Estes artistas se cansaram da forma como sem-teto são tratados. E então resolveram fazer isso…

Quando a criatividade encontra a compaixão.

Em cidades grandes, acabamos vendo muitos moradores de rua se aglomerando.

Algumas dessas pessoas acabam vivendo nas ruas devido aos altos preços de imóveis, desemprego, falta de dinheiro, família, drogas, ou por falta de perspectiva.

Muitos desses sem-teto acabam vivendo em cidades grandes por conta das maiores oportunidades de emprego que elas têm a oferecer.

Nessas metrópoles, não é muito incomum que esses moradores de rua sejam rechaçados por muitas pessoas, e incomodem os transeuntes. Levando em conta esses fatores, algumas cidades criaram mecanismos para que esses sem-teto não ocupem os espaços da cidade.

A ideia é que eles não fiquem à vista da população em geral.

Uma das formas de mantê-los longe da vista pública, é impedindo-os de ocupar os lugares públicos da cidade.

Esses pequenos pinos pontiagudos em cima desse degrau são chamados nos EUA de “spikes anti sem-teto”

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Esses objetos foram colocados pelas autoridades ali para que nenhuma pessoa se acomode e durma nesses locais. A ideia deles é a de colocar algum objeto que impeça qualquer pessoa de sentir um mínimo de conforto, para não estimular a ocupação desses espaços pelos moradores de rua.

Desta forma, os responsáveis por isso colocam estes spikes em lugares cobertos, como embaixo de marquises, pontos de ônibus, viadutos, etc.

Além disso, eles também retiram bancos de pontos de ônibus ou de lugares públicos em geral, fecham praças, etc, para que ninguém durma nesses locais.

Uma atitude um pouco cruel e insensível, não acha?

“Mais espaço, menos spikes”

Indignados com essa situação, um grupo de artistas de Londres resolve criar um coletivo artístico chamado “Space, not Spikes” (algo como “mais espaço, menos spikes”). Esse grupo luta contra o que eles chamam de “arquitetura hostil”.

Segundo uma das integrantes do grupo, Leah Borromeo, “Os spikes não fazem nada mais do que esconder a pobreza e a desigualdade da vista das pessoas, para que elas não se sintam incomodadas ou confrontadas diante dessa situação”.

Nas palavras dela:

Nossa compaixão acaba quando tornamos esse tipo de coisa algo aceitável.

Pensando nisso, e também como uma forma de protesto, o coletivo resolveu colocar no lugar dos spikes, camas, travesseiros, colchões, e estantes de livros, para que os moradores de rua possam usufruir deles.

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“Fique à vontade para ler estes livros, e os deixe aqui para que outras pessoas possam desfrutar deles”.

O movimento “Space, not Spikes” começou a fazer bastante rebuliço em Londres. É uma ideia simples, mas impactante, e que ganhou o apoio de muitas pessoas, incluindo alguns artistas famosos, como a cantora britânica Ellie Goulding.

Assistindo ao vídeo abaixo, você pode ver como o grupo age nas ruas da capital inglesa.

Você também pode conferir mais sobre o trabalho deles nesse Tumblr: betterthanspikes.tumblr.com.

Esse movimento começou em Londres, mas aqui no Brasil, especialmente nas cidades grandes (onde ainda há muitos moradores de rua), as autoridades costumam tornar muitos ambientes públicos hostis aos sem-teto.

E você, acha que esse movimento também seria interessante aqui no Brasil?

Fonte: upworthy.com

Amanda Ferraz
Escrito por

Amanda Ferraz

Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.