O mais lindo poema de amor para tocar os corações

O poema de João Cabral de Melo Neto tem uma das melhores reflexões sobre o poder do amor em nossas vidas e você vai se surpreender.

A verdade é que um dos poemas mais lindos e profundos de João Cabral de Melo Neto irá abrir o seu coração para o amor e paz interior.

No poema “O amor comeu meu nome” de João Cabral de Melo Neto, somos levados a uma caminhada cheia de possibilidades através da qual o amor consome nossa existência.

Com isso, o texto do escritor incentiva seus leitores a refletir sobre como o amor pode ser tanto uma força criativa e destrutiva, 

Foi pensando nisso que selecionamos um poderoso poema reflexivo de João Cabral de Melo Neto para tocar seu coração. Se inspire também as lindas frases de João Cabral de Melo Neto para refletir sobre a vida.

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O mais lindo poema de amor para tocar os corações. (Imagens: Pexels)

Poema de “O amor comeu meu nome” de João Cabral de Melo Neto

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu
retrato. O amor comeu minha certidão de idade,
minha genealogia, meu endereço. O amor comeu
meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos
os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas
camisas. O amor comeu metros e metros de
gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o
número de meus sapatos, o tamanho de meus
chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a
cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas
médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas,
minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus
testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de
poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações
em verso. Comeu no dicionário as palavras que
poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso:
pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto
ainda, o amor devorou o uso de
meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada
no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto
mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu
a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de
propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos
que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde
irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta,
cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas.
O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos,
e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua
chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba
de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam
sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas
de automóvel. 

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a
água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os
mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde
ácido das plantas de cana cobrindo os morros
regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo
trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de
cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de
que eu desesperava por não saber falar
delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas
folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de
meu relógio, os anos que as linhas de minha mão
asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro
grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da
terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e
minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu
silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Um poema que mostra os efeitos do amor

O poema mostra aos leitores a ideia de que o amor não faz distinção entre o que é visível e o que está escondido. 

Na verdade, o escritor João Cabral de Melo Neto é um dos renomados autores da cultura nordestina e muitas das suas obras são transformadoras.

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No texto, você pode observar que o sentimento devora roupas, gravatas e utensílios de uso pessoal.

Porém, ele também saboreia:

  • Pensamentos;
  • Criatividade;
  • Expressões. 

Você precisa entender que o amor não é seletivo, mas, sim, algo que se alimenta do que somos e do que poderíamos ser. Dos poemas lindos sobre a lua a textos de amor sobre a vida, a literatura brasileira é cheia de inspiração.

O amor também é retratado como um desmantelador do tempo. Portanto, aprendemos que ele esvazia as expectativas de futuro e enfraquece a compreensão do passado. 

Construindo novas coisas com o amor

Apesar de seu apetite insaciável, o amor não é pintado como um vilão. Em vez disso, o poema de João Cabral de Melo Neto destaca que o amor é uma força inevitável na vida. 

Assim como ele “devora”, ele também transforma. Com certeza você já viu ou ouviu alguém transformado pelo amor, não é mesmo?

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Sabendo disso, o amor faz questionar quem éramos e quem poderíamos ser, fazendo cada um de nós entender certas circunstâncias da vida. Tenha também lindas reflexões com poema mais lindo de Oswald de Andrade para ler a boa literatura brasileira.

Por outro lado, esse sentimento também desafia o ser humano a reconstruir a identidade a partir do zero, a criar uma nova narrativa e uma nova história.

O essencial da vida está no amor

O poema de João Cabral de Melo Neto lembra bem os seus leitores que o amor é uma parte intrínseca da vida. 

Na verdade, o escritor molda, desafia e transforma os seus leitores a entender o quanto o amor deve ser inserido em nossas vidas todos os dias. 

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A literatura brasileira é cheia de boas reflexões e até o poema mais lindo de Augusto dos Anjos pode abrir sua mente para a arte e amor.

Além disso, por ser um processo doloroso, porém, essência de nossa humanidade, devemos ter mais amor em tudo. Logo, o amor não só devora, mas também renova, faz renascer em uma nova identidade – uma nova vida. 

Você gostou desse lindo poema de João Cabral de Melo Neto para tocar seu coração com amor e paz? Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares essas lindas palavras.

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.