Pela primeira vez, uma juíza negra chega à Suprema Corte dos EUA

A juíza Ketanji Brown Jackson foi aprovada pelo Senado dos EUA e ocupará um posto na Suprema Corte. Ela é a primeira mulher negra a alcançar esse feito na história norte-americana.

O Senado dos Estados Unidos deu um passo histórico ao aprovar a indicação da primeira mulher negra à mais alta corte do país. Ketanji Brown Jackson é uma juíza de 51 anos que já trabalhou como defensora pública em Washington e defendeu pessoas pobres na justiça.

A aprovação do seu nome teve uma repercussão extremamente positiva, sendo vista como uma vitória no combate ao racismo e um sistema judicial mais justo e diverso.

Ketanji deve assumir a vaga em junho, quando o atual ministro Stephen Breyer pretende deixar a Suprema Corte, segundo o G1. Além de ser a primeira mulher negra, a juíza é apenas a terceira pessoa afrodescendente a chegar à corte que tem grande poder de decisão sobre as leis dos Estados Unidos.

Ketanji Brown Jackson tem experiência como defensora pública (imagem: AP/Jacquelyn Martin)

Ela torna-se também a sexta mulher na Suprema Corte em toda a história do país. Ketanji é uma das poucas com experiência profissional no sistema penal.

Durante sua carreira como juíza, ficava intrigada com o fato de que muitos dos réus não conheciam as leis. Por isso, sempre se esforçava para explicar suas decisões e deixar claro à pessoa o motivo de estar sendo condenada judicialmente.

Filha de professores, teve uma infância relativamente tranquila na Flórida, estado famoso por atrações como Miami, Orlando e os parques da Disney e da Universal.

Seu pai formou-se em Direito e tornou-se advogado em um conselho escolar (será que foi daí que surgiu sua inspiração?). Já sua mãe também trabalhou como diretora no setor da educação.

A aprovação do seu nome é vista como uma vitória da representatividade (imagem: Tom Williams/POOL/AFP)


Apesar do passado estável, ela teve um tio que foi condenado à prisão perpétua em 1989. A legislação era muito repressiva e a sentença foi “automática” por conta de três crimes contra as leis de entorpecentes.

De acordo com o The Washington Post, Ketanji não chegou a ter muito contato com o tio que foi preso. Mesmo assim, essa experiência trouxe certa “consciência” para ela. Sempre teve boas notas na escola e se formou na renomada Universidade de Havard. Já se formaram, nessa mesma instituição, personalidades como Barack Obama, Bill Gates e Mark Zuckerberg.

Três senadores republicanos deixaram a rivalidade de lado

Entre os que votaram a favor da aprovação de Ketanji para a Suprema Corte, estão três senadores republicanos, partido de oposição ao atual governo dos EUA. Ou seja, alguns deixaram até mesmo a rivalidade de lado nesse momento histórico.

Nosso desejo de muito sucesso para Ketanji Brown Jackson nessa nova fase da sua vida. Certamente, os desafios aparecerão. Mas, com todo o seu preparo e experiência, é possível tirá-los de letra e ajudar a garantir uma sociedade mais justa para todos.

Que cada vez mais mulheres negras possam ocupar cargos de poder. Assim avançaremos todos na questão da representatividade e de direitos iguais.

Fonte: G1

Marcelo Silva
Escrito por

Marcelo Silva

Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.