150º Aniversário de Julieta Lanteri, médica que ajudou a conquistar o direito de voto das mulheres
Com certeza você vai se inspirar com a trajetória de vida de Julieta Lanteri. Uma médica e ativista que fez muito pelos direitos das mulheres.
Para homenagear a médica ítalo-argentina Julieta Lanteri, a página inicial do Google desta quarta-feira, dia 22, fez uma linda homenagem.
O dia celebra o 150º aniversário da primeira mulher a votar na América do Sul. Considerado uma das maiores ativistas que luta pelos direitos das mulheres, Julieta Lanteri fez muito pela causa feminista.
Nascida no dia 22 de março de 1873 na província de Cuneo, a italiana e ativista Julieta se mudou para a Argentina quando tinha seis anos de idade.
Se dedicando à área da medicina, Julieta dedicou sua vida para a melhoria da saúde do seu país, principalmente a das mulheres e crianças.
Onde Julieta Lanteri nasceu?
A médica e ativista Julieta Lanteri nasceu na zona rural de Briga Marittima, província de Cuneo, Itália, onde atualmente se encontra La Brigue, França.
Os pais de Julieta, Mattea Guido e Pierre-Antoine Lanteri, se mudaram para a Argentina com suas duas filhas em 1879, onde boa parte da infância de Julieta foi em Buenos Aires e La Plata.
Como foi a educação de Julieta Lanteri?
Ela se tornou a primeira mulher a se matricular e estudar no Colégio Nacional de La Plata, colégio público preparatório, considerado um grande passo para o futuro das mulheres nos estudos.
Em 898, após se formar em farmacologia na Universidade de Buenos Aires em 1898, ela começou a estudar na Faculdade de Medicina da universidade.
Foi com a permissão do reitor, Dr. Leopoldo Montes de Oca, que Julieta Lanteri iniciou sua aventura no mundo da medicina para cuidar das pessoas com amor e dedicação.
Apesar de ser uma aluna estudiosa e dedicada, ela sofreu muitas oposições por parte dos conservadores que não aceitavam que uma mulher seguisse uma carreira profissional.
O início da carreira profissional de Julieta Lanteri
A ativista e médica Julieta Lanteri trabalhou por alguns anos na Secretaria de Assistência Pública de Buenos Aires, assim como no Hospital e Dispensário de Emergência.
O que muitas pessoas não sabem é que ela fez campanha por maior acesso aos cuidados médicos para as pessoas mais carentes.
Foi em 1906 que Julieta participou do Congresso Internacional do Pensamento Livre realizado em Buenos Aires.
O evento foi um grande passo para a luta feminista, pois contou com a presença de outras mulheres, como:
- Raquel Camaña;
- Elvira Rawson de Dellepiane;
- Petrona Eyle;
- Sara Justo;
- Cecilia Grierson;
- Adelia Di Carlo.
O Congresso deixou bem clara para o mundo as ideias relacionadas à obtenção da igualdade entre sexos, igualdade política e divórcio, dando assim mais direito às mulheres.
O primeiro Congresso Internacional de Mulheres
Para deixar a causa mais forte, Julieta ajudou a organizar o primeiro Congresso Internacional de Mulheres em 1910.
Anos mais tarde o congresso se tornaria também o primeiro Congresso Nacional do Bem-Estar Infantil. Ela lutou muito pelos direitos das mulheres e crianças.
Além disso, a inscrição de Julieta para um cargo de docente na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires foi negada porque ela era estrangeira residente.
Essa decisão acabou levando ela a solicitar a cidadania argentina.
A vida pessoal de Julieta Lanteri
Em 1910, Julieta Lanteri se casou com Alberto Renshaw. Após um processo de oito meses de duração, ela obteve a cidadania argentina em 1911 para continuar seus trabalhos e estudos.
Na verdade, o casamento foi em si polêmico, pois o esposo de Julieta era quatorze anos mais novo que a médica.
Com isso, o mesmo pretexto foi utilizado para negar mais uma vez a inscrição no curso de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da sua própria universidade.
O que poucas pessoas sabem sobre a vida dessa grande mulher é que ela passou por muitas privações na carreira educacional e profissional.
Como Julieta Lanteri morreu?
A médica e ativista dos direitos das mulheres foi atropelada no dia 23 de fevereiro de 1932 na avenida Roque Sáenz Peña, centro de Buenos Aires.
Mesmo passando dois dias internada no hospital, infelizmente, Julieta Lanteri morreu aos 58 anos de idade. O motorista que atropelou a médica fugiu do acidente.
Diversas pessoas compareceram ao funeral da médica e ativista, o que levou a especulações sobre o real motivo do atropelamento e morte de Julieta.
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Frases sobre feminismo para celebrar o aniversário de Julieta Lanteri
A melhor maneira de cultivarmos a coragem nas nossas filhas e em outros jovens é sendo um exemplo. Se elas virem as suas mães e outras mulheres nas suas vidas seguindo em frente apesar do medo, elas vão saber que é possível.
O feminismo deve contemplar todas as mulheres, é necessário perceber que não dá pra lutar contra uma opressão e alimentar outra.
Eu não sou livre enquanto alguma mulher não o for, mesmo quando as correntes dela forem muito diferentes das minhas.
Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre.
Quero que os homens se comprometam para que, assim, suas filhas, irmãs e mães se libertem do preconceito e também para que seus filhos sintam que têm permissão para serem vulneráveis, humanos e uma versão mais honesta e completa deles mesmos.
Sempre que me perguntam como cheguei a ser feminista, digo que não me fiz feminista, sempre fui. Desde criança. E não por ter lido um livro.
Eu decidi que não há nada de errado em se considerar feminista. Então, eu sou uma feminista e todas nós deveríamos ser feministas, porque feminismo é uma outra palavra para igualdade.
…
Gostou de saber mais sobre a biografia de Julieta Lanteri e como ela foi primordial para as causas feministas e os direitos das mulheres?
Então não perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares essas excelentes informações sobre a médica e ativista quem inspira até hoje diversas mulheres a lutarem por seus direitos.
Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.