Graças a vaquinha, imigrante haitiana consegue trazer a família para o Brasil após 6 anos de espera
A imigrante haitiana Magdala Damis tinha um sonho: reunir toda a sua família no Brasil. Graças a uma vaquinha promovida pela jovem estudante Thaís de Matos Magagnin, isso foi possível.
Uma grande rede de solidariedade que cruzou fronteiras e fez com que uma família pudesse se reencontrar. Foi o que aconteceu com a imigrante haitiana Magdala Damis, de 45 anos. Ela deixou o seu país natal em 2016 por causa dos desastres naturais e da crise humanitária e veio reconstruir a sua vida no Brasil. No entanto, faltava uma coisa: trazer o seu marido e dois filhos. Graças a uma vaquinha, o sonho tornou-se possível!
Morando atualmente em Bento Gonçalves (RS), Magdala veio grávida ao Brasil e aqui deu a luz ao Kacheim Damis, hoje com seis anos. Apesar de estar com ele, sentia que a familia estava incompleta, já que o marido Robert Theagene Celine, de 52 anos, e os dois filhos mais velhos, Sterline Theagene Celine (22 anos) e Merten Theagene Celine (12 anos) tinham ficado no Haiti.
Não faltava vontade de trazê-los para o Brasil, mas o dinheiro era insuficiente. De origem pobre e passando necessidade, Magdala não tinha condições de bancar os gastos com passagens áereas, acomodação e documentação. Ao conhecer a história da mulher enquanto fazia estágio no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CRAS) de Bento Gonçalves, a estudante de Psicologia Thaís de Matos Magagnin, de 27 anos, ficou muito comovida.
Magdala ia ao CRAS em busca de auxílios do governo que a ajudassem a ter o que comer. Thaís, então, se tornou amiga da haitiana e madrinha do pequeno Kacheim. Ela decidiu agir e criou uma vaquinha online para arrecadar doações e possibilitar o reencontro dessa família.
Reencontro
Juntando a vaquinha e o dinheiro que a Magdala recebia trabalhando com limpeza, foi possível chegar a R$ 33 mil e arcar com os custos da viagem! “O Kach [apelido do Kacheim] pulava de um lado para o outro na rodoviária e falava o tempo inteiro que não via a hora de abraçar o pai. Ele tava muito ansioso para finalmente abraçar esse pai que ele só conhecia por videochamada”, disse Thais ao jornal Zero Hora.
“A parte mais feliz agora é poder fazer comida para a família inteira, ter a mesa cheia de pessoas, estar com eles todos aqui comigo. Eu quero cuidar deles, meu marido teve alguns problemas mentais durante esses anos e agora posso cuidar deles”, comemorou Magdala.
A jornada até esse dia não foi nada fácil. Os problemas não se restringiram ao Haiti, onde o marido e os filhos tiveram a casa destruída por um terremoto em 2021. Enquanto isso, aqui no Brasil, Magdala e Kachemi enfrentaram muitas dificuldades. Entre elas, o preconceito – chegou a perder oportunidades de trabalho justamente por ser haitiana e precisou dormir na rua.
Agora, com a família reunida, uma nova etapa da vida deles tem início e estamos aqui torcendo para que não falte prosperidade, amor e solidariedade. Parabéns também à Thaís pela iniciativa de transformar a vida dessas pessoas. Elas jamais esquecerão esse bonito gesto!
Fonte: Zero Hora
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.