Pandemia: 5 impactos na saúde mental

Estamos acostumados a fiscalizar nossa saúde física, mas é importante notar os sinais que nosso cérebro nos dá. Como anda sua saúde mental?

Alguns países já estão saindo do isolamento e se recuperando das baixas ocasionadas pela pandemia de coronavírus. Só para ilustrar, nações como Nova Zelândia, Itália, Alemanha e a própria China estão tentando voltar à rotina normal, na medida do possível. Enquanto isso, aqui no Brasil apesar do número de óbitos estar aumentando gradativamente, as medidas de isolamento estão cada vez mais flexíveis. Sendo assim, é provável que nossa situação de reclusão social tenda a ser estendida até que a transmissão do COVID-19 esteja sob controle. Isso significa que ainda não existe previsão de quando será seguro sair de casa novamente. Logo, nossa jornada quarentener segue sem nenhuma atualização.

Pois bem, diante desse cenário, se tornou costumeiro nos atentarmos à nossa saúde física. Em contrapartida, muitas pessoas tendem a se tornar alheias a importantes sintomas relacionados ao seu psicológico. Visto que essa pandemia ocasionou uma brusca mudança de hábito é plausível que a mesma tenha resultado em implicações na saúde mental de algumas pessoas. De acordo com um artigo produzido por integrantes do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o recente fenômeno pelo qual estamos passando pode ter provocado repercussões psicológicas negativas as quais devemos nos atentar, estejam elas se manifestando em nós mesmos ou em alguém próximo.

Progressão de algum tipo de dependência

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Visto que nossas rotinas simplesmente deixaram de existir, resultando em um eterno limbo de imprevisibilidade doméstica, muitas pessoas tendem a buscar uma forma de escapismo. Felizmente, ferramentas como redes sociais e serviços de streaming tem sido altamente procurados pelos quarenteners. No entanto, é preciso se atentar à esse tipo de necessidade. Embora grande parte da população tenda a se apoiar em passatempos não-nocivos, também existem aqueles que aumentam seu consumo de álcool, cigarro e até alimentos. Então, caso sua necessidade de algo esteja se tornando sufocante, é uma boa ideia procurar atendimento especializado.

Desenvolvimento de sintomas obsessivo-compulsivos

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Em tempos de globalização, adquirir informações não é um problema. No entanto, saber como filtrá-las, sim. O constante aumento do compartilhamento de notícias falsas, atualmente, tem incluído videos e mensagens alarmantes sobre o vírus em questão. Como resultado disso, por vezes, as pessoas acabam contrariando as orientações de autoridades sanitárias e minimizando os efeitos da doença. Posteriormente, pode ser que tais comportamentos contribuam para uma situação de pânico. Como se isso não fosse suficiente, se um indivíduo chegar a suspeitar que está infectado pelo novo coronavírus, ele pode acabar desenvolvendo sintomas obsessivo-compulsivos. Só para ilustrar uma forma de projeção desses sintomas, podemos citar a repetida verificação de temperatura corporal, o excessivo uso de álcool em gel ou a constante autoanálise no aplicativo do SUS.

Ansiedade

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Quando dizem que é importante manter a calma nessa situação, não é apenas forma de falar. Acontece que, a ansiedade pode acabar provocando interpretações equivocadas das sensações corporais. Logo, a pessoa pode acabar confundindo os sinais da doença e se dirigindo desnecessariamente a serviços hospitalares. Assim, nesse equívoco, ela pode acabar sendo verdadeiramente contaminada e contribuindo para a transmissão do vírus.

Estresse

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Desde que o coronavírus foi declarado um emergência global, uma pandemia, o mundo começou a desacelerar a ponto de quase parar. Com medidas de isolamento sendo a única forma eficaz de evitar a transmissão, as mais variadas instituições e estabelecimentos começaram a fechar as portas. Nem mesmo os estúdios hollywoodianos escaparam dessa paralisação. Contudo, essa quarentena provocou coisas piores do que a estagnação do comércio, ela criou barreiras de conexões. Sendo assim, pessoas deixaram de seguir suas rotinas, conversarem com amigos, visitarem familiares e isso pode acabar resultando em um estressor.

Depressão

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Considerando que toda essa pandemia envolvendo o COVID-19 é extremamente recente, ainda não há muitos estudos sobre o tema e seu impacto social. No entanto, dentre as pesquisas populacionais já realizadas até o momento, existe uma com enfoque na população chinesa. Incluindo 1.210 participantes, esse estudo revelou sinais moderados à severos de depressão em 16,5% deles. Embora o número não pareça tão significativo, é preciso ter em mente que se tratam de pessoas com o psicológico debilitado. Logo, a luta contra o estigma em torno da depressão deve ser fortalecida nesse período de isolamento.

Fontes: BBC Scielo

Letícia Dias
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Letícia Dias

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