Copa Libertadores 1961: Há 50 anos, um brasileiro chegava à grande final
Vamos te fazer recordar de um dos momentos em que o mundo do futebol jamais poderia esquecer, a Copa Libertadores 1961!
O Brasil é inegavelmente o país do futebol, e isso começou a ficar mais claro em 1950, quando a Seleção Brasileira chegou à sua primeira final de Copa do Mundo, disputada em casa. Infelizmente, o Uruguai não permitiu que o título viesse na ocasião.
Foi quase uma década depois, em 1958, que a Seleção Canarinho conquistaria seu troféu merecido, iniciando uma era de ouro para o esporte nacional.
Poucos anos depois, em 1961, o Brasil mandaria seu primeiro representante para uma final de Libertadores da América, uma competição então recém-nascida, e que hoje é a mais importante do continente, alvo de várias apostas em esporte bet e assistida ao redor do mundo.
Naquela época, porém, as coisas eram diferentes, e cada país só enviava um único representante para a Libertadores. O representante de 1961 foi o Palmeiras, cuja campanha sul-americana naquela temporada completa agora meio século e merece ser relembrada, mesmo que o final não seja dos mais doces.
Campeão brasileiro e gigante sul-americano
Depois que a CBF revisou seus critérios passou a considerar a antiga Taça Brasil como campeonato nacional oficial, o Palmeiras se elevou à categoria de maior campeão brasileiro de todos.
Essa jornada de glória começou justamente em 1960, quando o Verdão faturou seu primeiro título, na segunda edição da Taça Brasil (a primeira, em 1959, havia sido conquistada pelo Bahia). Vale lembrar que o Verdão tinha um timaço naqueles anos, inclusive vencendo a Taça Rio em 1951 contra a Juventus.
A vitória na Taça Brasil dava direito ao Palmeiras de jogar a também jovem Libertadores da América, que tinha por objetivo rivalizar com a europeia Taça dos Campeões da UEFA. O primeiro campeão sul-americano fora o Peñarol-URU, base da Seleção Uruguaia e um gigante do continente.
O Palmeiras chegou à Libertadores com nomes que se tornariam lendários no clube, como Djalma Santos e Julinho Botelho. A honra de balançar as redes pela primeira vez na Libertadores com a camisa do verdão coube ao ponta-esquerda Gildo.
Naquela época, o formato da competição determinava o início direto nas quartas de final, com jogos de ida e volta que determinariam quem seguiria adiante.
O Palmeiras deveria enfrentar o campeão argentino, Independiente, e não fez feio: vitórias de 2×0 sobre os argentinos no lendário estádio El Cilindro, em Buenos Aires, e 1×0 no Pacaembu.
Nas semifinais esperava o Independiente Santa Fé-COL. Depois de um jogo dificílimo em Bogotá, que terminou com um empate dramático em 2×2, o Palmeiras mostrou sua força diante de 60 mil torcedores no Pacaembu, batendo os colombianos por 4×1, com show de Romeiro, que deixou dois.
Era, então, hora do verdadeiro desafio: assim como acontecera com a Seleção Brasileira em 1950, os uruguaios esperavam na final.
Derrota amarga, honra intacta
Atual campeão da Libertadores na época, o Peñarol-URU entrava favorito, mas respeitando o campeão brasileiro e time que havia passado invicto por todas as frases preliminares – diferentes do próprio Peñarol, que havia perdido do Universitário-PER por 2×0 no jogo de volta das quartas (a ida, porém, tinha sido 5×0).
A aguardadíssima final em dois jogos começou com uma verdadeira batalha em campo no Estádio Centenário de Montevidéu, que só viu o placar ser mexido aos 44’ do segundo tempo, quando o atacante equatoriano Spencer marcou o gol único e decisivo da partida.
Uma semana depois, no dia 11 de junho de 1961, 50 mil torcedores lotaram o Pacaembu mais uma vez para empurrar o Palmeiras na direção do título, mas o banho de água fria veio logo com 5 minutos de jogo, quando o atacante uruguaio Sasía abriu o placar.
O resto do jogo foi o Palmeiras correndo atrás do resultado, e o gol de empate até viria, marcado pelo zagueiro Nardo, aos 25’ do segundo tempo, mas o Verdão não conseguiu reverter o resultado.
O Peñarol se sagraria bicampeão e, no ano seguinte, conheceria a derrota diante de um brasileiro, o Santos de Pelé. O Palmeiras, porém, pode até ter caído, mas entrou para sempre para a história da Libertadores, competição que, hoje, pode se orgulhar de ter conquistado duas vezes, em 1999 e 2020 contra o arquirrival Santos.
Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.