Poemas sobre ser criança e infância

As recordações e boas experiências da infância ainda formam os adultos com amor e carinho. Confira aqui alguns poemas sobre ser criança e infância para relembrar grandes momentos.

Na busca incessante por sabedoria e significado, muitas vezes esquecemos de olhar para trás e refletir sobre a vida em poemas sobre ser criança e infância.

Para aqueles anos de inocência e maravilhamento que compõem a infância, precisamos entender o quanto essa fase da vida foi e ainda contribui para a vida adulta.

Com isso, é surpreendente como a leitura de frases sobre ser criança e a própria infância pode iluminar a nossa jornada com uma idade avançada.

Foi pensando nisso que selecionamos alguns poemas sobre ser criança e infância para você parar um pouco e refletir sobre as experiências e boas memórias.

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Poemas sobre ser criança e infância. (Imagens: Unsplash)

Poemas sobre ser criança e infância

Os poetas, ao longo da história, têm capturado a essência da infância de maneiras que transcendem o tempo.

Logo, ao ler as palavras de um poema sobre ser criança, somos transportados de volta a um mundo de descobertas, aventuras e pura curiosidade. 

Você pode usar esses lindos poemas de Dia das Crianças para fortalecer os laços de amor, cuidado e respeito.

Veja a seguir uma emocionante seleção de poemas sobre ser criança e infância para abrir o seu coração e entender a magia dessa fase da vida.

1 – Ser criança (Tatiana Belinky)

Ser criança é dureza-
Todo mundo manda em mim-
Se pergunto o motivo,
Me respondem “porque sim”.

Isso é falta de respeito,
“Porque sim” não é resposta,
Atitude autoritária
Coisa que ninguém gosta!

Adulto deve explicar
Pra criança compreender
Esses “podes” e “não podes”,
Pra aceitar sem se ofender!

Criança exige carinho,
E sim! Consideração!
Criança é gente, é pessoa,
Não bicho de estimação!

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2 – Pular corda (Roseana Murray)

Se pudesse o menino pularia
corda
com a linha do horizonte,
se deitaria sobre a curvatura
da Terra
para sempre e sempre
saudar o sol,
encheria os bolsos
de terra e girassóis.

Mas chove uma chuva
fina

e o menino vai até a cozinha
fritar ideias.

3 – As falsas recordações (Mario Quintana)

Se a gente pudesse escolher a infância
que teria vivido, com enternecimento eu não
recordaria agora aquele velho tio de perna de pau,
que nunca existiu na família, e aquele arroio que
nunca passou aos fundos do quintal,
e onde íamos pescar e sestear nas tardes de verão,
sob o zumbido inquietante dos besouros.

4 – Para ir à lua (Cecília Meireles)

Enquanto não têm foguetes
para ir à Lua
os meninos deslizam de patinete
pelas calçadas da rua.

Vão cegos de velocidade:
mesmo que quebrem o nariz,
que grande felicidade!
Ser veloz é ser feliz.

Ah! Se pudessem ser anjos
de longas asas!
Mas são apenas marmanjos.

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5 – As cem linguagens da criança (Loris Malaguzzi)

A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos cem pensamentos
cem modos de pensar de jogar e de falar.
Cem sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar.
Cem alegrias para cantar e compreender.

Cem mundos para descobrir.
Cem mundos para inventar.
Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem linguagens (e depois cem cem cem) mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo.

Dizem-lhe: de pensar sem as mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender sem alegrias
de amar e de maravilhar-se só na Páscoa e no Natal.

Dizem-lhe: de descobrir um mundo que já existe
e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas que não estão juntas.

Dizem-lhe enfim: que as cem não existem.
A criança diz: ao contrário, as cem existem.

6 – Quando as crianças brincam (Fernando Pessoa)

Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.

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7 – Infância (Carlos Drummond de Andrade)

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
– Psiu… Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro… que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.”

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8 – Meus oito anos (Casimiro de Abreu)

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d’amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! Dias da minha infância!
Oh! Meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!

Você gostou desses lindos poemas sobre ser criança e infância para celebrar mais um Dia das Crianças com amor e harmonia? Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares. Aproveite!

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.