Bailarina com problemas de audição e locomoção cria projeto de aulas de balé e violão para surdos e cegos
Apaixonada por dança desde criança, bailaria autodidata com doença rara tem um projeto que leva de aulas de balé e violão para surdos e cegos. Confira!
“Desistir” não é uma palavra que está no vocabulário de Wilmára Marliére de Paula. Apaixonada por dança desde que se entende por gente, aos 12 anos percebeu que estava perdendo a audição e começou a viver um pesadelo que poderia impedir que ela continuasse nesse mundo artístico.
No entanto, nem mesmo esse obstáculo foi o suficiente para afastar Wilmára da sua maior paixão. Apesar dessa limitação, ela continuou a estudar balé através de jornais e revistas, tornando-se autodidata. Então, aos 22 anos, conseguiu o registro de bailarina profissional!
Infelizmente, com o passar dos anos os seus problemas de saúde foram se intensificando e a dançarina recebeu o diagnostico da Síndrome de Arnold Chiari, que provoca perda de audição e de equilíbrio devido a uma má formação no crânio. Ela então precisou passar por quatro cirurgias de risco e até mesmo chegou muito perto de parar de andar ou não sobrevier.
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“Eu sofro com muitas dores. Foram muitas cirurgias dolorosas, mas eu preciso continuar dançando. Se eu parar, atrofio. Fiz uma escolha, fisioterapia e dança. Eu escolhi dançar”, disse em entrevista ao G1.
Toda essa longa batalha inspirou a balaria de 55 anos a ajudar outras crianças e jovens com algum tipo de deficiência. Assim nasceu o projeto Céu na Terra, que oferece aulas de balé e violão para surdos e cegos.
Para dar vida ao projeto, Wilmára precisou estudar muito a parte de acústica e desenvolveu diversos materiais rústicos. “A criança que chega no projeto é estimulada e tem um resultado incrível. Ela se desenvolve. É uma prioridade para mim desenvolver e estimular a pessoa”, explicou.
O Céu na Terra é realizado no Colégio Arnaldo em Belo Horizonte e tem o apoio da família da dançarina. Seu marido, Wéberty Marliére, é quem dá aulas de violão para pessoas cegas, enquanto Wilmára e a irmã Meiry de Paula ensinam balé.
SUPERAÇÃO
Todo o trabalho e história da bailarina é compartilhada em uma conta oficial do Instagram, que conta com mais de 40 mil seguidores. Por lá, ela mostra a sua rotina de danças, fisioterapias e trabalho no projeto – que também possui uma rede social exclusiva para a divulgação das atividades.
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O projeto acontece graças a projetos de leis de incentivo à cultura e também conta com patrocínios para realizar os trabalhos e comprar materiais para as aulas. Quem quiser ajudar, com qualquer valor que for, pode entrar em contato com a Wilmára diretamente pela DM do seu Instagram!
Em recente postagem emocionante, a dançarina mostrou uma foto que presenta muito bem a sua paixão pelas sapatilhas. Na legenda ela escreveu: “Imagem de um momento, entre Deus e Eu. Meu coração estava disparado, meu corpo tremia, era uma mistura de gratidão e incerteza. Mas, eu consegui! Mais uma vez, ainda em reabilitação, subi na ponta dos pés e fiz um ensaio fotográfico dos sonhos”.
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Que coisa mais linda, Wilmára! Que você continue sendo essa fonte de inspiração e força para todos os seus alunos e os demais apaixonados pela música e dança.
Fonte: G1.
Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.