Orgulho da família: irmãs tiram nota mil na redação do Enem
Tirar mil na redação do Enem não é para qualquer um. E quando uma mesma família tem duas pessoas que alcançam a nota máxima? Aí a comemoração é mais do que merecida e motivo de muito orgulho.
A redação é a etapa mais temida no Enem para inúmeros alunos. Além das correções serem bastante rigorosas, o tema, muitas vezes, pega os candidatos de surpresa. Mas, se tem uma dupla que tirou esse desafio de letra, são as irmãs Giovanna Dias e Ana Olívia. Elas conseguiram nota máxima na redação!
Tudo começou com Ana Olívia em 2014. Ela fez a prova do Enem e tirou nota mil na redação. Sete anos depois, em 2021, chegou a vez da sua irmã Giovanna, estudante de escola pública, repetir essa admirável façanha.
“Assim que consegui acessar meu boletim, fui acordar a Ana Olívia. Ela acabou de se formar em medicina [aos 25 anos] e está trabalhando muito; tinha ido dormir no meio daquela confusão da espera pelas notas. Quando contei do ‘mil’, ela ficou em choque e me abraçou muito!”, diz Giovanna, em entrevista ao G1.
Giovanna, à esquerda, repetiu a façanha da irmã Ana Olívia, à direita (Imagens: Arquivo Pessoal)
A irmã mais nova quer seguir os mesmos passos da Ana Olívia e também fazer Medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Giovanna diz que antes não tinha esse sonho, mas que mudou sua visão quando passou acompanhar o dia a dia da Ana Olívia.
O internato, a relação com os pacientes, o trabalho no sistema de saúde, entre outros, despertaram o interesse da estudante. Nos próximos dias, a Giovanna fará a inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Por meio dele, os estudantes usam a nota no Enem para garantir uma vaga na universidade. Quanto maior for a pontuação (incluindo aí a nota da redação), mais chances o aluno tem de conseguir entrar no curso dos sonhos.
Ana Olívia (à direita) se formou em Medicina e irmã quer seguir carreira na mesma área (imagem: arquivo pessoal)
Dedicação aos estudos
A nota mil na redação foi conquistada com muita dedicação, estudo e preparo. A Giovanna terminou o Ensino Médio em dezembro de 2020 e, no ano seguinte, focou seus estudos para o Enem.
“Tentei apostar mais no lado prático: priorizei exercícios, simulados e treinos de textos. Fui ganhando confiança para montar a estrutura da dissertação, aí passei a focar no meu repertório cultural. Quando vi o tema de 2021 [‘invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil’], já decidi quais seriam as minhas referências. Na introdução, falei do quadro ‘Retirantes’, de Cândido Portinari. No desenvolvimento, citei os historiadores José Murilo de Carvalho e Florestan Fernandes, e mencionei um dado sobre desigualdade”, explica ao G1.
Essa capacidade de fazer conexões com outras áreas do conhecimento, citar autores, obras e dados é extremamente valorizada pelos corretores do Enem. Ao se preparar e ter isso em mente, Giovanna já tinha dado um grande passo para ir bem na redação.
Mas é claro que, logo após o Enem, o nervosismo bateu. Ela até enrolou um pouco antes de ver a nota porque tinha medo do desempenho ter sido insuficiente. Uma situação normal para todo estudante que está diante da prova que pode decidir seu futuro.
No final, deu tudo certo – e coloca certo nisso! A família, com certeza, deve ser só orgulho. Parabéns para as irmãs e que o exemplo delas inspire muitas pessoas!
Escrito por
Marcelo Silva
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.