3 formas simples de ensinar a mentalidade de crescimento para seus filhos
Segundo pesquisas, praticar a mentalidade de crescimento faz com que os obstáculos que enfrentamos sejam mais superáveis. Saiba como ensiná-la às crianças.
Pesquisas sugerem que acreditar na capacidade humana de mudar está ligado a menos depressão, melhor saúde e maior realização.
Essa é a “mentalidade de crescimento”, uma ideia pioneira da pesquisadora de Stanford, Carol Dweck.
É o oposto de uma “mentalidade fixa”, a ideia de que as pessoas nascem inteligentes ou não, gentis ou não, fortes ou não – e as pessoas simplesmente não mudam tanto assim.
De acordo com essa pesquisa, quando praticamos uma mentalidade de crescimento, os obstáculos que enfrentamos parecem mais superáveis. É crucial para nós percebermos que não estamos desamparados; podemos crescer e nos adaptar.
Tão importante quanto nos vermos como capazes de crescer, no entanto, é a crença de que alguém que está nos desafiando também pode mudar.
Essa perspectiva libera parte da pressão que podemos sentir e nos ajuda a pensar mais em termos de desafios do que ameaças.
Porém, não devemos apenas acreditar na capacidade de outras pessoas mudarem para benefício próprio. Nós somos os mais beneficiados quando vemos possibilidades nos outros.
Por exemplo, um estudo recente descobriu que os adolescentes que aprenderam sobre a mentalidade de crescimento em relação ao bullying – ouvindo que os agressores podiam mudar e que ninguém estava preso como agressor ou vítima – eram mais resistentes ao estresse social.
Mesmo quando eles foram ignorados ou se sentiram tímidos, por exemplo, eles não ficaram sobrecarregados ou fisicamente estressados. Sete meses depois, eles estavam até obtendo notas melhores.
Essa é uma ideia bastante fácil de sugerir, e talvez você já acredite nela. Mas se você é pai ou educador, o desafio está em ajudar as crianças a verem as vantagens e as formas que podem ser aplicadas às suas vidas e relacionamentos.
Aqui estão algumas dicas para ajudar as crianças a transformar uma mentalidade fixa em uma de crescimento.
Como explicar os benefícios sociais
Embora haja alguma controvérsia sobre a má aplicação da pesquisa de mentalidade nas escolas, um número crescente de estudos sugere que fomentar uma mentalidade de crescimento (também conhecida como “teoria incremental da personalidade”) ajuda os alunos a lidar melhor com os desafios sociais.
Relações aprimoradas entre colegas: uma simples crença na possibilidade de mudança pode ter um efeito poderoso em nosso pensamento – potencialmente nos libertando para superar a ansiedade e um sentimento de fracasso no meio do conflito entre colegas e da exclusão dos pares.
A pesquisa também indica que acreditar que as personalidades podem mudar, pode diminuir a agressividade e o comportamento de retaliação.
Empatia: uma mentalidade de crescimento pode nos levar a nos esforçar para ter mais empatia – particularmente quando é um desafio.
Se estivermos com dificuldades para entender o chamado “idiota” em nossas vidas, poderemos dizer a nós mesmos: “Essa pessoa pode estar passando por momentos difíceis agora, mas ela pode mudar seu comportamento com o tempo”.
Cooperação: finalmente, se acreditarmos que as personalidades são maleáveis e as situações podem mudar, também podemos aplicar esse pensamento a grupos.
Adolescentes israelenses e palestinos que aprenderam a ideia simples de que grupos de pessoas também podem mudar, demonstraram maior cooperação em uma tarefa conjunta de construção de torres.
Eles mostraram emoções mais positivas e construíram uma torre muito maior do que os participantes do grupo de controle no estudo.
Acreditar na capacidade humana de mudar está ligado a menos depressão, melhor saúde e maior realização”. ― Amy L. Eva
Embora a mensagem básica acima pareça gerar inúmeros benefícios sociais, os pesquisadores nos alertam para não usar padrões excessivamente simplificados de “pessoas que podem mudar” à medida que compartilhamos informações sobre a mentalidade de crescimento.
Não é legal colocar toda a carga em alguém que está sendo intimidado ou enfrentando circunstâncias injustas. Quando abordamos o bullying e a vitimização, tanto os agressores quanto os espectadores devem fazer parte da conversa – e da solução.
Três maneiras de ensinar uma mentalidade de crescimento
Muitos estudos de mentalidade de crescimento apresentam atividades de leitura e escrita breves, em que os participantes aprendem sobre nosso potencial humano de crescimento, aplicam seu aprendizado e o compartilham com os outros.
Se você deseja recriar uma experiência de aprendizado semelhante em casa ou na sua sala de aula, aqui estão alguns elementos que você pode incluir.
Fale sobre o bullying e a exclusão social: por que os agressores praticam bullying? As vítimas são sempre vítimas? Quais características os agressores e vítimas compartilham? Os agressores ou as vítimas podem mudar?
O objetivo aqui é desafiar as visões simplificadas de “agressores” e “vítimas”. Explorar essas questões pode nos ajudar a perceber que nem agressores nem vítimas são fundamentalmente defeituosos ou destinados a permanecer sempre em seu papel.
Explore a mentalidade de crescimento versus mentalidade fixa: As crianças devem começar a entender que, acreditar que as habilidades e características das pessoas podem mudar, pode nos deixar mais motivados e otimistas sobre a solução de problemas.
Então, você pode aplicar esses conceitos à ideia de bullying: os agressores e as vítimas podem crescer e mudar? Como podemos mudar algumas de nossas ideias fixas sobre eles – ele é uma pessoa má; ninguém gosta de mim – para ideias mais flexíveis?
Reforçar a aprendizagem através do ensino: a pesquisa demonstra que o aprendizado e a compreensão podem ser significativamente aprimorados quando você ensina o que está aprendendo.
Convide crianças mais velhas ou adolescentes a desenvolver várias dicas e perguntas para discussão sobre a mentalidade de crescimento. Em seguida, encontre um momento em que eles possam compartilhar essas ideias com crianças mais novas (ou irmãos).
Obstáculos ao crescimento
Considere os seguintes cuidados e esclarecimentos da pesquisadora de mentalidade Carol Dweck:
Você não pode ter uma mentalidade de crescimento o tempo todo: é importante notar que uma mentalidade de crescimento não é um atributo pessoal ou estado de ser, é uma maneira de pensar ou uma estratégia de enfrentamento que podemos aplicar em uma determinada situação.
Não é algo que você simplesmente tem ou não tem.
Todos nós experimentamos mentalidades fixas também: todas as pessoas são uma mistura de mentalidade fixa e de crescimento, e ninguém tem uma mentalidade de crescimento pura o tempo todo.
Se quisermos nos beneficiar de uma mentalidade de crescimento, precisamos entender como uma mentalidade fixa e de crescimento podem se desenrolar em diferentes situações.
Por exemplo, uma mentalidade de crescimento pode ser útil em situações em que sentimos ansiedade ou uma sensação de fracasso.
Cuidado com seus gatilhos: no entanto, às vezes é realmente difícil acessar uma mentalidade de crescimento.
Gatilhos de mentalidade fixa, como se sentir ameaçado, comparado ou criticado, podem nos fazer sentir defensivos e inseguros, de modo que pode ser difícil acreditar na capacidade de mudança.
As mentalidades fixas também podem desencadear emoções constrangedoras negativas, como a vergonha, que pode desencadear sinais de estresse no corpo quando reagimos a ameaças potenciais.
Estudos sugerem que a mentalidade de crescimento contraria a resposta de luta ou fuga, nos ajudando a encarar os problemas sociais como desafios.
Isso nos ajuda a adaptar, mudar e crescer – as principais características da resiliência.
Quando promovemos a crença de que as pessoas realmente têm o potencial de mudar, liberamos a nós mesmos e aos outros para realmente fazer isso.
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Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Greater Good Magazine escrito por Amy L. Eva, Ph.D.
Imagens: pexels.com e pixabay.com
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Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.