Estudo nacional com pele de tilápia auxilia em cirurgia de córneas de cachorros. Vem conferir!

Um estudo da Universidade Federal do Ceará está usando pele de tilápia em cirurgia de córneas de cachorros. Entenda a pesquisa!

Não há nada pior para um tutor de pet do que ver o seu bichinho sofrendo, não é mesmo? E quem tem um shih-tzu, pug ou bulldog sabe muito bem que esses animais têm uma predisposição maior a ferimentos na córnea. Na maioria dos casos, esses problemas necessitam de intervenções cirúrgicas com uma membrana comercial, importada e de alto custo.

Mas, graças ao avanço de uma pesquisa feita Universidade Federal do Ceará (UFC), o sofrimento desses pets está com os dias contados!

Mirza realizou a pesquisa no mestrado e teve resultados muito positivos!
Créditos: Viktor Braga/UFC Informa

Liderados pela cirurgiã veterinária Mirza Melo, os pesquisadores do Programa de Medicina Translacional estão usando a pele da tilápia como um tratamento curativo. O objetivo é agilizar a regeneração de cães e gatos que passaram por intervenções cirúrgicas na córnea, inclusive em casos de perfuração.

Até agora, mais de 400 animais passaram pelo procedimento com a tecnologia e os resultados são bem positivos, viu? De acordo com Mirza, que realizou a pesquisa no mestrado, os pacientes tiveram o restabelecimento da visão. Incrível!

COMO É FEITO?

O tratamento é realizado com a matriz dérmica acelular (MDAPT) da pele da tilápia. Em palavras mais simples, a MDAPT é uma espécie de “lâmina de colágeno puro”. “Ela funciona como uma doadora de colágeno para essas estruturas (oculares) e promove o reparo e uma maior transparência na cicatrização”, explicou a pesquisadora.

Além do baixo custo, a pele de tilápia também tem outras vantagens, como ação de combate à dor e o fato de ser estéril, o que não promove a contaminação em situações em que a lesão já está infectada.

O estudo focou em cachorros. Apenas 10 gatos foram testados.
Créditos: Pexels

Assim, a recuperação do animal é mais tranquila. Um baita alívio para os tutores que não precisam trocar curativos o tempo todo!

A pesquisa focou mais em cachorros e apenas dez gatinhos foram testados (mas todos com sucesso). Mas calma! Os felinos são os próximos na lista de tratamento teste. Afinal, eles são mais suscetíveis a processos inflamatórios do que os cães, como explica a veterinária.

ESTUDOS, PRÊMIO E AVANÇOS

As pesquisas com pele da tilápia começaram em 2014, no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), vinculado à Faculdade de Medicina da UFC. A princípio, os estudos eram focados no desenvolvimento de um curativo para tratar queimaduras, úlceras varicosas e outras feridas até evoluir para a matriz dérmica.

Com o sucesso das pesquisas e resultados, a pele de tilápia passou a ser usada em outros casos, como reconstrução vaginal e redesignação de sexo (masculino para feminino).

Para você ter uma ideia do avanço desses estudos, em 2020 a pele de tilápia ajudou a recuperar centenas de vítimas da explosão que ocorreu em Beirute, no Líbano. Além disso, a pesquisa pioneira “A pele de tilápia: um novo biomaterial para tratamento de queimaduras, feridas, cirurgias ginecológicas e medicina regenerativa” ganhou o Prêmio Euro Inovação na Saúde, da indústria Eurofarma Laboratórios S.A, também em 2020.

Os estudos ocm pele de tilápia começaram em 2014, no Brasil, e já estão sendo aplicados em hospitais do mundo inteiro.
Créditos: Viktor Braga/UFC

Que orgulho dos pesquisadores desse país! Por mais e mais estudos que possam ajudar tanto humanos, quanto pets!

Fonte: Agência UFC.

Mariana Sanches Otta
Escrito por

Mariana Sanches Otta

Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.