Implante INÉDITO faz homem com paralisia cerebral falar; adivinha qual sua frase favorita?
O sistema tem a capacidade de transformar ondas cerebrais em palavras, fazendo com que um homem com paralisia cerebral, identificado apenas pelo apelido BRAVO1, voltasse a falar.
Depois de sofrer um AVC aos 20 anos, um morador com paralisia cerebral dos Estados Unidos, cuja identidade não foi revelada, perdeu a capacidade de falar. Ele continua com as suas funções cognitivas, mas não consegue mais pronunciar palavras de uma maneira que as pessoas possam entender. Ou melhor, não conseguia. Graças ao implante inédito de uma neuroprótese, ele tem suas ondas cerebrais transformadas em frases projetadas em um monitor.
O homem de 30 anos, identificado apenas pelo codinome BRAVO1, já conseguiu falar mais de mil palavras com a nova técnica. Sua frase favorita é “tudo é possível”, o que tem muito a ver com essa grande façanha da ciência.
Um dos responsáveis por essa inovação é Sean Metzger, pesquisador da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF). O estudo foi publicado na conceituada revista Nature Communication.
Veja, no vídeo abaixo, uma demonstração, em inglês, de como funciona o sistema.
O paciente costumava se comunicar com um lápis óptico iluminado que fica preso a um boné de beisebol. Ele, então, apontava com a cabeça as letras em uma tela, formando as palavras a partir daí. Quando foi incluído no estudo, em 2019, BRAVO 1 teve um eletrodo de alta densidade implantado em seu cérebro, bem na parte responsável pela fala.
O equipamento consegue detectar os impulsos elétricos gerados ali quando o homem tenta falar. “[Ele] gostou muito da experiência porque pode se comunicar [de forma] rápida e facilmente conosco. Aprendi muito sobre ele”, disse Metzger, segundo O Globo.
Pontos de melhoria
O sistema é capaz de decodificar mais de 1.150 palavras, o equivalente a cerca de 85% do conteúdo das frases usadas rotineiramente na língua inglesa. Uma simulação mostrou que esse número pode chegar a mais de 9 mil palavras, que é a quantidade de palavras que a maioria das pessoas usa no decorrer de um ano. A interface leva 1 minuto para decodificar 29 letras.
Claro que ainda há pontos a serem aprimorados. Um deles é a taxa de erro, que está em 6%. Ou seja, a cada minuto, cerca de sete palavras ainda saem erradas.
Por conta de ser uma operação complexa e de alto risco, é difícil que esse dispositivo seja instalado em um grande número de pacientes. No entanto, a conquista, por si só, já é digna de ser comemorada e mostra a capacidade humana de fazer coisas que, há pouco tempo, pareciam impensáveis.
Como bem disse o BRAVO1, tudo é possível! Vamos continuar torcendo para que médicos, cientistas e pesquisadores continuem avançando em estudos e inovações que melhorem a vida das pessoas. Não é exagero pensar que, daqui a alguns anos, sofreremos menos com doenças que, hoje, parecem incuráveis ou irreversíveis.
Nossa esperança está na ciência!
Fonte: O Globo
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.