Comprimido de dose única contra HIV é aprovado pela Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova novo medicamento para o HIV que combina dois retrovirais e é administrado em dose única
Hoje por volta de 920 mil pessoas convivem com o vírus HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento atingiram carga viral indetectável e por isso não transmitem por via sexual, segundo informa o portal do governo.
A taxa de 77% indica uma rejeição do tratamento de 23% dos portadores. Existem vários motivos para rejeição do tratamento, um deles é o preconceito e o outro é a rotina necessária para a administração dos medicamentos.
Nesse contexto, o Dovato, como é chamado o novo medicamento, que é uma combinação das substâncias lamivudina e dolutegravir sódico, aparece como um meio de simplificação do processo terapêutico.
O medicamento foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e é o primeiro remédio administrado em dose única.
A agência ressalta que já existem terapias com comprimidos únicos para combate ao HIV, mas que o Dovato é o único a ser administrado no início do tratamento, a chamada primeira linha, momento crucial para o paciente.
“A aprovação representa um avanço no tratamento das pessoas portadoras do vírus que causa a Aids, já que reúne em uma dose diária dois antirretrovirais que não estavam disponíveis em um só comprimido“, disse a agência reguladora, em nota.
Segundo bula homologada do remédio, ele promove o aumento na contabilização das células CD4, um glóbulo branco presente no sangue que é fundamental na manutenção do sistema imunológico, pois age combatendo as infecções.
Mas principalmente, ele age no organismo do paciente reduzindo a presença do vírus causador da Aids, controlando-o e mantendo-o em um nível baixo e seguro.
Mais um forte aliado
A expectativa da agência, do governo brasileiro e órgãos de apoio a soropositivos, é que o medicamento aumente a adesão ao tratamento, fazendo com que o percentual de brasileiros infectados em procedimento aumente.
Embora não haja um remédio que cure a doença, na medida que a ciência avança surgem novas descobertas e com elas esperanças de que ela está cada vez mais próxima.
O que temos por ora é o tratamento, que tem se mostrado muito eficaz, possibilitando uma vida normal.
Detalhes do medicamento
O novo remédio terá eficácia na administração para regime completo da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) em adolescentes acima 12 anos e adultos, desde que pesem mais de 40 kg, não detenha histórico de tratamento antirretroviral antecedente ou em substituição ao regime antirretroviral atual em pessoas com supressão virológica.
A patente do produto foi concedida ao laboratório GlaxoSmithKline Brasil Ltda, que trouxe o medicamento para o Brasil, e apresentou os estudos de eficácia e segurança com dados que sustentaram as indicações autorizadas.
“Aproximadamente metade das pessoas que vivem com HIV e fazem uso de terapia antirretroviral utilizam dolutegravir em seus tratamentos“, disse em nota a farmacêutica.
A aprovação do novo medicamento Dovato foi assegurado pelos estudos globais de referência GEMINI 1 e 2 que incluíram mais de 1.400 adultos vivendo com HIV, e pelos resultados do estudo TANGO, apresentados na Conferência Internacional da Sociedade de Aids sobre Ciência do HIV 2021 (IAS 2021).
Fonte: Folha de São Paulo
Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.