Vida de Adélia Prado mostra o quanto precisamos persistir para alcançar nossos sonhos
A literatura brasileira tem grandes nomes e obras que marcam a cultura e arte do Brasil. Confira aqui uma excelente biografia de Adélia Prado para conhecer mais sobre a escritora.
Considerada uma das melhores poetisas brasileiras, a escrito Adélia Prado é um grande fenômeno da literatura nacional.
As suas obras até hoje têm um impacto importante para a cultura brasileira, marcando novas gerações de escritores. Adélia Prado é um grande exemplo de superação.
O que muitas pessoas não sabem é que Adélia Prado é considerada uma voz feminina da poesia nacional, ganhando diversos prêmios e recebendo notoriedade internacional.
Confira a seguir alguns detalhes importantes sobre a biografia de Adélia Prado e se surpreenda com a história de vida e superação.
Onde Adélia Prado nasceu?
Nascida no dia 13 de dezembro de 1935, a escritora Adélia Prado é natural de Divinópolis, Minas Gerais.
Filha da dona de casa Ana Clotilde Correa e do ferroviário João do Prado Filho, ela iniciou seus estudos no Grupo Escolar Padre Matias Lobato.
Dando início a carreira como escritora, Adélia Prado escreveu seus primeiros versos em 1950, ano em que sua mãe faleceu.
Como foi a educação de Adélia Prado?
A talentosa escritora Adélia Prado foi uma dedicada estudante e já se destacava desde pequena.
Aluna do Ginásio Nossa Senhora do Sagrado Coração, ela deu seus primeiros passos na educação das letras.
Além de ingressar em 1951 na Escola Normal Mário Casassanta, Adélia Prado se formou professora em 1953.
Dois anos depois, a escritora começou a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Melo Viana Sobrinho, uma experiência única para sua carreira no futuro.
Quais são as primeiras publicações de Adélia Prado?
As primeiras obras da escritora Adélia Prado foram publicadas em formatos de poemas em jornais de Divinópolis e de Belo Horizonte.
Começando também suas parcerias literárias, ela dividiu em 1971 um livro chamado “A Lapinha de Jesus” com Lázaro Barreto.
Além disso, a sua estreia solo com escritora só aconteceu em 1975, publicando trabalhos originais dos seus poemas para o crítico literário Affonso Romano Sant’Anna.
Com isso, Affonso Romano Sant’Anna entregou os trabalhos da escritora para o próprio Carlos Drummond de Andrade.
Qual a relação de Adélia Prado com Drummond?
O grande escritor Carlos Drummond de Andrade ficou surpreso com as obras publicadas de Adélia Prado, sendo ele um das principais pessoas a reconhecer o talento dela.
Bastante impressionado com as poesias de Adélia Prato, Drummond enviou para uma editora os trabalhos da escritora.
Com isso, os poemas foram publicados no livro chamado “Bagagem”, uma obra que chamou a atenção dos críticos pelo estilo e originalidade.
As parcerias literárias de Adélia Prado
A escritora lançou alguns livros marcantes para a literatura brasileira, o que acabou chamando a atenção de outros escritores renomados.
Com isso, ela fez diversas parcerias com outros escritores, como, por exemplo:
- Carlos Drummond de Andrade;
- Affonso Romano de Sant’Anna;
- Clarice Lispector;
- Juscelino Kubitschek.
Além disso, publicado em 1978, a obra “O Coração Disparado” fez Adélia Prado ganhar o Prêmio Jabuti de Literatura.
Obras de Adélia Prado para conhecer melhor a escritora
- Bagagem (1975);
- Miserere (2013);
- O Pelicano (1987);
- A Faca no Peito (1988);
- Poesia Reunida (1991);
- Quero Minha Mãe (2005);
- A Duração do Dia (2010);
- Oráculos de Maio (1999);
- O Coração Disparado (1978);
- Cacos para um Vitral (1981);
- Terra de Santa Cruz (1981);
- Soltem os Cachorros (1979);
- O Homem da Mão Seca (1994);
- Os Componentes da Banda (1984);
- Duas Horas da Tarde no Brasil (1996);
- Estreia do Monólogo Dona da Casa (2000).
Poemas de Adélia Prado para conhecer mais sobre a escritora
1 – “Com licença poética”
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
2 – “Mulher é desdobrável. Eu sou.”
A formalística
O poeta cerebral tomou café sem açúcar
e foi pro gabinete concentrar-se.
Seu lápis é um bisturi
que ele afia na pedra,
na pedra calcinada das palavras,
imagem que elegeu porque ama a dificuldade,
o efeito respeitoso que produz
seu trato com o dicionário.
Faz três horas que já estuma as musas.
O dia arde. Seu prepúcio coça.
3 – “Fragmento”
Bem-aventurado o que pressentiu
quando a manhã começou:
não vai ser diferente da noite.
Prolongados permanecerão o corpo sem pouso,
o pensamento dividido entre deitar-se primeiro
à esquerda ou à direita
e mesmo assim anunciou o paciente ao meio-dia:
algumas horas e já anoitece, o mormaço abranda,
um vento bom entra nessa janela.
4 – “Um jeito”
Meu amor é assim, sem nenhum pudor.
Quando aperta eu grito da janela
— ouve quem estiver passando —
ô fulano, vem depressa.
Tem urgência, medo de encanto quebrado,
é duro como osso duro.
Ideal eu tenho de amar como quem diz coisas:
quero é dormir com você, alisar seu cabelo,
espremer de suas costas as montanhas pequenininhas
de matéria branca. Por hora dou é grito e susto.
Pouca gente gosta.
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Frases inspiradoras de Adélia Prado
Com perdão da palavra, quero cair na vida.
Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande.
Divago, quando o que quero é só dizer te amo.
Tudo que a memória amou já ficou eterno.
Não tenho mais tempo algum, ser feliz me consome.
O que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.
Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Era raiva não. Era marca de dor.
Não quero faca nem queijo. Quero a fome.
Há sempre uma razão, embora não haja nenhuma explicação.
Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra.
Estou no começo do meu desespero, e só vejo dois caminhos: ou viro doida, ou santa.
Eu mesma não entendo minha enormíssima paciência de ficar à toa, só pensando, pensando e sentindo.
…
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Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.