O poema mais lindo de Drummond vai te emocionar hoje

O poema mais lindo de Drummond te fará entender o porquê certas circunstâncias do sentimento amor devem acontecer em nossas vidas.

O fato é que esse poema mais lindo de Drummond te fará olhar para o sentimento de amar de forma diferente – prepare as lágrimas para as grandes emoções.

Carlos Drummond de Andrade, um dos mais celebrados poetas da literatura brasileira, destaca bem como o amor pode agir em nossas vidas.

Na verdade, ele presenteia seus leitores com a sua peculiar visão do amor no poema “O Amor Bate na Porta” e ela pode transformar sua reflexão sobre o mundo.

Confira a seguir o texto na íntegra o poema “O Amor Bate na Porta” de Carlos Drummond de Andrade e entenda o porquê essa obra é tão significante.

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O poema mais lindo de Drummond vai te emocionar hoje. (imagens: Unsplash)

Poema “O Amor Bate na Porta” de Carlos Drummond de Andrade

Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!

O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…

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Um poema que fala de amor de forma diferente

No poema, Carlos Drummond de Andrade apresenta o amor retratado como um agente perturbador da ordem cotidiana.

Você já percebeu o quanto o amor, às vezes, pode ser capaz de várias coisas assustadores? Ele pode:

  • Inverter perspectivas;
  • Despir convenções;
  • Desnudar almas. 

Parando para observar essa questão, aprendemos que o amor transcende barreiras, transformam até as rotinas matinais prazerosas e faz cada um de nós enxergar o mundo de cabeça para baixo. 

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Portanto, nesse sentido, o amor é como um terremoto emocional que abala as estruturas, desafiando sempre a racionalidade e a lógica.

Um amor que cura todas as feridas

Esse poema de Drummond sugere que o amor é um instrutor. Podemos observar que esse sentimento é uma entidade que ensina lições profundas e muitas vezes desconcertantes. 

A verdade é que esse escritor faz seus leitores pular muros, subir em árvores, se arriscar em busca de algo que pode resultar em dor:

Ele diz o seguinte:

Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Com isso, podemos observar que o amor é um mestre que expõe a feridas, porém, também oferece a possibilidade de cura. Você está disposto a correr esse risco?

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Logo, é aí que reside a beleza intrínseca desse sentimento. O poema de Drummond faz a pessoa se sentir vivo, mesmo quando o sentimento machuca.

Um poema para enxergar o amor com outros olhos

Na última estrofe, o escritor contempla a diversidade do amor e a complexidade das relações humanas ao olharmos de outro ângulo.

O fato é que Drummond observa:

  • Corpos e almas que se conectam;
  • Beijos que se entrelaçam;
  • Mãos que conversam e viajam sem mapa. 

O poema diz o seguinte:

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…

Na verdade, é como se o poeta dissesse aos seus leitores que o amor é uma experiência única para cada pessoa.

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Logo, uma jornada sem roteiro prévio, uma linguagem que transcende a compreensão racional, o amor pode ser transformado quando vivido de verdade.

Viver bem é amar de verdade

Por fim, podemos observar também que o poema de Drummond convida cada um de nós a mergulhar no turbilhão do amor.

Esse texto do escritor apontar para um caminho onde precisamos aceitar as contradições, suas dores e alegrias do amor na vida.

Com isso, o amor é, afinal, um mistério que enriquece nossas vidas, mesmo quando desafia e deixa perplexos, precisa ser vivido.

Nessa dança complexa da nossa existência, encontramos beleza na imperfeição e aprendizado na vulnerabilidade quando amamos, quando amamos de verdade.

Você gostou desse lindo poema de Carlos Drummond de Andrade que abre nossos corações para um compreensão nova do amor? Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares essas lindas palavras de amor.

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.