Paciente com câncer terminal tem remissão completa graças à terapia em estudo no SUS
Um paciente de 61 anos enfrentava um câncer há mais de uma década e já estava em cuidados paliativos. Mas graças a uma terapia celular em estudo no SUS, ele teve remissão completa da doença. Entenda esse caso incrível!
Paulo Peregrino, de 61 anos, lutava contra o câncer a mais de uma década e estava prestes a receber cuidados paliativos quando uma luz no fim do túnel apareceu em sua vida: um tratamento com terapia celular em estudo na rede pública. Em apenas um mês, ele teve remissão completa do seu linfoma!
Até agora, 14 pacientes já receberam o tratamento com o CAR-T Cell, que tem verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O protocolo é adotado pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Hemocentro de Ribeirão Preto e o Instituto Butantan.
A técnica é aplicada em poucos países e o Brasil é o único da América Latina a utilizá-la. Para você ter uma ideia, o tratamento só existe na rede privada brasileira e tem um custo de ao menos R$ 2 milhões.
Mas, graças às parcerias das universidades com os institutos de pesquisa, os pacientes que receberam o CAR-T Cell pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tiveram remissão de ao menos 60% dos tumores e não pagaram um único centavo pelo tratamento.
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“Devido ao alto custo, este tratamento não é acessível em grande parte dos países do mundo. O Brasil, por outro lado, encontra-se em uma posição privilegiada e tem a rara oportunidade de introduzir este tratamento no SUS em curto período de tempo“, explicou Dimas Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular CEPID-USP e do Núcleo de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto em entrevista ao G1.
Dimas desenvolveu a versão brasileira da tecnologia que tem como alvo três tipos de cânceres, linfoma não Hodgkin de células B, leucemia linfoblástica B e mieloma múltiplo.
FÉ E CIÊNCIA
Em postagem feita em seu perfil do Instagram Paulo mostrou as imagens do Pet Scan: uma de quando seu único destino era o os cuidados paliativos e o depois de receber tratamento com CAR-T Cell. A diferença é realmente impressionante, confira:
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“A vitória não é só minha. É da fé, da ciência e da energia positiva das pessoas. Cada uma delas ajudou a colocar um paralelepípedo nesse caminho. A imagem prova com muita clareza para qualquer pessoa a gravidade do meu linfoma, e eu não tinha ideia de que era assim”, afirmou Paulo.
Quem também comemorou o resultado foi Vanderson Rocha, professor da Faculdade de Medicina da USP e que esteve à frente do caso do publicitário.
“Foi uma resposta muito rápida e com tanto tumor. Fico até emocionado (ao ver as duas ressonâncias de Paulo). Fiquei muito surpreso de ver a resposta, porque a gente tem que esperar pelo menos um mês depois da infusão da célula”, afirmou o especialista.
FILA DE PACIENTES
Por enquanto, o tratamento é feito de forma compassiva, ou seja, quando o estudo aceita um paciente em estágio avançado de câncer. Assim, os médicos conseguem com a Anvisa uma autorização para aplicar método.
A estimativa é que 75 pacientes sejam tratados com o CAR-T Cell no segundo semestre de 2023. Tudo com a autorização da Anvisa e verbas públicas!
De acordo com Dimas, o estudo clínico custará R$ 60 milhões, mas em contrapartida economizará R$ 140 milhões em relação aos preços praticados pelas empresas privadas.
“Recentemente, apresentamos o projeto ao Ministério da Saúde e a expectativa é de apoio e financiamento para avançar essa importante tecnologia no país, que poderá iniciar uma nova indústria de biotecnologia”, explicou.
Ainda segundo o especialista, já existe uma fila de pacientes. “Os médicos que já sabem que nós estamos nesse processo mandam constantemente nomes de pessoas, e esses nomes estão sendo colocados numa fila por requisitos”, finalizou.
Que incrível! Por aqui, a gente torce para essa pesquisa avançar mais e mais!
Fonte: G1.
Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.