Enfermeira dá ‘hora do colinho’ para bebês sozinhos por causa da Covid
Enfermeira cria "projeto" para segurar bebês que ficam sozinhos sem familiares por causa da Covid-19 e os acalma com muito amor!
A Maternidade Frei Damião, em João Pessoa/PB, tem proporcionado a bebês a “Hora do Colinho”. A iniciativa tem como objetivo fornecer o colo para bebês que perderam suas mães para o COVID-19 ou aqueles cujo parentes estão impossibilitados de visitá-los em decorrência da pandemia.
Há diversas evidências científicas de uma série de benefícios trazidos para o bebê pelo contato materno. Na ausência da mãe, as enfermeiras assumem esse papel e oferecem seu colo aos bebês.
Mariluce Ribeiro, enfermeira que coordena a unidade, relata que a ausência materna deixava os bebês mais irritados e choros eram ouvidos por toda parte. Logo, ela percebeu que poderia substituir as mães nesses papel de acalentar os bebês, e assim nasceu o projeto.
“Isso me inquietou o coração como profissional e como mãe. Então comecei a dar meu colo para eles, porque a mão que médica também tem o colo que acalenta. E comecei a observar as reações deles”, relata a enfermeira idealizadora do projeto.
Por ser hospital especializado no atendimento de gestantes com COVID-19, foram diversos os casos de óbitos na maternidade e na medida que cresciam as mortes das mães crescia a quantidade de bebês órfãos.
Os efeitos esquecidos da Pandemia
“Devido às restrições de visitas mesmo paternas, assim como o aumento de gestantes com covid que interromperam suas gestações, nasceram bebês necessitando de cuidados inicialmente nas UTIs neonatais e nas unidades intermediários. E o único contato que eles tinham era com a equipe” relata a enfermeira.
Com a ausência dos pais, essas enfermeiras que já são anjos que abrem aos bebês o caminho da vida, colocaram à disposição os seus colos para dar afeto.
Referência no tratamento do covid
A maternidade é referência no tratamento de grávidas bebês com COVID-19.
“É a única do estado que recebe recém-nascidos com sintomas gripais ou com covid. Tivemos, na segunda onda, 18 óbitos óbitos maternos. No total, desde o início da pandemia, foram 25 só por covid”, ressalta.
O projeto conta com toda uma preparação e é super organizado. A idealizadora faz questão de ressaltar que não é simplesmente colocar o bebê nos braços, mas que há todo um ritual para esse momento.
diz Mariluce.
A iniciativa da enfermeira nos dá esperança em um mundo que vai além das obrigações profissionais. Que antes do salário visa o ser humano e sua carência. Não se limita as necessidades físicas como limpeza, alimentação; vai até as necessidades da alma, que precisa de carinho.
“É um projeto esplêndido e humano, sei que proporcionou vários benefícios para o meu filho na minha ausência. Todos sabem das dificuldades das crianças que ficam na UTI, principalmente a privação dos estímulos externos e principalmente da presença física da mãe. E esse projeto ajuda essas crianças a terem essa oportunidade do toque e do acalanto. Isso é de uma sensibilidade e humanização muito grande”, relata Neylianne Duarte, uma das pacientes.
Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.