10 razões pelas quais os adolescentes de hoje são tão ansiosos
A psicoterapeuta Amy Morin acredita que a ansiedade ainda é uma questão desconhecida entre os adolescentes, mas, curiosamente, é o motivo que mais leva pessoas ao seu consultório. Conheça 10 razões pelas quais os adolescentes andam ansiosos.
O New York Times publicou recentemente um artigo intitulado “Por que os adolescentes americanos sofrem de ansiedade severa mais do que nunca?” em que o autor relata a batalha de vários adolescentes com ansiedade ao longo de alguns anos.
Realmente, estamos vendo muita ansiedade entre os jovens atualmente.
A psicoterapeuta, palestrante universitária e autora de “13 coisas que os pais mentalmente fortes não fazem”, Amy Morin, acredita que essa é uma questão desconhecida entre os adolescentes.
Curiosamente, é o motivo que mais leva pessoas – de todas as idades – ao seu consultório. Quais são os reflexos dessa “onda” de ansiedade entre os adolescentes?
Algumas pessoas estão superando um medo incapacitante do fracasso. Outras se preocupam tanto com o que seus colegas pensam que são incapazes de agir.
Alguns enfrentaram muitas dificuldades durante a juventude; mas outros – que também experimentam a ansiedade – têm famílias estáveis, o apoio dos pais e muitos recursos.
Amy elenca os 10 principais motivos:
1. A tecnologia oferece uma “fuga não-saudável”.
O acesso constante aos dispositivos digitais permite que as crianças escapem de emoções desconfortáveis como o tédio, a solidão ou a tristeza, imergindo-se nos jogos quando estão no carro.
Agora, estamos vendo o que acontece quando uma geração inteira passou sua infância evitando desconforto.
Seus eletrônicos substituem oportunidades de desenvolvimento cognitivo e não são capazes de criar as habilidades necessárias para lidar com os desafios do dia a dia.
2. A felicidade se tornou superficial.
A felicidade é tão enfatizada em nossa cultura que alguns pais pensam que é trabalho deles fazer seus filhos felizes o tempo todo.
Quando uma criança está triste, seus pais o animam. Ou quando ela está brava, eles a acalmam.
As crianças crescem crentes se não se sentem felizes e isso cria muita confusão interna.
Elas não entendem que é normal sentirem-se frustradas, culpadas, desapontadas e com raiva, às vezes.
3. Os pais estão superestimam seus filhos em excesso
Dizer coisas como “você é o aluno mais inteligente da sua turma” não cria autoestima.
Em vez disso, pressiona as crianças a viverem com esses rótulos irreais.
Isso pode levar a um medo incapacitante do fracasso ou da rejeição.
4. Estamos nos tornando escravos da competição
Muitos pais se tornaram “assistentes pessoais” dos seus adolescentes.
Eles trabalham duro para garantir que seus filhos possam competir: contratam tutores e treinadores de esportes e pagam caríssimo por cursos preparatórios.
Será que isso garante uma “boa impressão” na faculdade? Pra quê tantos cursos e aulas particulares?
Sem equilíbrio, os pais acabam enviando para seu filho a mensagem de que ele precisa competir e ganhar – sempre.
Desgastante, não?
5. As crianças não estão exercitando suas habilidades emocionais
Enfatizamos a preparação acadêmica e nos esforçamos muito pouco para ensinar às crianças as habilidades emocionais de que precisam para ter sucesso.
De fato, uma pesquisa nacional entre calouros universitários revelou que 60% deles se sentem emocionalmente despreparados para a vida universitária.
Saber como gerenciar seu tempo, combater o estresse e cuidar dos seus sentimentos são habilidades indispensáveis para a saúde.
Por isso, não é de se admirar que os adolescentes se sintam tão ansiosos com os aborrecimentos diários.
6. Os pais se veem como protetores em vez de guias
Em algum momento, muitos pais se tornam as próprias cicatrizes emocionais e físicas de seus filhos.
Eles se tornaram tão superprotetores que as crianças crescem acreditando que são muito frágeis para lidar com a realidade.
7. Os adultos não sabem ajudar as crianças a enfrentar seus medos do jeito certo
Encontramos dois extremos: pais que empurrando seus filhos para fazerem coisas que os aterrorizam e os que simplesmente não estimulam as crianças.
Mais uma vez, é preciso equilíbrio.
Sem a prática de se colocar diante de seus medos de forma acolhedora, com gentileza e orientação, as crianças nunca ganham confiança para poderem enfrentar seus medos.
8. Os pais são guiados pela culpa e pelo medo
Ter um filho desperta emoções desconfortáveis, como culpa e medo.
Muitas vezes, os pais não deixam seus filhos saírem do alcance de sua vista porque têm medo e se sentem culpados quando dizem “não”.
Consequentemente, eles ensinam que emoções desconfortáveis são intoleráveis.
9. As crianças não têm tempo suficiente para brincar
Enquanto os esportes e os clubes organizados desempenham um papel importante na vida das crianças, os adultos criam e aplicam regras.
Brincadeiras e jogos sem regras específicas despertam as habilidades vitais das crianças, como resolver desentendimentos sem intervenção de um adulto.
Além disso, brincar sozinha faz a criança se sentir confortável consigo mesma.
10. As hierarquias familiares estão fora de ordem
Embora os filhos tenham a impressão de estarem no comando, no fundo, eles sabem que ainda não são capazes de tomar decisões maduras.
Eles querem – e precisam – que seus pais sejam líderes.
Mas quando essa hierarquia fica confusa – ou até mesmo virada de cabeça para baixo – a ansiedade dispara.
Como lidar com a epidemia de ansiedade?
Criamos um ambiente que promove a ansiedade nos jovens, em vez da resiliência.
Embora não possamos prevenir todos os transtornos de ansiedade – já que também existe um componente genético – podemos fazer um melhor trabalho ajudando as crianças a desenvolverem não só sua mente, mas também suas emoções.
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Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Psychology Today escrito por Amy Morin.
Imagens: pexels.com e pixabay.com
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Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.