Lindo poema de Patrícia Galvão para você: LEIA AQUI

Busque mais amor em sua vida com esse lindo poema de Patrícia Galvão e encha o seu coração de amor e paz. Aproveite!

O poema “Canal”, de Patrícia Galvão, também conhecida como Pagu, é uma rica fonte de reflexão. Que tal refletir nesses lindo poema de Patrícia Galvão?

Na verdade, o texto nos apresenta a figura do canal como uma metáfora da vida e da experiência interior da poeta, revelando camadas de significado e desespero.

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Poema “Canal” de Patrícia Galvão

Nada mais sou que um canal
Seria verde se fosse o caso
Mas estão mortas todas as esperanças
Sou um canal
Sabem vocês o que é ser um canal?
Apenas um canal?

 Evidentemente um canal tem as suas nervuras
As suas nebulosidades
As suas algas
Nereidazinhas verdes, às vezes amarelas
Mas por favor
Não pensem que estou pretendendo falar

Em bandeiras
Isso não

Gosto de bandeiras alastradas ao vento
Bandeiras de navio
As ruas são as mesmas.
O asfalto com os mesmos buracos,
Os inferninhos acesos,
O que está acontecendo?
É verdade que está ventando noroeste,
Há garotos nos bares
Há, não sei mais o que há.

Digamos que seja a lua nova
Que seja esta plantinha voacejando na minha frente.
Lembranças dos meus amigos que morreram
Lembranças de todas as coisas ocorridas
Há coisas no ar…
Digamos que seja a lua nova

Iluminando o canal
Seria verde se fosse o caso
Mas estão mortas todas as esperanças
Sou um canal.

O que podemos aprender com esse lindo poema de Patrícia Galvão?

Ao afirmar “Nada mais sou que um canal”, Pagu expressa uma sensação de redução do ser a um mero meio de passagem, um espaço onde coisas acontecem, mas que não têm permanência ou impacto duradouro.

A imagem de um canal, com suas algas e nebulosidades, evoca uma existência que contém fragmentos de vida, memórias e impressões, mas que, no entanto, está desprovida de esperança.

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A repetição da frase “Sou um canal” reforça a ideia de uma identidade que se dilui em sua própria falta de propósito.

Logo, o canal é um espaço passivo, por onde fluem elementos que não deixam marcas profundas.

Outros poemas de Patrícia Galvão

Confira aqui também ótimos poemas e textos de Patrícia Galvão para refletir sobre a vida e buscar ser uma pessoa melhor todos os dias.

1 – Fósforos de segurança

Indústrias tais
Fatais.
Isso veio hoje numa pequena caixa
Que achei demasiado cretina
Porque além de toda essa história
De São Paulo — Brasil
Dava indicações do nome da fábrica.

Que eu não vou dizer.
Porque afinal o meu mister não é dizer
Nome de indústria
Que não gosto nem um pouquinho
De publicidade
A não ser que
Isso tudo venha com um nome de família
Instituição abalizada
Que atrapalha a vida de quem nada quer saber
Com ela.

Ela, ela, ela.

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2 – Hoje me falaram em virtude

Tudo muito rito, muito rígido
Com coisinhas assim mais ou menos
Sentimentais.

Tranças faziam balanças
Nas grandes trepadeiras
Estávamos todos por conta de.

Nascinaturos espalhavam moedinhas
Evidentemente estavam brincando
Pois evidentemente, nos tempos atuais

Quem espalha moedas
Ou é louco, ou é porque
está brincando mesmo.

O que irritou foi o porquê. 

3 – Um peixe.

Um pedaço de trapo que fosse
Atirado numa estrada
Em que todos pisam
Um pouco de brisa
Uma gota de chuva
Uma lágrima
Um pedaço de livro
Uma letra ou um número
Um nada, pelo menos
Desesperadamente nada.

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4 – Natureza morta

Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas.
Estou dependurada na parede feita um quadro.
Ninguém me segurou pelos cabelos.
Puseram um prego em meu coração para que eu não me mova
Espetaram, hein? a ave na parede
Mas conservaram os meus olhos
É verdade que eles estão parados.
Como os meus dedos, na mesma frase.
Espicharam-se em coágulos azuis.
Que monótono o mar!

Os meus pés não dão mais um passo.
O meu sangue chorando
As crianças gritando,
Os homens morrendo
O tempo andando
As luzes fulgindo,
As casas subindo, 
O dinheiro circulando,
O dinheiro caindo
Os namorados passando, passeando,
O lixo aumentando,
Que monótono o mar!

Procurei acender de novo o cigarro.
Por que o poeta não morre?
Por que o coração engorda?
Por que as crianças crescem?
Por que este mar idiota não cobre o telhado das casas?
Por que existem telhados e avenidas?
Por que se escrevem cartas e existe o jornal?
Que monótono o mar!

Estou espichada na tela como um monte de frutas apodrecendo
Si eu ainda tivesse unhas
Enterraria os meus dedos nesse espaço branco
Vertem os meus olhos uma fumaça salgada
Este mar, este mar não escorre por minhas faces.
Estou com tanto frio, e não tenho ninguém …
Nem a presença dos corvos.

Você gostou desse lindo poema de Patrícia Galvão para refletir sobre a vida? Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares essas lindas palavras de amor.

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.