Esta é a única maneira efetiva de lidar com crianças fazendo birra
Você sabia que gritar com seu gilho pode causar tanto dano quanto bater nele? E é exatamente essa a reação da maioria dos pais à birra. Aprenda a lidar com a birra das crianças de uma maneira muito mais efetiva.
Você sabia que gritar com seu filho pode causar tanto dano quanto bater nele?
A maioria dos pais recorrem aos gritos, ou simplesmente levantam a voz quando estão tentando passar uma mensagem para seu filho que está fazendo birra.
Eles sabem que gritar não é a melhor maneira de educar, mesmo assim eles acabam levantando a voz quando pensam que não há mais o que fazer para que seus filhos os escutem.
Gritar é um recurso muito fraco para mudar o comportamento de uma criança
O problema de ser um pai acostumado a gritar é que esta tática pode causar tanto dano quanto bater no seu filho, além de tornar o grito ineficiente, o que é exemplificado por pais que aumentam o volume dos gritos com o tempo.
Os pais levantam a voz para um volume cada vez mais alto, até atingir um ponto onde toda vez que eles vão corrigir a criança, eles gritam no volume máximo, e isso torna-se um hábito e a forma de conseguir chamar atenção da criança.
Se o grito não tem consequências além do grito em si, a maioria das crianças não o acha um agente de intimidação suficiente ou efetivo para mudar seu comportamento.
Uma abordagem eficiente na educação de uma criança pode ser um sussurro com resultados imediatos.
Uma educação efetiva usa uma abordagem mais leve que, não somente leva a comunicação com a criança até o nível dela para uma melhor compreensão, mas também usa uma abordagem que tem consequências imediatas que são constantemente utilizadas.
Existem maneiras de educar que usam uma abordagem mais leve, que realmente levam as crianças a obedecer.
Se os pais começarem a usar a “Abordagem de Uma Pergunta”, eles verão seus filhos os ouvindo logo na primeira vez que dizem algo, e isso não é mágica. Isso demanda tempo e consistência.
A criança precisa entender que, se ela recebeu um alerta e mesmo assim não obedeceu, haverá uma consequência imediata.
Os pais que são consistentes com este método perceberão que eles podem até sussurrar o alerta para seu filho e obter um resultado efetivo e imediato.
Gritar não é efetivo no longo prazo. Porém, como o grito é a tática mais utilizada quando uma criança está fazendo birra, a abordagem de uma pergunta precisa ser bem entendida e praticada pelos pais para conseguir reduzir o seu hábito de gritar.
Use a “Abordagem de Uma Pergunta”.
A abordagem de uma pergunta é simplesmente um método de educação que envolve alertar seu filho somente uma vez e, se ele não mudar seu comportamento, a consequência/punição é imediata.
Existem três passos básicos que um pai deve seguir:
1. Quando uma criança faz algo errado, ela é avisada somente uma vez de como e por que seu comportamento precisa ser alterado ou haverá uma consequência específica.
Por exemplo, se seu filho está pulando na cama, você simplesmente diz: “você precisa parar de pular na cama quando eu contar até 3, porque eu não quero que você caia da cama e se machuque.
Se você não parar de pular na cama quando eu contar até 3, você ficará de castigo por 5 minutos”.
O alerta é dado apenas uma vez, em um tom calmo e firme. Sem gritar ou levantar o volume.
2. Agradeça a criança por ouvir; não dê vários alertas se eles não ouvirem.
Se a criança parar com aquele comportamento, elogie e agradeça por ela ter ouvido.
Se ela não parar, você não dá outro alerta ou vários alertas, senão é isso que ela vai esperar e não dará ouvidos na primeira vez. Se ela não seguir as instruções, é hora de partir imediatamente para as consequências.
3. Fale com a criança no mesmo nível que ela ao seguir com a punição.
O nível de ofensa determina o nível de discussão necessário. Se é por estar pulando na cama, você pode simplesmente expressar para o seu filho, no nível dele, que você ficaria muito triste se ele caísse da cama e se machucasse.
Você tem regras para protegê-lo porque você o ama.
Ser consistente com suas ações e palavras ajudará seu filho a aprender que você está falando sério quando fala com eles sobre seu comportamento.
Os alertas devem incluir consequências por suas ações que sejam muito específicas e realistas.
Se eles sabem que você não dará continuidade, por exemplo, ao ameaçar que irá fazê-los descer do carro e deixá-los na calçada, então provavelmente eles não mudarão seu comportamento, pois a ameaça não é válida.
Use ameaças e consequências realistas, que você consiga dar continuidade imediatamente. Castigar e tirar privilégios são as ameaças e consequências mais utilizadas.
E também são as mais fáceis de serem implementadas pelos pais.
Para uma mudança permanente, a mudança de comportamento acontece no coração.
Existem componentes-chave para falar com seus filhos para ajudá-los a entender o problema de comportamento no coração, não somente na mente.
Afinal de contas, se eles estão agindo de forma robótica por causa do medo da consequência, o estado mental deles não mudou. Os pais precisam ir até a raiz e o cerne do problema.
Desta forma, o coração da criança é afetado e ela entende a necessidade de mudança de forma emocional (coração) e intelectual (mente).
Aqui estão algumas dicas de como fazer isso:
Vá até ao nível deles!
Se você está dando uma bronca no seu filho, é provável que sua mensagem entre por um ouvido e saia pelo outro.
Ele não entenderá sua mensagem se você estiver com uma postura agressiva, balançando os dedos e com um tom de voz duro e bravo (mesmo se não estiver gritando).
Para comunicar-se com seus filhos, aqui estão 7 maneiras de falar que eles entendam e absorvam a mensagem de coração.
1. Vá fisicamente até o nível deles.
Agaixe ou sente no chão em frente ao seu filho, para que seus olhos fiquem no mesmo nível. Use contato visual enquanto estiver falando, para vocês se conectarem.
Esta é uma poderosa ferramenta em comunicação humana que nós, como pais, frequentemente subestimamos. Olhe nos olhos dos seus filhos, para que eles saibam que são importantes e que você está falando sério.
2. Use o nome deles.
Torne um negócio pessoal. Use o primeiro nome quando estiver conversando com eles, para que saibam que o assunto é com eles e mais ninguém.
Mantenha o contato visual enquanto fala o nome deles e mantenha o foco apenas neles.
3. Use uma abordagem mais leve.
A compaixão é necessária quando você realmente quiser gritar com seus filhos. O que os pais precisam lembrar é que seus filhos são apenas crianças. Eles não possuem toda nossa experiência de vida, sabedoria e atividade cerebral.
Eles ainda estão aprendendo e crescendo, portanto fale com compaixão e compreensão, reconhecendo que o seu filho de três anos está agindo como se tivesse um ano, seja isso aceitável ou não.
Quando for passar sua mensagem, use um tom de voz mais suave, mas um tom que seja firme e que mostre que você está falando sério. Evite gritar, pois isso fará com que seu filho se feche ou faça ainda mais birra.
4. Mantenha a mensagem simples.
Crianças pequenas não são capazes de entender palavras e conceitos difíceis. Mantenha sua mensagem simples e breve. Elas têm períodos curtos de atenção, por isso você perderá a atenção delas se ficar enrolando.
Diga o que precisa dizer em frases curtas para que a criança possa entender. Evite palavras difíceis e qualquer coisa que possa deixá-las confusas sobre o problema.
4. Escute quando elas falam.
Quando você vai até o nível da criança para se comunicar, isso não pode ser uma via de mão única, caso contrário será apenas uma bronca para eles.
Dê um tempo para a criança responder à suas palavras, conversar e realmente escutar com atenção o que elas estão dizendo. Lembre-se que sua habilidade de se expressar verbalmente é muito maior que a da criança.
Seja compreensivo na mensagem que elas estão tentando passar, pois pode ser a única forma que elas sabem expressá-la.
5. Use frases com “eu” e encoraje seu filho a fazer o mesmo.
Comece suas frases com “eu”. Começar dizendo “você sempre bate no seu irmão” não é tão efetivo quanto dizer “eu estou triste por você bater no seu irmão”.
Mostrar a conexão emocional e como a ação deles afeta outras pessoas, incluindo os seus próprios sentimentos, torna muito mais provável afetar o coração da criança do que simplesmente afirmar a ofensa.
Encoraje seu filho a responder também usando “eu”. Isso cria menos antipatia e reduz o “jogo da culpa” quando frases com “eu” são usadas. É considerar as coisas sob uma perspectiva pessoal, com responsabilidade do papel de cada um naquela situação.
Um exemplo disso na educação do dia-a-dia é, ao invés de gritar “desça já dessa mesa, você vai quebrá-la!”; você fala calmamente e diz “por favor, desça da mesa, eu não quero que se machuque porque isso me deixaria triste”.
Usar seus sentimentos e frases com “eu” é muito mais eficiente para fazer com que a criança entenda. As crianças entendem sentimentos muito mais do que os adultos imaginam.
As crianças conseguem se relacionar com sentimentos, por isso é importante que os pais expressem seus próprios sentimentos para que haja uma conexão no nível das crianças quando um problema de comportamento é discutido.
6. Mostre que você os entende parafraseando as palavras deles.
É ótimo fazer todos os passos anteriores, mas eles não serão úteis se a criança não se sentir compreendida e ouvida. Mostre a eles que você os entende, mesmo se nem sempre concordar com eles.
Use as mesmas palavras que eles, assim eles saberão que você está ouvindo. Você pode continuar a conversa com uma explicação, se achar que a lógica deles está errada, mas primeiro repita o que eles disseram para eles saberem que você recebeu a mensagem.
É menos provável que eles argumentem a sua explicação se eles souberem que a versão deles da história foi levada em consideração e compreendida.
A melhor maneira de mostrar a eles que você entendeu a mensagem é repetindo.
Por exemplo, seu filho pode dizer “eu nunca ando de patinete porque o Charlie está sempre andando”. Diga de volta “você sente que Charlie está sempre andando de patinete e você nunca consegue andar”.
Você sabe que isso não é verdade porque você o viu andando de patinete há 10 minutos.
Você pode dar sequência após repetir, mas é ainda melhor se for seguido de uma discussão, como colocar um relógio para que as duas crianças tenham o mesmo tempo no patinete.
7. Faça com que a criança se coloque no lugar de outra pessoa.
Quando estiver lidando com problemas onde duas crianças estão envolvidas, é importante que as duas tentem ver a perspectiva do outro, principalmente da criança ofendida.
Quando você baixa ao nível delas e fala com as crianças usando as 7 dicas listadas acima, irá descobrir que elas estão mais dispostas a se colocarem no lugar de outra pessoa.
Fazer isso dá a elas a perspectiva de outras pessoas e elas são mais dispostas a mostrar muito mais compaixão.
“Ajude-os a pensar sob a perspectiva de outra pessoa.”
A compaixão é algo que aprendemos durante a vida, então vamos dar à nossas crianças uma vantagem ao consistente e ativamente ajudá-las a ver as coisas sob a perspectiva dos outros, pedindo a elas que “se coloquem no lugar dele/dela”.
Mas não apenas peça que elas façam isso, faça com que elas respondam como elas se sentiriam se estivessem no lugar ou na situação daquela pessoa. Processar esses pensamentos é o que causa a mudança na mente e no coração.
Por exemplo, você leva as crianças ao parque e elas começam a discutir por causa de um brinquedo. Um bate no outro, resultando em muitos gritos e uma criança machucada.
Após você consolar e cuidar da criança machucada, é hora de calmamente falar com a criança que bateu.
A criança diz a você “fazia tempo que ele estava com o brinquedo, era minha vez” e “ele não me deu, então tive que bater nele, porque eu fiquei muito bravo”.
Agora é a oportunidade dos pais de dizer algo como “como você teria se sentido se o seu irmão tivesse te batido por não dividir um brinquedo?” Elas podem dizer “ele já fez isso”, então você pode seguir com “e você se sentiu mal, não foi?”
É claro que elas conseguem relacionar com o fato passado de terem sido agredidas e como aquilo machucou. Canalizar suas dores passadas as ajudará a ver o quanto foi errado ter machucado outra pessoa.
Use a política de desculpar e perdoar
É muito bom comunicar-se com a criança no nível dela, colocá-las no lugar de outras pessoas, mas se elas não aprenderem a desculpar e perdoar genuinamente, então o coração delas nunca mudará.
Quando elas não se desculpam, rancor e sentimentos ruins surgem. Elas precisam aprender esta habilidade importante como parte do processo para mudar comportamentos ruins e birras.
As crianças não têm a inclinação natural de se desculpar quando estão erradas.
As crianças tendem a minimizar ou dispensar suas responsabilidades quando fazem algo errado, por isso o pedido de desculpas não vem naturalmente. É da natureza humana.
Nós não saímos do útero com a capacidade de arrumar a cama, fazer nossa comida ou escovar os dentes. Nós também não nascemos com a capacidade de pedir perdão.
É uma habilidade que é ensinada. Cabe aos pais ensinar seus filhos a pedir perdão.
Comunicar-se com seus filhos de uma forma que eles entendam e absorvam a mensagem de coração começa com o exemplo dos pais em primeiro lugar.
A partir daí deve-se ensinar as crianças, no nível delas, afetando seus corações. Se elas mudam de comportamento apenas para evitar punição, então provavelmente a mudança é temporária. A mudança que acontece no coração é permanente.
E a abordagem leve e consistente torna a mudança permanente possível.
Ensiná-las a pedir perdão é mais importante que forçá-las a se desculpar.
Ensiná-las a se desculpar e pedir perdão por uma ação específica é muito mais importante que forcá-las a se desculpar quando elas não entendem o que fizeram de errado.
É por isso que os passos de 1 a 7 são tão importantes. Eles ajudam a criança a entender como suas ações machucam outras pessoas, ao colocá-las no lugar das outras pessoas.
O site Parents.com explica o processo de como precisamos ensinar as crianças a se desculpar ao invés de forcá-las a se desculpar:
Especialistas explicam que o importante não é simplesmente dizer as palavras, mas aprender a assumir a responsabilidade por um erro.
“As crianças nessa idade resistem a pedir desculpas porque elas acreditam que o erro não foi culpa delas…”
Ao quebrar o processo de se desculpar em alguns passos, você pode ajudar seu filho a entender como suas ações afetam outros e aprender quando deve fazer as pazes.
Existem mais algumas maneiras dos pais ajudarem os filhos a aprender a se desculpar, que vão além de ajudar a criança a reconhecer como elas machucam outras pessoas e então ajudá-las a encontrar empatia por aquela pessoa ao “colocar-se no lugar dele ou dela”.
Essas coisas incluem ser um exemplo.
Isso significa se desculpar com seu cônjuge ou parceiro(a) e fazê-lo de uma forma que seu filho consiga imitar, pois vocês são o principal exemplo de como agir na vida.
Outro aspecto do processo de se desculpar que os pais precisam ensinar seus filhos é o de fazer as pazes.
Eles precisam encontrar uma forma de fazer as pazes com a pessoa que elas machucaram.
Por exemplo, se o seu filho quebra o brinquedo de outra criança, ao invés de falar que ele tem que comprar um brinquedo novo, você pode ajudá-lo a chegar nesta mesma conclusão.
Você pode perguntar ao seu filho “o que você acha que deve fazer, já que quebrou o brinquedo do seu amigo, que ele gostava tanto?”
Ensine seu filho e encontrar maneiras de pensar em como fazer as pazes quando machucam outros, pois é importante no processo de desculpar e perdoar.
E você? Como age com as crianças que fazem muita birra? Comente!
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Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Lifehack escrito por Dra. Magdalena Battçes, doutora em psicologia.
Crédito das imagens: pexels.com e pixabay.com
Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.