Após 12 anos de internações em hospitais, nadadora se torna campeã das Paralimpíadas Escolares
Emanuelle Victoria se acostumou a uma vida entrando e saindo de hospitais. Precisou vencer muitas barreiras até se tornar uma nadadora cheia de talento e potencial e conquistar o ouro nas Paralimpíadas Escolares de 2022.
Desde o seu nascimento, Emanuelle Victoria entrou e saiu muitas vezes de hospitais. Foram 12 anos de várias internações pelo fato de ter nascido com mielomeningocele (uma falha na formação da coluna vertebral e da medula espinhal) e hidrocefalia (acúmulo de líquor dentro do cérebro). A jovem, hoje com 15 anos, descobriu a natação e se tornou medalha de ouro nas Paralimpíadas Escolares de 2022.
Emanuelle, que é de Mandaguari (PR), conquistou o primeiro lugar nos 50 metros livres da Classe S6. A jovem alcançou o melhor tempo da sua carreira, concluindo a prova com 43s22. Com essa marca, ela se torna também uma das cinco melhores do Brasil na modalidade.
“A sensação é de que comecei a viver agora. Nunca imaginei que isso tudo aqui existia. Eu só conhecia o hospital e a minha casa. Aqui, tenho amigos e pessoas que me compreendem. Posso distrair minha cabeça. A água me ajuda a resolver problemas”, comemora a nadadora.
Mas nada disso seria possível sem a ajuda da mãe, Regina Célia, que sempre esteve ao lado da filha, nos momentos bons e difíceis. Ela gastou todas as economias da família para bancar as cirurgias que garantiram a sobrevivência da Emanuelle.
Inclusive, na última operação, a garota ficou um ano e meio internada no Hospital Sarah Kubitscheck, em Brasília (DF). A cirurgia foi para corrigir a rotação da tíbia, osso que se localiza entre os joelhos e os pés. No caso da Emanuelle, o pé ficava para trás e, graças à cirurgia, foi posicionado para frente, na posição correta.
Descoberta do talento na natação
Aliás, a natação surgiu justamente após a cirurgia, como forma de fisioterapia recomendada pela equipe do hospital. Em 2019, ela começou a fazer aulas em Maringá (PR), cidade vizinha de Mandaguari. “Três meses depois da primeira aula, ela já se sagrou campeã nos jogos escolares do estado. Das cinco provas que disputou, ganhou quatro. Hoje, ela tem autonomia de fala, superou a timidez, amadureceu e ganhou autoestima.” As palavras são do seu técnico, José Alípio Gouveia.
A meta agora é levá-la ao Parapan-Americano de Jovens. A competição será disputada em 2023, na Colômbia, e representa uma grande oportunidade para a Emanuelle mostrar seu talento e ir ainda mais longe na natação.
Muito legal conhecer essa história e saber que o esporte abre portas e é um lindo instrumento de inclusão e de transformação de vidas. Que mais pessoas com deficiência fiquem sabendo das vitórias da Emanuelle e se inspirem nela para também traçarem uma carreira grandiosa nos campos, nas quadras, nas picinas, nas pistas de atletismo, enfim, em todos os lugares e modalidades.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Cidadania
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.