Esqueça o celular: entenda porque sua presença é sua melhor dádiva
A única coisa pior do que não ouvir alguém é fingir que está ouvindo. Por que as pessoas estão tão distantes? Internet? Celulares? Redes sociais? Entenda porque estar realmente presente é a melhor coisa que você pode fazer com as pessoas que ama.
“Quando você ama alguém, a melhor coisa que pode oferecer é sua presença. Como pode amar, se você não está presente?” – Thich Nhat Hanh.
A única coisa pior do que não ouvir alguém é fingir que está ouvindo.
Dar um murmúrio vago de concordância ou um balançar a cabeça rapidamente para dizer “Sim, estou ouvindo, claro”, quando, na verdade, não estamos.
Eu me lembro como se fosse hoje de um jantar que tive com amigos há mais ou menos quatro anos. Estive viajando pela Nova Zelândia durante doze meses e tinha acabado de chegar no Reino Unido. Viajando de carro para a casa do meu amigo, eu imaginei como a noite seria…
Haveria muita risada (é sempre muito engraçado quando nos encontramos).
Haveria muitos abraços (afinal de contas, eu não os via há um ano)!
Haveria muitas histórias para contar (eu poderia compartilhar minha aventura épica).
Tudo isso aconteceu? De certa maneira, sim, mas não como eu imaginava.
Na verdade, eu saí de lá me sentindo um pouco irritado, um pouco chateado.
No início, eu não consegui descobrir o porquê. Meus amigos eram as mesmas pessoas legais de estar perto.
Apesar de “ter encontrado a mim mesmo” enquanto viajava (eu brinco), senti que era praticamente a mesma pessoa.
Então, o que foi diferente?
A constante. Telefones. Celulares.
A tarde inteira foi estragada por infinitas selfies, vídeos, atualizações de status, recebendo chamadas, fazendo chamadas e notificações. Distrações, após distrações, após distrações.
Houve momentos em que você conseguia ouvir um alfinete cair enquanto nós quatro, com os rostos iluminados pelo brilho do celular, estávamos sentados, com as mãos coladas em nossos aparelhos eletrônicos.
Ironicamente, dizendo para quem estava no Facebook e Instagram o quanto nós estávamos nos divertindo aquela noite.
Para começar, eu estava bravo com os meus amigos. Mas aí eu percebi que estava, na verdade, bravo comigo mesmo. Eu era igualmente culpado e, afinal de contas, pessoas com tetos de vidro não devem jogar pedras.
O que poderia ter sido, ou melhor, o que deveria ter sido uma tarde para estarmos profundamente presentes uns com os outros, cada um de nós oferecendo nossa total atenção, foi estragada pela tecnologia, pelas redes sociais, arruinada pelos celulares intrometidos.
A minha viagem foi mais sobre acampamentos e conversas profundas sob as estrelas, então esta tarde foi como retornar para a realidade. A maioria de nós têm dificuldades em largar o telefone.
Se pararmos para pensar, que mensagem isso passa aos seres humanos em frente de nós quando estamos ocupados no telefone?
Eu fiz uma promessa naquela tarde de tentar melhorar isso, a ser mais presente com amigos e família, qualquer um com quem esteja me comunicando.
Eu não queria fazer ninguém se sentir como me senti naquela tarde – sem ser ouvido e sem importância.
Olhando para hoje, bem, estou bem melhor, mas longe da perfeição.
A tecnologia certamente é uma barreira enorme à presença, mas não é a principal culpada.
A principal culpada vive entre nossas orelhas, a mente.
A mente é bem parecida com um despertador falante, e você não tem controle de quando ele vai tocar e o que vai dizer.
Por exemplo, eu posso estar sentado frente à frente com alguém, fisicamente a poucos centímetros de distância, mas, conscientemente, em outro mundo.
Ao invés de ouvir o que a pessoa sentada em nossa frente está dizendo, nós ouvimos nossos pensamentos.
Hey, eu deixei o forno aceso hoje cedo quando saí de casa?
Tomara que eu não esteja com mau-hálito.
Por que aquele estranho está rindo ali no canto – minha cueca está aparecendo?
Ou qualquer outra coisa. Qualquer coisa. Qualquer outro pensamento pode surgir a qualquer momento, momentaneamente levando meu foco para longe da pessoa na minha frente.
Para nossa sorte, as pessoas nem sempre podem ter certeza de quando nós não estamos totalmente presentes com elas, principalmente se somos falsos ouvintes experientes, capazes de dar uma resposta bastante convincente, como “Sim, claro, eu te entendo”.
Às vezes eu percebo que a pessoa com quem estou falando percebe que eu não estava ouvindo. Eu me sinto mal e peço desculpas por ser um ser humano, antes de retornar à conversa.
Por outro lado, quando alguém está nos ouvindo atentamente, totalmente presente conosco no momento, nós temos certeza. Sem sombra de dúvidas, porque nós sentimos.
É difícil traduzir esses momentos em palavras, mas você sabe.
Momentos em que estamos totalmente presentes com alguém e é recíproco, é como mágica, como se o resto do mundo desaparecesse no pano de fundo.
Como a primeira vez que se apaixona e você se sente conectado; você sente a dança da comunicação, a ressonância, a sincronicidade, a unicidade.
É isso. Para mim, isso que é presença. A unicidade.
Algumas das minhas maneiras favoritas de estar presente e cultivar a unicidade são:
Contato visual
Os olhos são mesmo as janelas da alma. Fazer contato visual realmente faz com que as pessoas saibam que estão sendo ouvidas.
Ouvir para compreender ao invés de ouvir para responder.
Estamos apenas presos em nossas mentes se escutamos puramente para planejar nossas respostas. Sintonizar-se com as palavras das pessoas e também como elas dizem as palavras tem me ajudado muito a me conectar com as pessoas.
Limitar distrações
Tecnologia desligada. O mundo pode esperar.
Lembra dos dias em que só existiam telefones fixos e, se você não estava em casa, as pessoas deixavam uma mensagem e pacientemente esperavam por uma resposta? Que felicidade.
Hoje em dia, estamos disponíveis no celular, Facebook, Messenger, Instagram, Snapchat, e-mail…a lista continua.
O modo avião é meu amigo. Toda vez que eu quero estar presente, eu ativo o modo avião.
Expressões faciais
Quando escuto alguém de verdade, eu acho que simpatizo com ele muito mais. Minhas expressões faciais irão refletir isso naturalmente, mostrando que eu entendo como eles estão se sentindo. Todos nós desejamos ser compreendidos.
Daqui algumas semanas, voltarei para o Reino Unido passar um tempo com a minha família. Na verdade, este será o primeiro Natal em seis anos que estaremos todos juntos (meus queridos pais, irmã mais velha, irmão mais novo e eu).
Uma parte de mim está triste sabendo que, ao redor do mundo, haverá famílias sentadas em suas salas, rodeadas por seus parentes, mas não estarão lá de verdade.
Distraídos por suas próprias mentes, seus celulares ou talvez seus novos presentes.
Não precisa ser assim. Jogos de tabuleiro podem ser jogados e conversas podem acontecer, com presença, juntos.
Na verdade, nós não precisamos esperar o período de festas para nos conectarmos desta forma, pois todo momento, toda conversa oferece uma chance de estar presente um com o outro.
Mas o período de festas, para mim, é uma oportunidade de ouro.
Estar rodeado por aqueles que mais amamos e estar com eles mais que apenas fisicamente, mas emocionalmente e espiritualmente também. Isso vale mais que qualquer presente que você receberá este ano. Nessas festas, dê presença.
Compartilhe esse conteúdo com seus amigos e incentive-os a estarem mais presentes!
Você acha a sociedade está deixando de estar presente? Comente!
Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Tiny Bhudda escrito por Will Aylward.
Crédito das imagens: pexels.com e pixabay.com
Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.