Sistema que transforma a umidade dos oceanos em água potável: conheça a nova invenção de cientistas dos EUA

Uma equipe de cientistas dos EUA está desenvolvendo um sistema que transforma a umidade dos oceanos em água potável, própria para consumo humano.

Entre as grandes preocupações para o futuro da nossa vida na Terra, está a disponibilidade de água potável. Será que teremos o suficiente para garantir a sobrevivência da humanidade?

Uma novidade pode nos ajudar a ter esperança: uma equipe de cientistas dos Estados Unidos apresentou um sistema capaz de capturar a umidade dos oceanos e transformá-la em água potável.

O estudo foi publicado na conceituada revista científica Nature. Praveen Kumar, professor da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (UIUC) e um dos autores do estudo, ressaltou a importância de pensarmos em novas formas de obter água.

“Vamos ter de encontrar uma forma de aumentar a oferta de água doce porque a conservação e a reciclagem de água de fontes existentes, embora sejam essenciais, não serão suficientes para responder às necessidades humanas. Pensamos que nossa proposta pode alcançar isso em larga escala”, disse, segundo a Exame.

O sistema ainda está em fase de desenvolvimento e testes, mas traz esperança de ajudar a resolver um dos grandes desafios que temos pela frente (imagem: Mike Hill/Getty Images)

Mas como funciona esse sistema desenvolvido pelos cientistas? A ideia é que o ar saturado da água, em vez de se perder na atmosfera, seja capturada por estruturas localizadas nos litorais. A partir disso, a umidade seria condensada e transportada por dutos para depósitos feitos especialmente para esse fim.

Vantagens

A grande vantagem desse método é que, quando a água evapora e transforma-se em gás, ela perde quase todo o seu sal natural. É basicamente a mesma lógica da chuva: embora parte da água venha dos mares, não é salgada.

Outro ponto positivo do sistema desenvolvido pela equipe é que ele consume pouca energa e tem um impacto ambiental reduzido, principalmente se comparado com a dessanilização clássica – método muito similar, mas que produz resíduos como a salmoura, cheia de substâncias tóxicas.

E a ideia fica ainda mais interessante: seria possível usar parques eólicos e placas solares que já existem para alimentar esse sistema. “Uma ‘superfície de captura vertical’ de 210 m de largura e 100 m de altura poderia fornecer um volume suficiente de umidade extraível para as necessidades diárias de água potável de aproximadamente 500 mil pessoas.”

Foram feitas simulações em 14 lugares que sofrem com abastecimento de água. Los Angeles e Roma são dois exemplos. Partindo desses modelos, eles conseguiram estimar que o novo sistema seria capaz de produzir, por ano, incríveis 37,6 bilhões e 78,3 bilhões de litros de água.

“As projeções climáticas mostram que o fluxo de vapor oceânico vai aumentar ao longo dos anos, o que proporcionará ainda mais água doce”, explicou Afeefa Rahman, coautora do estudo.

É claro que se trata de um sistema que ainda está em testes e em fase de estudos, mas já acende uma esperança aqui de que poderemos vencer um dos maiores desafios da humanidade. Por enquanto, vamos fazer a nossa parte e economizar água sempre que possível!

Fonte: Exame

Marcelo Silva
Escrito por

Marcelo Silva

Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.