O poema mais lindo para o Dia da Consciência Negra

Com certeza esse lindo poema de Ceiça Moraes irá tocar o seu coração a mostrar o poder da representatividade no Dia da Consciência Negra.

Em mais um poema de Ceiça Moraes, somos convidados a mergulhar na rica experiência da negritude no Dia da Consciência Negra.

Na verdade, ter alma negra, diz a poetisa, é mais do que uma pigmentação da pele: é possuir molejo e a ancestralidade pulsando no coração.

Logo, ser negro é abraçar a arte como expressão máxima da identidade, e é nesse universo de resistência e celebração que somos conduzidos.

Foi pensando nisso que selecionamos um poema maravilhoso de Ceiça Moraes para você refletir no Dia da Consciência Negra para homenagear a data.

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O poema mais lindo para o Dia da Consciência Negra. (Imagens: iStock)

Poema “Negros Palmares” de Ceiça Moraes

Ter alma negra, ô meu irmão
É ter malícia, muito molejo
E a capoeira no coração.
Amor à arte
Arte é gingar
E o berimbau, saber tocar.
Fiz reverência ao mestre Nagô
Fiz reverência ao mestre Zumbi
Eu tenho o toque da capoeira
Gritando alto no coração.
Tombar aqui, tombar acolá
Levanta, negro! Não caia não!
Em Roda- Grande se batizar
São Bento Grande, te ajudar.
Capoeirista!
Não sabe não?
É ter o toque no coração.
Capoeiragem, não é vadiagem
É reviver sua negritude
Reviver “o Rei dos Palmares”
Ter “malandragem” sim! Pra se defender
Se for possível, não atacar
“Deixa pra lá”
Se não tem jeito…
Tem que atacar
Dá “uma benção” pra não esquecer
Que foi uma defesa de escravo humilhado
Quando feitor se dizia “endeusado”!
Reviver negros palmares
É reviver a Redenção
Saber “o Toque”… saber jogar
Treinar o “AÚ” pra se libertar
“Pulo-do-gato” … ou “bananeira”
“S Dobrado”… Meu Santo Amaro!
“Pulo Mortal”! Iê, não caia não!
“Ponte-pra-frente”… “Ponte-pra-trás”
“Ponte-voltando” Isso é demais!
Reviver a escravidão é reviver a redenção
Quem me ensinou foi o Mestre Zumbi
Eu tenho o toque no coração!
Eu tenho o toque no coração!

Você pode usar essa data e poema para também comemorar o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e reconhecer a importância desses movimentos.

A preservação da cultura afro-brasileira

Você sabia que a capoeira, arte que mescla dança, luta e musicalidade, é mais do que um simples exercício físico? 

Esse poema de Moraes é uma excelente obra para ler sobre a importância do Dia da Consciência Negra e reconhecer a força da data.

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Na verdade, ela é uma manifestação cultural que se entrelaça com a história dos negros no Brasil – ecos dos tempos de escravidão. 

A escritora destaca:

Ter alma negra, ô meu irmão
É ter malícia, muito molejo
E a capoeira no coração.
Amor à arte
Arte é gingar
E o berimbau, saber tocar.
Fiz reverência ao mestre Nagô
Fiz reverência ao mestre Zumbi
Eu tenho o toque da capoeira
Gritando alto no coração.

Ao fazer reverência aos mestres Nagô e Zumbi, Ceiça Moraes destaca não apenas a importância dessas figuras na preservação da cultura afro-brasileira, mas também a conexão espiritual.

Vença os obstáculos da vida com cultura e representatividade

Ao longo do poema, Moraes destaca a importância de não se deixar tombar, de resistir aos obstáculos da vida – um belo poema de motivação.

Com isso, a capoeira, que é mais do que simples movimentos, torna-se uma metáfora para a arte de enfrentar desafios e adversidades. 

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Qual tem sido sua motivação para vencer os obstáculos da vida e ter uma caminhada mais duradoura e feliz?

Logo, em “Negros Palmares”, a capoeira é apresentada como uma ferramenta de libertação: uma forma de resgatar a negritude.

Uma ligação profunda com as raízes

A referência aos “Reis dos Palmares” relembra a memória de um dos maiores símbolos de resistência negra no Brasil: Zumbi dos Palmares. 

Com isso, a poetisa convida seus leitores no Dia da Consciência Negra a reviver não apenas a escravidão, mas também a redenção.

Ela destaca o seguinte:

Capoeirista!
Não sabe não?
É ter o toque no coração.
Capoeiragem, não é vadiagem
É reviver sua negritude
Reviver “o Rei dos Palmares”
Ter “malandragem” sim! Pra se defender
Se for possível, não atacar
“Deixa pra lá”
Se não tem jeito…
Tem que atacar
Dá “uma benção” pra não esquecer
Que foi uma defesa de escravo humilhado
Quando feitor se dizia “endeusado”!

Logo, o toque no coração mencionado no texto de Moraes revela uma ligação profunda e visceral com a herança cultural.

O toque transformador no coração

Ao final do poema de Moares, os leitores são lembrados de que a capoeira não é apenas uma dança ou uma luta, mas sim uma celebração da negritude.

Assim como uma manifestação de liberdade e uma lembrança de que a resistência é um ato contínuo. Use essas mensagens sobre o Dia da Consciência Negra para inspirar seu dia.

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Proclama a poetisa:

Tem que atacar
Dá “uma benção” pra não esquecer
Que foi uma defesa de escravo humilhado
Quando feitor se dizia “endeusado”!
Reviver negros palmares
É reviver a Redenção
Saber “o Toque”… saber jogar
Treinar o “AÚ” pra se libertar
“Pulo-do-gato” … ou “bananeira”
“S Dobrado”… Meu Santo Amaro!
“Pulo Mortal”! Iê, não caia não!
“Ponte-pra-frente”… “Ponte-pra-trás”
“Ponte-voltando” Isso é demais!
Reviver a escravidão é reviver a redenção
Quem me ensinou foi o Mestre Zumbi
Eu tenho o toque no coração!
Eu tenho o toque no coração!

A escritora afirma que essa conexão é parte essencial de sua identidade e que a capoeira é um testemunho vivo da história e da luta pela liberdade.

Um poema para refletir sobre a consciência negra

Na verdade, no Dia da Consciência Negra, somos chamados a refletir sobre a importância de reconhecer e valorizar a rica herança cultural afro-brasileira.

Uma cultura representada de maneira tão vibrante no poema de Ceiça Moraes que irá aquecer o seu coração no Dia da Consciência Negra.

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Logo, o texto é um convite à celebração da diversidade e à compreensão da história. Guarde no coração essas frases sobre a consciência negra para celebrar a data.

Muitas pessoas enxergam a data como uma renovação do compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Você gostou desse excelente poema de Ceiça Moraes para refletir no Dia da Consciência Negra e celebrar a data? Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares. Aproveite!

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.