Brasileiro sai de SP e chega até a Times Square a bordo de um Uno; conheça essa história
Superando a desconfiança e as críticas da família, Luiz subiu no seu Uno e foi dirigindo até a Times Square, em Nova York. Uma aventura cheia de histórias e causos para contar.
Você toparia pegar um Fiat Uno 2002 e ir dirigindo até os Estados Unidos? Parece loucura para você? Saiba que foi exatamente isso que fez o Luiz Torelli, paulista de 38 anos que saiu de Nova Odessa, no interior de São Paulo, e foi até a Times Square, em Nova York, dirigindo.
Sua aventura foi registrada na página do Instagram Um a Uno, que já tem 261 mil seguidores – e deve ir crescendo ainda mais agora que a história saiu na imprensa.
Tudo começou em 2021, quando o Luiz sobreviveu a um caso grave de apendicite. Nessa ocasião, depois de ficar muito próximo de morrer, ele decidiu que faria da sua vida algo grandioso e colocaria o pé na estrada rumo aos EUA.
“Disseram que eu não passaria nem do Paraná e eu falei: ‘Beleza, vocês vão me ver lá na Times Square’”, disse Luiz, segundo a GQ. As críticas e a desconfiança da família serviram de combustível para ele seguir em frente na sua aventura. No Instagram, ele fazia uma postagem a cada limite ultrapassado.
Chegou à Times Square, mas decidiu que não vai parar por aí. A viagem continua até Boston. Depois disso, Luiz vai decidir os próximos passos. “A gente se habitua com viagens de longa distância. Pra mim não existe mais fronteira, limite, não existe nada muito longe.”
Perrengues
Obviamente, a viagem teve perrengues e obstáculos, começando pelo próprio Uno, que deu problemas e precisou passar por manutenção no meio do caminho, em Lima, no Peru. Felizmente, a resolução foi relativamente fácil. “Tive um problema com um dos parafusos que segura o motor, mas logo foi resolvido. Nenhum pneu furou, mas acabei trocando os quatro com a ajuda de uma empresa de lá”, explica.
O pior perrengue aconteceu na Colômbia, quando uma estrada foi fechada por narcotraficantes e Luiz disse que achou que seria sequestrado. Felizmente, nada de grave aconteceu. No Texas, outra dificuldade: os agentes do controle de fronteira não queriam deixá-lo passar, desconfiados de que ele estaria querendo morar no país ilegalmente. “Tive que provar com extratos bancários e depósitos. Eles estavam resistentes, falaram que eu podia ser deportado.”
O único trecho que não foi percorrido de carro foi da Colômbia para o Panamá, no limite entre América do Sul e América Central. Não valia a pena se arriscar na selva de Darién, uma região que tem a fama de ser intransitável e muito perigosa. A solução foi colocar o Uno em um container e pegar um avião.
No total, Luiz já percorreu 18 mil km e contou com doações de gente que se identificou com a sua aventura. Um feito incrível de dar inveja a muitas pessoas que também têm vontade de viajar, se arriscar e desbravar o mundo com a mesma coragem e determinação que ele.
Fonte: GQ
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.