Após 6 anos de amizade, casal descobre que são irmãos legítimos
Amigos há 7 anos, Marcos e Marcela descobrem que são irmãos após ele encontrar sua pulseira de recém nascido que continha o nome da sua mãe biológica
Para participar de uma promoção numa loja de chocolate, Marcos Medeiros precisou da hora exata de seu nascimento. Então, pediu a informação à sua mãe adotiva.
Ela então lhe trouxe a pulseira do hospital que ele utilizou quando era recém nascido. Nela constava a hora exata de seu nascimento e, além disso, os nomes de suas mães, a adotiva e a biológica.
“Eu nem gosto de chocolate, mas alguma coisa me disse para ir lá“, relembra o rapaz. “Para o meu cadastro, eu precisava da minha hora de nascimento, que eu não sabia. Foi quando eu fui perguntar para a minha mãe [mãe adotiva]. Ela me trouxe a pulseirinha do hospital, que marcava 18h50“, explicou.
Então ele se sentiu motivado pela primeira vez a procurar saber sobre sua mãe biológica. Sua primeira ação foi ir até uma rede social e colocar o nome dela lá.
“Dessa vez, eu tive a ideia de tirar uma foto da pulseira e, na mesma hora, fui pro computador, joguei o nome na internet, e numa rede social encontrei o único perfil que tinha com esse nome. Não tinha informação, mas eu olhei em amigos em comum e foi aí que eu vi o perfil de Marcela“, contou Marcos.
Marcela Barbosa era uma amiga sua de longas datas. Eles se conheceram em uma festa e dali em diante surgiu um forte vínculo de amizade que já durava sete anos.
Então ele puxou assunto com a amiga sobre aquele perfil em comum. Ela lhe contou que era de sua mãe, mas que ela não costumava usar aquela rede social.
Ele perguntou a Marcela se sua mãe tinha tido outro filho. Ela respondeu que sim, mas que ele tinha sido dado a uma família que não podia ter filhos.
Ele por sua vez respondeu que aquele era o nome de sua mãe biológica e ouviu como resposta da sua irmã que já estava juntando as peças do quebra cabeça: “Eu estou aqui me tremendo todinha“.
Sim, aquele dupla que mantinham uma relação de amizade há tanto tempo não sabia, mas eles eram irmãos.
O reencontro
“Eu pedi a Deus todo dia: não me leve antes de eu ver meus filhos unidos. Para um ajudar o outro, dar uma força“, explicou dona Licélia Barbosa Carvalho, que doou o seu filho na época por não ter condições de criá-lo sem o apoio do pai, que foi embora, e a sua família.
Questionado por que mesmo sendo motivado pelos pais adotivos, ele nunca procurou sua mãe biológica, ele respondeu: “Era medo de certa forma magoar meus pais. Eles não gostarem de eu ir atrás da outra família, poderia achar que eu iria deixá-los de lado. Eu sempre ia empurrando com a barriga“.
Hoje o casal de irmãos, que já eram super amigos, tem um motivo a mais para aprofundar a amizade e torná-la mais intensa. Marcela conta que, mesmo sem saber, a dupla sempre se viu como irmãos pelo profundo afeto que tinham um pelo outro.
“Eu sempre peguei no pé dele. Ele dava um trabalhinho. E olhe que eu nem sabia. Imagine se eu soubesse que era meu irmão, já tinha puxado a orelha faz tempo“, contou Marcela.
Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.