Apaixonada por dirigir, idosa se torna a adorável ‘Vovó do Uber’ aos 73 anos
Idosa de 73 anos apaixonada por dirigir é motorista de aplicativo e faz sucesso entre passageiros como a 'Vovó do Uber'
Em Santos, idosa de 73 anos é motorista de aplicativo por prazer de dirigir, acumula elogios e se torna personalidade amada da cidade: a “Vovó do Uber”.
Para a maioria das pessoas, a terceira idade é o momento da vida de sombra e água fresca, de descansar de todo o trabalho feito ao longo da vida. Não são poucos os que reservam parte dos ganhos da vida para garantir que a aposentadoria seja uma férias eterna.
Mas para uma vovozinha de Santos essa visão está totalmente errada. Maria Albina Oliveira da Cruz, de 73 anos, é moradora de Santos e dirige diariamente através da Uber. Para alguns isso seria um ato desesperado por mais dinheiro, mas não.
Ela dirige exclusivamente por prazer!
Ser motorista de aplicativo é o seu hobby e ela pratica oito horas diárias de segunda a sexta e já está há três anos e meio na plataforma. Seu perfil já tem registrado 14 mil viagens, uma média de 22 viagens por dia e nota máxima de avaliação.
Dona Maria conta que nesses quase quatro anos teve problemas apenas com três passageiros e fala que enquanto as pessoas veem dirigir como um trabalho, para ela é um passeio. Uma forma de ver o movimento e as novidades da cidade.
“Não é o dinheiro que me prende. Quando começa a escurecer, eu paro, pois se eu ficar muito tempo dirigindo à noite, começa a me dar ansiedade. Gosto de dirigir durante o dia“, ressalta a motorista cinco estrelas.
Ela que já trabalhou como corretora de imóveis e costureira conta que quando conheceu o aplicativo, três anos atrás, enfim descobriu o emprego dos seus sonhos. Esse é o trabalho que ela não vê como algo pesado, mas sim como uma terapia.
Uma terapia diferente
E se tem uma coisa que ela não gosta é quando vem perguntar sua idade querendo questionar o porquê dela estar trabalhando. “É um negócio que me deixa contente”, diz ela com a resposta na ponta da língua.
A família é a primeira, preocupada com a saúde dela, a questionar o seu trabalho, mas com ela não tem conversa e a resposta já é pronta: “Vou ficar sentada fazendo o quê? Eu quero ir para a rua, meu negócio é a rua”.
Ela conta que uma das dificuldades nessa trajetória de motorista foi a pandemia. Maria lembra que ficou reclusa durante cinco meses, mas mesmo com os protestos da família, ela voltou para rua para executar os seus serviços.
Outra dificuldade foi se adaptar ao uso da ferramenta de GPS, mas hoje ela é especialista no aplicativo.
Dona Maria conta que há algo especial e mais valioso que o dinheiro que ela ganha: as avaliações deixadas pelos passageiros. Dentre eles estão ‘motorista excelente’, ‘vovó fantástica’ e testemunhos de passageiros que se sentem acalentados por lembrar da figura de suas avós ao encontrar essa motorista super fofa.
Apesar da preocupação dos familiares, ver a “Vovó do Uber” bem e levando um pouco de conforto aos passageiros é algo emocionante. É certo que todos que passam pelo seu carro lembram de suas avós, que estão em casa ou já partiram.
Lembram o quanto é quentinho o colo da vovó e o seu carinho. Que por trás de uma rotina louca de trabalho, existem pessoas que precisam da nossa atenção. A vovózinha de Santos é exemplo para todos de que a vida não para na terceira idade.
Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.