Lecanemab: conheça o medicamento que teve resultados positivos no combate ao Alzheimer
Um medicamento chamado lecanemab teve resultados positivos na fase experimental e acendeu a esperança de que a ciência irá avançar no combate ao Alzheimer.
Não é de hoje que a ciência busca avançar no combate ao Alzheimer, doença que afeta cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo. Surgiu, agora, uma notícia que tem chamado a atenção: pela primeira vez, um medicamento experimental se mostrou eficaz para frear a evolução do Azheimer.
O remédio em questão leva o nome de lecanemab e ataca a gosma pegajosa (chamada de beta-amiloide) que vai se acumulando no cérebro das pessoas que sofrem a doença. Ele atua na fase inicial do Alzheimer, quando o paciente ainda não apresenta os sinais mais avançados da demência.
É importante deixar claro que não se trata de uma cura milagrosa, mas, sim, de uma droga que vai retardando o avanço da doença, fazendo com que o Alzheimer demore mais para deteriorar as funções cerebrais. O lecanemab foi desenvolvido pelas companhias farmacêuticas Eisai, com sede no Japão, e Biogen, sediada nos Estados Unidos.
A pesquisa com os resultados foi divulgada na revista científica New England Journal of Medicine. Vários especialistas se mostraram animados com essa nova possibilidade apresentada pela ciência.
Na opinião da professora Tara Spires-Jones, da Universidade de Edimburgo, o lecanemab tem um potencial importantíssimo porque, por muito tempo, a falha nos testes e experimentos científicos foi de 100% – ou seja, os pesquisadores não conseguiam encontrar soluções para enfrentar a doença.
Efeitos colaterais
Para você ter uma ideia, os pacientes, hoje, tratam apenas os sintomas, não a doença em si. Nenhum medicamento disponível atualmente combate o Alzheimer.
Se os especialistas ficaram animados, você já pode imaginar como é para quem conhece esse tipo de demência de perto. “Se alguém puder desacelerar [o Alzheimer] e, eventualmente, pará-lo de uma vez, seria brilhante. É simplesmente uma coisa horrível”, disse, à BBC, David Essam, de 78 anos, que possui Alzheimer e precisou abandonar o trabalho de marceneiro por não conseguir mais se lembrar de como montar um armário ou usar as ferramentas.
A comunidade científica, no entanto, faz uma ressalva que não pode ser desprezada. O lecanemab ainda precisa ser melhor compreendido e aprimorado porque trouxe certos riscos para os voluntários. 17% dos participantes dos testes tiveram hemorragias cerebrais, 13% sofreram com inchaço cerebral e 7% abandonaram os experimentos por conta dos efeitos colaterais.
Como o medicamento ainda está em fases experimentais, vamos torcer para que os cientistas encontrem formas de melhorar esses pontos. Por enquanto, a notícia já é boa o suficiente para mantermos a esperança viva de que a humanidade vai vencer mais esse desafio!
Fonte: BBC
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.