quedei não sabendo,
toda a ciência transcendendo.De paz e de piedade
era a ciência perfeita,
em profunda soledade
entendida (via recta);
era coisa tão secreta,
que fiquei como gemendo,
toda a ciência transcendendo.Estava tão embevecido,
tão absorto e alheado,
que se quedou meu sentido
de todo o sentir privado,
e o e´spírito dotado
de um entender não entendendo,
toda a ciência transcendendo.O que ali chega deveras
de si mesmo desfalece;
quanto mais sabia primeiro
muito baixo lhe parece,
e seu saber tanto cresce,
que se queda não sabendo,
toda a ciência transcendendo.Quanto mais alto se sobe,
tanto menos se entendia,
como a nuvem tenebrosa
que na noite esclarecia;
por isso quem a sabia
fica sempre não sabendo,
toda a ciência transcendendo.Este saber não sabendo
é de tão alto poder,
que os sábios discorrendo
jamais o podem vencer,
que não chega o seu saber
a não entender entendendo,
toda a ciência transcendendo.E é de tão alta excelência
aquele sumo saber,
que não há arte ou ciência
que o possam apreender;
quem se soubera vencer
com um não saber sabendo,
irá sempre transcendendo.E se o quiserdes ouvir,
consiste esta suma ciência
em um subido sentir
da divinal Essência;
é obra da sua clemência
fazer quedar não entendendo,
toda a ciência transcendendo.
Além desses poemas de Emily Dickinson, aproveite esse compilado de poesias de João da Cruz para conhecer mais da literatura ao redor do mundo.
4 – Chama de amor viva
Ó chama de amor viva,
que ternamente feres
dessa minha alma o mais profundo centro!
Se já não és esquiva,
acaba já, se queres,
ah! Rompe a tela desse doce encontro!Ó cautério suave!,
ó regalada chaga!,
ó mão tão leve, ó toque delicado!,
que a vida eterna sabe,
a dívida selada!
Matando, a morte em vida transformada.Ó lâmpadas de fogo,
em cujos resplendores
as profundas cavernas do sentido,
que estava escuro e cego,
com estranhos primores
calor e luz dão juntos ao seu Querido!Quão manso e amoroso
despertas em meu seio,
lá onde tu secretamente moras,
nesse aspirar gostoso
de bem e glória cheio,
quão delicadamente me enamoras!
Com certeza esses poemas curtos e essas poesias de João da Cruz irão encher o seu coração de inspiração e amor. Aproveite a literatura para ser uma pessoa melhor.
5 – Noite escura
Em uma noite escura,
De amor em vivas ânsias inflamada
Oh! ditosa ventura!
Saí sem ser notada,
Já minha casa estando sossegada.Na escuridão, segura,
Pela secreta escada, disfarçada,
Oh! ditosa ventura!
Na escuridão, velada,
Já minha casa estando sossegada.Em noite tão ditosa,
E num segredo em que ninguém me via,
Nem eu olhava coisa,
Sem outra luz nem guia
Além da que no coração me ardia.Essa luz me guiava,
Com mais clareza que a do meio-dia
Aonde me esperava
Quem eu bem conhecia,
Em sítio onde ninguém aparecia.Oh! noite que me guiaste,
Oh! noite mais amável que a alvorada
Oh! noite que juntaste
Amado com amada,
Amada já no Amado transformada!Em meu peito florido
Que, inteiro, para Ele só guardava
Quedou-se adormecido,
E eu, terna, O regalava,
E dos cedros o leque O refrescava.Da ameia a brisa amena,
Quando eu os seus cabelos afagava
Com sua mão serena
Em meu colo soprava,
E meus sentidos todos transportava.Esquecida, quedei-me,
O rosto reclinado sobre o Amado;
Tudo cessou. Deixei-me,
Largando meu cuidado
Por entre as açucenas olvidado.
…
Você gostou dessas lindas poesias de João da Cruz para refletir e se apaixonar pela vida? Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares essas lindas palavras de amor e inspiração.
Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.