De pedreiro a juiz concursado: a trajetória deste homem é uma grande inspiração
Eliezer Nunes Barros precisou parar de estudar para ajudar no sustento da família. Retomou os estudos aos 24 anos, trabalhou como pedreiro e hoje é juiz.
Eliezer Nunes Barros é o mais novo juiz do Tribunal de Justiça de Rondônia. No entanto, quem vê o homem de 39 anos sequer imagina tudo o que ele passou na vida: precisou parar de estudar para ajudar no sustento de casa e chegou a trabalhar como pedreiro.
Morando na zona rural, só conseguiu voltar a estudar aos 24 anos. Muitos teriam até desanimado e sequer teriam cogitado retomar a sua educação – felizmente, não foi o caso do Eliezer e hoje ele colhe os frutos dessa sábia decisão.
Após concluir o ensino médio pela Educação de Jovens Adultos (EJA), Eliezer começou a se preparar para o concurso de agente penitenciário do estado de Rondônia. E não é que ele foi aprovado? Nesse momento, teve a prova definitiva de que poderia ir ainda mais longe na sua carreira e na sua vida.
Incentivado por amigos, seguiu firme nos estudos e formou-se em Direito. Se a história do Eliezer acabasse aí, já seria incrível o suficiente para aparecer aqui no Awebic.
Ele, no entanto, foi ainda mais longe ao tornar-se juiz contra todas as adversidades e desafios que foram surgindo em sua vida. E já sabe o que vai fazer com o seu primeiro salário de juiz: pagar as 22 parcelas do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) que estão atrasadas.
A conquista do Eliezer vai muito além de uma vitória pessoal. É, na verdade, um sinal para que outras pessoas, com histórias semelhantes, acreditem no poder da educação como ferramenta de transformação de vidas e sigam firme nos estudos.
Mais do que isso, é a prova de que nunca é tarde para alcançar seus sonhos e fazer coisas grandiosas. Muitas pessoas dariam risada de um homem de 24 anos na EJA dizendo que queria ser juiz… Bem, o Eliezer provou que é possível.
Inspiração
E temos mais exemplos assim, sabia? Especialmente dentro da área do Direito. Rosilene de Santana Souza, de 38 anos, teve uma infância humilde e chegou a comer restos de ossos de açougue para sobreviver. Hoje, trabalha como juíza de Direito substituta do estado do Acre.
A aprovação no concurso veio com um primeiríssimo lugar! O resultado consagra uma vida inteira de muita luta e vontade de vencer na vida. Rosilene, que sentiu a pobreza na pele, deixa uma mensagem inspiradora para quem também acredita no papel transformador da educação.
“Vemos crianças buscando alimento para tentar sobreviver. Então falar em educação parece tão distante. Eu já passei por isso quando criança. Mas o que eu posso dizer para quem tem a mesma origem que a minha é que acredite. A educação é a única saída para nós, da nossa origem social, que não temos herança e nem com quem contar. A educação é o caminho que pode salvar vidas, assim como salvou a minha.”
Fonte: Só Notícia Boa
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.