Poema de final de ano sobre a vida: você vai amar

Aproveite essa virada de ano para buscar ser uma pessoa mais feliz. Confira aqui um poema de final de ano sobre a vida do renomado escritor Carlos Drummond de Andrade.

Ao findar-se mais um ciclo, ecoam as palavras sábias de Carlos Drummond de Andrade nesse lindo poema de final de ano sobre a vida.

Na verdade, o escritor oferece uma receita poética para um recomeço não apenas marcado pelo tempo, mas intrinsecamente conectado florescer das sementes em nossas almas. Veja a seguir um lindo texto de Drummond.

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Poema de final de ano sobre a vida: você vai amar. (Imagens: iStock)

Poema “Receita de Ano Novo” de Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Um poema sobre mudanças e renovações

Primeiramente, o poema mostra a promessa de um Ano Novo belíssimo, comparável às cores do arco-íris ou à serenidade da paz.

Na verdade, o escritor brasileiro sugere um convite à renovação que transcende a mera mudança de calendário, não é mesmo?

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Com isso, o texto é uma oportunidade de contemplar não apenas o exterior, mas também:

  • A riqueza do interior;
  • O cerne de nossas experiências e aprendizados.

Além disso, Drummond convoca os leitores a buscar um Novo Ano que não se limite a pinceladas superficiais, porém, que germine nas sementinhas do vir-a-ser.

Até mesmo com esses lindos poemas sobre flores você irá refletir sobre a vida e encher o seu coração de amor e carinho.

O que você está fazendo com seu tempo?

No poema, Drummond mostra um ano que se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, um ano cujo valor se manifesta nas pequenas alegrias cotidianas.

Com isso, na contramão das efêmeras celebrações com champanha e mensagens efêmeras, Drummond incentiva os leitores a:

“Cultivar um Ano Novo que vai além das formalidades.”

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Além disso, o poeta questiona se plantas recebem mensagens ou passam telegramas, sugerindo que a verdadeira renovação reside na comunicação silenciosa com a essência da vida.

Com certeza esses lindos poemas sobre o céu irão te mostrar o quanto a literatura pode ser libertadora.

As escolhas passadas de maneira parva

Na verdade, o texto de Drummond lembra a cada um de nós que não é necessário compor listas de boas intenções que se perderão nas gavetas da rotina

Sabendo disso, não precisamos nos arrepender das escolhas passadas de maneira parva nem depositar cegamente a esperança em decretos futuros. 

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O texto diz:

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?

Com isso, o Ano Novo genuíno não é uma promessa imposta pelo calendário, mas uma conquista interna que exige merecimento e esforço consciente. Concorda?

Abrace a oportunidade de mais um Ano Novo

Ainda no texto de Drummond, escritor desafia dizendo o seguinte:

“Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.” 

Neste trecho do poema, mora a chave para a verdadeira renovação – na consciência de que é dentro de nós que o Ano Novo repousa desde sempre, aguardando nosso despertar.

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Veja o que diz Carlos Drummond de Andrade:

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Ao finalizar este ano, abracemos a oportunidade de cultivar um Novo Ano que, mais do que uma virada de páginas, seja um capítulo enriquecido pelas lições aprendidas.

Você gostou desse lindo poema de final de ano sobre a vida do grande Carlos Drummond de Andrade? Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares essas lindas palavras de amor e reflexão.

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.