Malala se forma anos após ser baleada e expulsa do país por querer estudar
Jovem paquistanesa comemora sua formatura na Universidade de Oxford após ser baleada e expulsa do seu país pelo grupo terrorista talibã
O que para o mundo ocidental parece ser algo bem distante, ao redor do mundo ainda existem muitas mulheres lutando pelo direito à educação.
Esse foi o caso da jovem Malala Yousafzai, que nove anos atrás foi vítima de um disparo de arma de fogo por militares em prol do direito ao acesso à educação feminina em seu país.
Agora a jovem compartilhou em suas redes sociais momentos de sua colação de grau em Filosofia, Política e Economia, pela renomada Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Ao lado de parentes, ela posa para fotos e comemora. Malala começou o curso em 2017 e terminou em quatro anos.
A conclusão do curso se deu no ano passado, mas devido à pandemia, a colação de grau só aconteceu agora. Ao concluir o curso, a jovem publicou em seu twitter:
“É difícil expressar minha alegria e gratidão agora, enquanto concluí meu diploma de filosofia, política e Economia em Oxford. Eu não sei o que vem pela frente. Por enquanto, será Netflix, lendo e dormindo“.
Nas fotos é possível ver o sorriso de quem lutou contra um grupo terrorista e venceu. No ano em que o grupo tomou o poder do Afeganistão, a colocação de grau da jovem parece ter vindo no momento perfeito.
Embora o grupo ainda esteja em plena atividade e se expandindo, Malala posta-se como um símbolo de resistência à tirania mostrando que as armas não são mais fortes que os sonhos.
Para as jovens afegãs, que têm agora o seu direito roubado, assim como foi com ela em 2014, as fotos de formatura da jovem são um símbolo de esperança de que dias melhores são possíveis sim. De que sonhos, mesmo quando impedidos por tiros, podem se tornar realidade.
Relembre a história
O ataque à época foi orquestrado pelo grupo terrorista talibã. O grupo é conhecido pelo seu tradicionalismo religioso e por impor esses valores através da força.
No momento do disparo a jovem, que então tinha 15 anos, estava em seu país natal, Paquistão, em um protesto que fazia frente ao grupo que tinha assumido a pouco tempo o poder e revogou os direitos das mulheres de ir à escola.
Um ônibus escolar com manifestantes foi invadido por militares que dispararam tiros contra suas cabeças. Malala, que aos 11 anos sonhava em ser doutora, teve sua escola fechada, e foi uma das baleadas.
Sua luta lhe rendeu o prêmio Nobel da Paz, sendo ela a pessoa mais jovem a receber o reconhecimento. Para o Talibã a jovem passou a ser classificada como representante dos valores ocidentais e portanto deveria ser eliminada. A família se refugiou na Inglaterra.
A história ganhou proporções mundiais, sendo contada pelas principais redes de televisão e se consolidou em todo o mundo como um símbolo da luta feminina pela educação.
Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.