Menino que assistia aulas em cima de árvore ganha internet em casa
Menino paraense que estudava em árvore ganha uma estrutura nova para assitir suas aulas remotas com conforto.
A força de vontade é um dos principais estímulos para que as pessoas continuem perseguindo os seus sonhos. Ela nos leva a fazer coisas inimagináveis.
Um adolescente do interior do Pará, com o advento da pandemia e a mudança do modelo de aulas do presencial para o remoto, simplesmente não tinha acesso a rede de internet de sua casa por morar em uma zona rural.
Em meio a dificuldade, o rapaz não esqueceu qual era o seu objetivo “vencer na vida” e encontrou uma forma criativa de enfrentar o problema: subir em uma árvore e captar o sinal. Como a transmissão era ao vivo, ele não conseguia subir e baixar a aula.
Então ele ficava em cima da árvore sem nenhum encosto para as costas ou apoio para os livros durante toda a manhã assistindo as aulas dos professores. A história foi contada em diversos sites de notícias e a força de vontade do garoto ficou conhecida por todo o Brasil.
Hoje Artur Ribeiro Mesquita olha para trás e lembra da história como um passado recente, mas que ficou para trás. Agora ele conta com internet dentro de sua casa e conta com todas as condições necessárias para poder seguir seus estudos sem sofrimentos como antes.
“O ensino ficou prejudicado, mas, com o tempo, ganhei internet em casa e ficou melhor. Agora, posso estudar dentro de casa. Antes, só pegava sinal lá na árvore“,lembra o menino que transformou a vontade de estudar em combustível para subir nas árvores todos os dias.
Um triste realidade
Com o recuo da pandemia, Arthur passou a ter aulas presenciais em semanas alternadas. Na semana que as aulas são na escola, ele fica em uma casa alugada no centro da cidade, na que as aulas são virtuais, ele volta para o interior e assiste a aula agora sem maiores problemas.
A transformação da realidade do garoto só foi possível graças a uma mobilização na internet encabeçada pelo apresentador do Domingão da Globo, Luciano Huck. O famoso publicou um vídeo conversando com o garoto sobre a sua realidade.
Após a repercussão, o menino ganhou uma área toda adaptada para que pudesse estudar. O espaço conta com suporte de internet, de energia elétrica com painéis solares e um novo espaço ao lado da famosa árvore para acompanhar as explicações dos professores.
O caso de Arthur é emblemático e representa a dificuldade de milhares de brasileirinhos com o surgimento das aulas remotas. Em um país onde não contamos com o mínimo de saneamento básico, esperar que famílias pobres desse condições às crianças de assistir aulas virtuais era totalmente fora da realidade.
O resultado disso foi o aumento da desigualdade educacional. Os alunos voltaram às aulas presenciais com um arcabouço educacional totalmente defasado por não conseguir acompanhar os conteúdos remotamente.
Segundo especialistas, a recuperação do tempo perdido e estabilização do quadro de defasagem educacional levará pelo menos três anos para ser alcançado.
Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.