Uber encanta passageiros com cartaz informativo sobre Síndrome de Tourette
Motorista de Uber com Síndrome de Tourette decidiu contar sua história em um cartaz no banco do carro. A atitude viralizou e está ajudando na conscientização dessa doença neurológica ainda pouco conhecida.
O motorista de Uber Antonio Luiz Gomes da Silva, de 44 anos, não imaginava que sua história se tornaria famosa na internet. Logo na infância, aos 8 anos, foi diagnosticado com Síndrome de Tourette.
Agora adulto, decidiu pendurar um cartaz atrás do banco da frente do seu carro explicando aos passageiros a sua condição e o motivo dos tiques que apresenta durante as viagens. Sua atitude viralizou e jogou luz sobre uma doença neurológica ainda pouco conhecida.
A Síndrome de Tourette provoca uma série de movimentos repetitivos e involuntários nas pessoas – como piscadas de olhos, sons indesejados e, em situações mais raras, os indivíduos chegam até a soltar palavrões sem perceber.
Depois de ser bloqueado por 15 dias na Uber (provavelmente por conta de reclamações dos passageiros sobre os seus tiques), Antonio resolveu fazer o cartaz. Em entrevista à Tilt, ele disse que se surpreendeu com o resultado.
“As viagens ficaram bem mais tranquilas. A gente vai conversando e as pessoas vão me contando as histórias delas. Umas têm a síndrome, outras conhecem quem tem. Não pensei que ia dar essa repercussão. Era mais por informação mesmo, mas eu fico feliz porque a gente está trazendo informação sobre uma síndrome que é não muito conhecida”.
Em uma das viagens no aplicativo, o cartaz chamou a atenção do designer de embalagens Carlos Oliveira. Assim que viu a mensagem, o rapaz pediu para tirar uma foto e publicou no LinkedIn. O post bombou!
Sucesso nas redes sociais
Até agora, já são mais de 65 mil curtidas e 1.500 compartilhamentos, sem contar as outras redes sociais em que a história do Antonio também está encantando usuários.
Mais importante do que os números de engajamento, é o fato de que mais pessoas estão se conscientizando sobre a Síndrome de Tourette e a importância de respeitar quem sofre dessa condição.
Ainda de acordo com a Tilt, o filho de Antonio já apresenta, aos 9 anos, alguns tiques da doença e passa por acompanhamento médico.
“Espero que ele encontre um mundo com mais conhecimento sobre a Tourette, que mais pessoas ouçam sobre ela e que possam respeitar quem a tem”, declarou em entrevista.
Ao falar abertamente da sua doença, Antonio contribui muito para a causa da inclusão. E já temos boas notícias a caminho. Nesse mês, foi apresentada uma proposta para incluir os portadores da síndrome no Estatuto da Pessoa com Deficiência.
A medida está em discussão no Congresso. Se aprovada, trará muitos benefícios para essas pessoas. Entre elas, garantia dos direitos, mais visibilidade e ações por parte do poder público.
Nossa torcida pela sua aprovação! Com certeza, será uma grande vitória na vida do Antonio, do seu filho e de todos que têm Síndrome de Tourette. Uma sociedade que acolhe as diferenças é uma sociedade melhor!
Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.