Paciente com doença falciforme é curado com tratamento inovador
Jimi sofreu muito durante a vida com a doença falciforme. Quando ficou sabendo de um tratamento inovador que estava sendo testado por cientistas, decidiu se voluntariar para participar. O resultado foi a cura!
Cada vez que a ciência avança e melhora a vida das pessoas, é motivo de comemoração e notícia aqui no Awebic! A história do Jimi Olaghere, de 36 anos, é uma dessas.
Ele sofria muito com a doença falciforme, caracterizada por um problema nos glóbulos vermelhos que o deixava com muita dor desde pequeno. Graças ao trabalho de um grupo de cientistas dos Estados Unidos, foi possível fazer modificações em seu sangue para que ele superasse a doença.
“É como nascer de novo. Quando eu olho para trás, é como se eu não pudesse acreditar que vivi com isso”, afirma Jimi à BBC. De acordo com ele, era necessário sempre ter uma “mentalidade de guerra”, sabendo que todos os dias convivendo com a doença seriam de dores e desafios.
O rapaz é um dos sete primeiros pacientes a participar dessa terapia revolucionária que faz a edição dos genes da pessoa.
Isso porque a doença falciforme ocorre no sangue e é causada por uma mutação genética que leva à produção anormal de hemoglobina. Quem tem essa condição possui maior risco de sofrer um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e danos nos órgãos.
No caso de Jimi, ele foi internado várias vezes ao longo dos anos e, mesmo passando pela terapia, pode ter que fazer uma substituição dos ossos do quadril, já que uma parte desse tecido ficou sem receber sangue e morreu.
Quando leu um artigo sobre uma nova pesquisa na área, decidiu se voluntariar para participar dos ensaios. Não foi nada fácil, já que o processo era longo e cansativo – inclusive, ele chegava a viajar por quatro horas de carro para cada uma das sessões.
Tratamento bem-sucedido
Em uma das etapas, ele teve seu genoma geneticamente modificado para não mais fabricar a hemoglobina “defeituosa”. Em outra, a máquina faz a coleta das células-tronco em seu sangue. Como o próprio Jimmi descreve, “você fica sentado por oito horas e a máquina está literalmente sugando todo o seu sangue”.
Mas tudo isso valeu a pena. O tratamento funcionou e está possibilitando que o homem viva uma nova vida.
“Lembro-me de acordar sem dor e me sentindo um pouco perdido. Minha vida sempre esteve tão associada à dor, e isso é apenas uma parte de quem eu sou. É estranho que eu não sinto mais isso agora. Quando meu filho nasceu, eu o vi olhar pela janela do carro e experimentar o mundo pela primeira vez como um novo ser humano. Quase me sinto da mesma maneira. Eu estou vivendo a vida como uma nova pessoa”.
De acordo com o hematologista Haydar Frangoul, o resultado foi surpreendente e representa uma “cura funcional” para essa doença que tanto prejudica a qualidade de vida das pessoas.
Que essa nova terapia continue avançando e chegue logo ao maior número possível de pacientes!
Fonte: BBC/G1
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.