Jovem cria iniciativa para levar mangás aos moradores de favela

Ed Cura, morador da comunidade de Fallet-Fogueteiro, Rio de Janeiro, está se tornando uma grande inspiração para os jovens de onde vive.

Pensando em espalhar a motivação de apreciação de animes pelos jovens, Ed aproveitou um momento de dificuldade para estimular um conhecimento à mais.

Durante os apertos da pandemia, o jovem de 26 anos disse que encontrou nas suas crianções uma saída. Ao G1, contou que:

“Eu estava sem renda, sem grana para pagar a terapia e eu precisava fazer alguma coisa para ser minha válvula de escape. Eu já trabalhava com fotografia, mas eu não estava ‘trampando’ com shows e afins. Eu juntei a fotografia com o mundo do anime dentro da fotografia, como se os personagens estivessem vivendo no Rio de Janeiro”.

As montagens com animes os mostram em momentos simples no Rio de Janeiro. Como não poderia ser diferente, é uma arte mais linda que outra.

 

Para ele, esse é um momento muito propício para espalhar uma nova cultura. E que pode ser uma pegada bem especial para acabar com tal afunilamento da parte de quem conhece os animes.

“Tem uma galera aqui na comunidade que gosta muito desse tipo de conteúdo só que nunca se sentiu à vontade para falar”, contou Ed sobre a tal seletividade de quem conhece os animes.

Os planos para a criação de uma biblioteca

Conforme tudo isso se expandiu, Ed começou a sonhar na construção de uma biblioteca para a população conhecer mais mangás. Para ele, quem mais consome os são os que possuem condições melhores.

“Um amigo me doou uns 40 ou 50 mangás e eu tive a ideia de pensar ‘cara, não tem lógica eu ter 50 livros e deixar na minha prateleira pegando poeira. É muito mais cabível eu criar um sistema que todo mundo possa ler’. Foi quando eu criei a Mangateca. Para quem não sabe, é a biblioteca de mangás, ou seja, mangateca. Com isso, eu já ganhei três mil livros. Todos de doação”.

Se você puder ajudá-lo com mais doações Mangateca que vai surgir em breve no Fallet está de braços abertos para agregar.

O projeto está recebendo doações de materiais, de recursos financeiros e claro, de quem puder ajudar de qualquer forma.

“Querendo ou não, a gente está numa caixinha de estereótipo. Se você mora na favela, a gente tem que falar de funk, futebol e violência. Só que não. Eu posso falar sobre qualquer coisa: balé, anime, ciência. Quando eu comecei a entender que eu podia falar e ninguém ia me segurar, foi quando eu comecei colocar mais a cara para fazer vídeo e chamar mais uma galera, que tinha o mesmo sentimento, para fazer parte da equipe”.

Amanda Ferraz
Escrito por

Amanda Ferraz

Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.