Humilhada por ser nordestina, empreendedora cria negócio que fatura R$ 100 milhões
A Meire Medeiros sentiu na pele o preconceito: quando saiu do Rio Grande do Norte e foi para São Paulo, viu muitas portas se fecharem somente pelo fato de ser nordestina. Hoje, a empreendedora é dona de um negócio no setor de eventos que arrecadou R$ 100 milhões no ano passado.
Quando se fala em empreendedorismo, são comuns as histórias de pessoas que saíram do zero ou deram a volta por cima depois de um fracasso ou humilhação. A Meire Medeiros se encaixa nesse último caso. Ela chegou em São Paulo com 23 anos de idade vindo de Natal (RN).
A Meire chegou na capital paulista por conta própria, sem experiência ou contatos profissionais. “Vim para uma temporada de férias e me apaixonei pela cidade. Não tirava a ideia da cabeça de voltar e viver por aqui para sempre”, disse, segundo a Exame.
Uma vez em São Paulo, ela viu que as coisas não seriam fáceis, começando pelo preconceito que encontrou. Muitas empresas fecharam as portas pelo fato de ser uma mulher nordestina. A empreendedora conta que alguns anúncios de empregos vinham com um aviso de que a vaga não aceitava nordestinos.
Vendo a dificuldade de conseguir um emprego no mercado de trabalho formal, decidiu buscar renda por outros caminhos. A alternativa encontrada foi vender assinatura de revistas. Até que percebeu um setor em ascensão: a hotelaria, especialmente a parte de eventos corporativos, que envolvem grandes empresas.
“Comecei com muita ousadia, pois precisava aprender muita coisa. Naquela época, os organizadores de eventos me perguntavam sobre termos projetores nos hotéis, por exemplo, e eu respondia: ‘O que é isso?’. Mas logo transformei a desinformação em aprendizado.”
Nascimento do negócio
Sentindo a realidade do setor na prática, a Meire percebeu que o mercado de eventos tinha uma carência de profissionais capacitados que ela poderia suprir. “Agências de eventos não cuidavam da assessoria adequada para o evento, não havia atenção aos detalhes. Pensei: as empresas precisam de alguém que não apenas faz eventos, mas sim os assessora”, explica.
A partir daí, nascia a sua nova empresa, uma agência especializada em organização em eventos. Mas você acha que o preconceito deixou de aparecer? Ela ainda era vítima de discriminação de chefes e executivos do setor. Meire chegou a ouvir que uma “nordestinazinha” não conseguiria construir um negócio de sucesso. Revoltante, não é?
No entanto, a vontade de vencer era maior do que as dificuldades. Com muito trabalho e dedicação, Meire seguiu em frente e criou a MM (uma referência ao seu nome e sobrenome), agência de eventos que atende grandes empresas como Pfizer, Siemens, Colgate, YouTube, Lenovo, entre outras.
A receita da empresa chegou a R$ 100 milhões no ano passado. Uma história que serve de inspiração para muitas pessoas que também têm o sonho de empreender e criar grandes negócios. Por mais que as dificuldades sejam grandes, não se esqueça que sonhos são inegociáveis.
Fonte: Exame
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.