Mulher que consegue sentir cheiro de Parkinson ajuda pesquisadores a desenvolver teste rápido da doença
Uma mulher com um olfato muito aguçado pode ser a resposta para um teste precoce de Parkinson desenvolvido por cientistas. Entenda melhor o assunto aqui!
Você é aquele tipo de pessoa muito boa com cheiro e que consegue identificar de longe vários tipos de aromas, sejam eles bons ou ruins? Se não, saiba que algumas pessoas são capazes de sentir odores que podem passar despercebidos pela população no geral. A condição é conhecida clinicamente como hiperosmia e em alguns casos pode ajudar até mesmo a ciência.
Uma dessas cidadãs sensíveis para cheiros, a escocesa Joy Milne notou uma fragrância diferente em seu marido, Les, que na época tinha 33 anos de idade. O fato passou despercebido e 12 anos depois ele foi diagnosticado com Parkinson em estado já progressivo.
Ao receber o diagnóstico do companheiro, ela lembrou do ocorrido e não deixou de traçar um paralelo. Em 2012, ela e Les foram procurar alguém que pudesse investigar melhor a conexão entre o cheiro e o Parkinson. Essa investigação inicial os levou a um professor da Universidade de Edimburgo, que formou uma equipe para testar o olfato da mulher.
Os pesquisadores acreditavam que a doença causava danos a um tipo de óleo da pele conhecido como sebo. Sendo assim, o experimento inicial foi muito simples, mas muito eficaz. Eles deram para Joy várias camisetas de pacientes diagnosticado com Parkinson e outros que não apresentavam a condição.
Com um olfato muito apurado, ela deixou passar apenas um erro, que na verdade, mais tarde, se tornou um grande acerto, pois 8 meses depois, a paciente dona da camiseta em questão recebeu um diagnóstico de Parkinson.
Agora, os cientistas estão trabalhando para desenvolver um teste rápido e indolor, que consiste basicamente em passar um algodão parte de trás do pescoço. O objetivo é detectar a doença com mais antecedência e, assim, recomendar um tratamento precocemente aos pacientes.
ESPERANÇA PARA UM FUTURO MELHOR
A doença que causa um declínio progressivo nas partes do cérebro relacionadas à função motora pode ser detectada anos antes de seus sintomas se tornarem mais perceptíveis. Esse diagnóstico precoce pode melhorar muito a qualidade de vida futura dos pacientes.
De acordo com a professora Perdita Barran, da Universidade de Manchester, que desenvolveu essa linha de investigação, em 2019, ela a sua equipe identificou moléculas ligadas à doença encontradas em zaragatoas de pele, que agora são alvo de uma nova série de testes em potencial.
“No momento, não há cura para o Parkinson, mas um diagnóstico confirmatório permitiria que eles (os pacientes) recebessem o tratamento certo e os medicamentos que ajudariam a aliviar seus sintomas”, explicou.
Agora, segundo a professora, a ideia é verificar se os laboratórios hospitalares também podem aplicar os testes assim como foi feito nas pesquisas. Se isso puder ser feito, o teste pode encaminhar o paciente a um neurologista para um teste mais aprofundado e, dessa forma, para um tratamento mais eficiente.
A ciência não cansa de nos surpreender! Que mais e mais pesquisas assim possam surgir e ajudar a melhorar a qualidade de vida de tantas pessoas que sofrem desse mal.
Fonte: Goodnews Network.
Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.