Pela primeira vez, Copa do Mundo terá árbitras mulheres, incluindo uma brasileira
Histórico! Pela primeira vez, árbitras mulheres foram convocadas para a Copa do Mundo, incluindo a brasileira Neuza Back.
Vai ter mulher em campo na Copa do Mundo! Pela primeira vez, em 92 anos de competição, a Fifa convocou árbitras mulheres para trabalharem nos jogos. Uma vitória para todos que defendem uma sociedade com igualdade de gênero e de oportunidades.
As escolhidas são Stéphanie Frappart (França), Salima Mukansanga (Ruanda), Yoshimi Yamashita (Japão), Karen Díaz Medina (México), Kathryn Nesbitt (EUA) e – atenção – Neuza Back (Brasil).
Neuza Back vai representar o Brasil na arbitragem da Copa do Mundo (imagem: reprodução/Imperlove)
Nascida em Santa Catarina, a Neuza é formada em Educação Física e vai trabalhar como auxiliar (bandeirinha) na Copa do Mundo, sendo a única brasileira convocada. Mas essa não será a sua primeira experiência em uma grande competição mundial. Em 2020, ela trabalhou no Mundial de Clubes da Fifa e, em 2021, nos Jogos Olímpicos.
“Foi a realização de um sonho. Todo árbitro quando começa o sonho é chegar em um Copa do Mundo e, pra mim, não era diferente. Sendo mulher, teoricamente, seria um pouquinho mais difícil.
Quando recebi a convocação, passa pela cabeça tudo o que fiz, todas as escolhas e dedicação. Foram inúmeras mensagens, fiquei o dia todo no telefone, quantas pessoas torcendo por mim, muito legal receber esse carinho. Meus amigos árbitros homens falando que estão felizes que eu vou”, disse ao Gshow.
A francesa Stéphanie Frappart, que também está entre as mulheres confirmadas na Copa (imagem: Sylvain Thomas/AFP)
No entanto, até esse dia chegar, a Neuza precisou enfrentar muitos obstáculos em sua jornada. O maior deles foi o machismo. Em mais de uma ocasião, ela sofreu agressões verbais e até físicas quando um torcedor a agarrou pelo pescoço no meio de um jogo. Cenas vergonhosas que esperamos que fiquem no passado!
“Um torcedor pulou o alambrado e me pegou pelo pescoço. Como foi com o jogo em andamento, os outros árbitros não perceberam. Quem veio me defender foi um jogador que estava em campo. Graças a Deus não aconteceu nada.
Se posso dizer alguma coisa é que as meninas não desistam. Quando passo por um episódio de preconceito, dou minha resposta dentro de campo porque é lá que tenho que mostrar que tenho capacidade e desempenhar o meu papel.”
Quem assistir aos jogos também verá a ruandesa Salima Mukansanga em ação (imagem: Kenzo Tribouillard/AFP)
Outros destaques
Quem também se destaca na lista de árbitras confirmadas para a Copa do Mundo é a francesa Stéphanie Frappart, que foi a primeira mulher a apitar um jogo da Champions League. Seu currículo envolve também a final do Mundial Feminino de 2019 e da Copa da França.
Nascida em Ruanda, Salima Mukansanga será a representante do continente africano na disputa. Assim como a Neuza, a Salima também esteve nas Olimpíadas de Tóquio. Ela traz na bagagem outras experiências como a Taça das Nações Africanas, a Copa Africana de Nações e a Liga dos Campeões da África.
Desejamos todo o sucesso do mundo para essas grandes mulheres e que a participação feminina nas grandes competições vá crescendo cada vez mais!
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.
