26 Poemas de Cordel para se apaixonar com a leitura dos melhores

Navegue pelas rimas e prosas com uma lista de poemas de cordel que separamos especialmente para você! Se apaixone por essa literatura!

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É só falar em literatura de cordel, que quem é fã desses tipos de poemas já se sente bastante acalentado pelas imagéticas que eles podem nos trazer, não é mesmo?

Os traços únicos que os seus desenhos possuem, seus versos simples, a linguagem popular e aquele gostinho quente de nos lembrar do nosso amado Nordeste.

São os versos que estão em um cordel que nos fazem querer aprender rimar, a saber mais de certas culturas e claro, ter o nosso próprio varal com os favoritos.

Por isso, reunimos aqui alguns dos melhores cordéis para você se sentir ainda mais tocado por essa literatura que carrega tantos amantes e leitores admirados.

Pronto para viajar nesse mundo repleto de versos gostosos e culturas? Vamos lá!

Poemas de Cordel

23 Poemas de Cordel: se apaixone pelas características ÚNICAS dessa literatura

Os melhores Poemas de Cordel

A mulher e o reino – Ariano Suassuna

Ó! Romã do pomar, relva esmeralda
olhos de ouro e azul, minha Alazã!
Ária em forma de Sol, fruto de prata
meu chão, meu anel, Céu da manhã!

Ó meu sono, meu sangue, dom, coragem,
Água das pedras, rosa e belvedere!
Meu candeeiro aceso da Miragem,
Meu mito e meu poder – minha Mulher!

Diz-se que tudo passa e o Tempo duro
tudo esfarela: o Sangue há de morrer!
Mas quando a luz me diz que esse Ouro puro

se acaba por finar e corromper,
Meu sangue ferve contra a vão Razão
E pulsa seu amor na escuridão!

A infância – Ariano Suassuna

Sem lei nem Rei, me vi arremessado
bem menino a um Planalto pedregoso.
Cambaleando, cego, ao Sol do Acaso,
vi o mundo rugir. Tigre maldoso.

O cantar do Sertão, Rifle apontado,
vinha malhar seu Corpo furioso.
Era o Canto demente, sufocado,
rugido nos Caminhos sem repouso.

E veio o Sonho: e foi despedaçado!
E veio o Sangue: o marco iluminado,
a luta extraviada e a minha grei!

Tudo apontava o Sol! Fiquei embaixo,
na Cadeia que estive e em que me acho,
a Sonhar e a cantar, sem lei nem Rei!

Poemas de Cordel para rir

Ser nordestino – Bráulio Bessa

Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser

Peleja de Manoel Camilo – Manoel Monteiro

Terra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato Aragão
Ariano e Patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser.

Pernambuco é o torrão
Em que eu nasci e andei
Após uso da razão
A poesia abracei
E saí vendendo versos
Na Paraíba aportei.

Chegando em Campina Grande
Novato e desconhecido
Na quarta fui para a feira
“Cantar versos” carecido
De ganhar dinheiro pois
Estava “desprevinido”.

A terra é nossa – Patativa do Assaré

A terra é um bem comum
Que pertence a cada um.
Com o seu poder além,
Deus fez a grande Natura
Mas não passou escritura
Da terra para ninguém.

Se a terra foi Deus quem fez,
Se é obra da criação,
Deve cada camponês
Ter uma faixa de chão.

Quando um agregado solta
O seu grito de revolta,
Tem razão de reclamar.
Não há maior padecer
Do que um camponês viver
Sem terra pra trabalhar.

O grande latifundiário,
Egoísta e usurário,
Da terra toda se apossa
Causando crises fatais
Porém nas leis naturais
Sabemos que a terra é nossa.

cordel de amor

O Fiscal e a Lagarta – Leandro Gomes de Barros

Estava um dia uma lagarta
Debaixo de um pé de fumo
Quando levantou a vista
Viu um fiscal do consumo.
Disse a lagarta consigo:
Eu hoje me desarrumo

O fiscal perguntou logo
Insecto, o que estás roendo?
A lagarta perguntou-lhe
Fiscal, o que andas fazendo?
—Aperriando o comercio
Tomando tudo e comendo.

Disse o fiscal: para o imposto
O governo me nomeia
A lagarta respondeu-lhe
Você precisa é cadeia,
Para perder o costume
De andar roubando de meia.

Disse o fiscal: o governo
Não puderá se manter,
Sem procurar o imposto
De quem comprar e vender,
Artista e agricultor
Pagam por justo dever.

Qual a importância dos desenhos e versos simples nos cordéis?

A importância dos desenhos nos cordéis está em tornar as histórias mais fáceis de entender e atrativas.

Eles ajudam a manter viva a tradição popular e a passar valores de geração em geração. Os versos simples também facilitam a leitura e o entendimento do público.

Pode perceber, poemas de cordéis são deliciosos de ler e não possuem dificuldade, é para todos os públicos.

O romance do pavão misterioso – José Camelo de Melo Resende

Eu vou contar uma história
De um pavão misterioso
Que levantou vôo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso.

Residia na Turquia
Um viúvo capitalista
Pai de dois filhos solteiros
O mais velho João Batista
Então o filho mais novo
Se chamava Evangelista.

O velho turco era dono
Duma fábrica de tecidos
Com largas propriedades
Dinheiro e bens possuídos
Deu de herança a seus filhos
Porque eram bem unidos 

Lampião. Herói de meia tigela – Manoel Monteiro

Todo cordel produzido
Com, ou sem inspiração,
Mostrando a VIDA e os CRIMES
Do facínora LAMPIÃO,
Não soube, ou fez-se esquecido,
Que só aplaude bandido
Quem só admira ladrão.
Tem centenas de folhetos
Pobre a vida dessa escória,
Mas, se uns não dizem nada,
Outros lhes cobre de glória;
Sem pesquisa, se diluem
E em nada contribuem
Com subsídio pra a história

Poemas de Cordéis

A morte – O sol do terrível (Ariano Suassuna)

Mas eu enfrentarei o Sol divino,
o Olhar sagrado em que a Pantera arde.
Saberei porque a teia do Destino
não houve quem cortasse ou desatasse.

Não serei orgulhoso nem covarde,
que o sangue se rebela ao som do Sino.
Verei o Jaguapardo e a luz da Tarde,
Pedra do Sonho e cetro do Divino.

Ela virá – Mulher – aflando as asas,
com o mosto da Romã, o sono, a Casa,
e há de sagrar-me a vista o Gavião.

Mas sei, também, que só assim verei
a coroa da Chama e Deus, meu Rei,
assentado em seu trono do Sertão.

As Proezas de João Grilo – João Martins de Athayde

João Grilo foi um cristão
que nasceu antes do dia
criou-se sem formosura
mas tinha sabedoria
e morreu depois da hora
pelas artes que fazia.

O Poder Das Plantas Na Cura das Doenças – Manoel Monteiro

Desde os tempos medievos
Nossos sábios ancestrais
Quando surgia um problema
De doenças corporais
Seu médico e sua farmácia
Estavam na eficácia
Das plantas medicinais.

A casca de certas árvores,
A folhagem, as sementes
Trituradas, feito chá
Ou compondo emplastros quentes,
Quando uma doença aperta
Sendo na medida certa
Tem salvo muitos doentes

Pra misturar uma planta
Com outra planta, depende
Da pessoa conhecer
Donde uma e outra descende,
Isso aí requer cultura
Porque senão a mistura
Em vez de curar ofende.

Quando um índio era atingido
Pela flecha duma besta
Ou a borduna acertava
O meio da sua testa
Pra curar o ferimento
Ia “ver” medicamento
Na farmácia da floresta.

“Todos” os medicamentos
Que o homem fabrica agora
Com nomes complicadíssimos
Bela embalagem por fora
E preços proibitivos
Têm seus princípios ativos
Nos atributos da flora.

Poema de Cordel

Coco Verde e Melancia – José Camelo

Já demonstrei nesta história
O amor o quanto é:
Só o amante sem fé
Esmorece sem vitória!
Conservem pois na memória
A opinião de Armando:
Mostrou seu amor lutando
E conseguiu triunfar
Luto só fez assombrar
O namorado nefando!

Brasi Caboco – Zé da Luz

O qui é Brasí Caboco?
É um Brasi diferente
do Brasí das capitá.
É um Brasi brasilêro,
sem mistura de instrangero,
um Brasi nacioná!

É o Brasi qui não veste
liforme de gazimira,
camisa de peito duro,
com butuadura de ouro…
Brasi caboco só veste,
camisa grossa de lista,
carça de brim da “polista”
gibão e chapéu de coro!

Quais são os principais temas abordados nos cordéis?

Os principais temas abordados nos cordéis incluem histórias de amor, lendas populares, feitos de heróis, críticas sociais, e eventos históricos.

Além disso, temas religiosos e aventuras fantásticas também são comuns, refletindo a cultura e os valores da comunidade onde são produzidos.

Cordéis frequentemente misturam humor, tragédia, e moralidade em suas narrativas. São divertidos e curiosos por sua própria natureza.

Sou Cabra da Peste – Patativa do Assaré

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.

Poemas para paquerar: os mais lindos para mandar e conquistar 👩‍❤️‍💋‍👨

A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho – Firmino Teixeira do Amaral

Apreciem, meus leitores,
Uma forte discussão,
Que tive com Zé Pretinho,
Um cantador do sertão,
O qual, no tanger do verso,
Vencia qualquer questão.
Um dia, determinei
A sair do Quixadá
Uma das belas cidades
Do estado do Ceará.
Fui até o Piauí,
Ver os cantores de lá.
Me hospedei na Pimenteira
Depois em Alagoinha;
Cantei no Campo Maior,
No Angico e na Baixinha.
De lá eu tive um convite
Para cantar na Varzinha.

Poemas de Cordel

O que mais dói – Patativa do Assaré

O que mais dói não é sofrer saudade
Do amor querido que se encontra ausente
Nem a lembrança que o coração sente
Dos belos sonhos da primeira idade.
Não é também a dura crueldade
Do falso amigo, quando engana a gente,
Nem os martírios de uma dor latente,
Quando a moléstia o nosso corpo invade.
O que mais dói e o peito nos oprime,
E nos revolta mais que o próprio crime,
Não é perder da posição um grau.
É ver os votos de um país inteiro,
Desde o praciano ao camponês roceiro,
Pra eleger um presidente mau.

O Mal e o Sofrimento – Leandro Gomes de Barros

Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?

Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?

Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?

33 Poemas de Carlos Drummond de Andrade. Apenas os MELHORES!

Nildo Cordel

Não tenho medo que falte leite e pão
Não vou ceder a pressão dos generais
Ninguém morre por divida de cartão
Nem por redução de lucros bestiais
Antes um país falido e endividado
Mas eu poder acordar bem animado
Pra receber um abraço dos meus pais.

Quando o dedo que coça o nariz
é o mesmo que aponta o “errado”
Se poder corte logo esse infeliz
Para não ser noutro canto enfiado.

Senhor dos Anéis – Gonçalo Ferreira da Silva 

Vistos de perto os anéis
parecem um bloco somente,
apreciados de perto,
um do outro diferente
cada um seguindo órbita
totalmente independente.

Com duzentos e cinqüenta
mil quilômetros ou mais
de diâmetro, os anéis
seguem órbitas desiguais
um quilômetro de espessura
têm os anéis principais.

A matéria do que são
os anéis constituídos
pode ser gelo de água,
fragmentos revestidos
de elementos até
agora desconhecidos.

Antes da nave cassini
a voyager confirmou
a descontinuidade
dos anéis e transformou
em mistério que a ciência
ainda não desvendou.

Brazilian Amazônia – Raimundo Santa Helena

Depois da “festa” quem é
Que vai se lembrar de junho?
Defender a Natureza
Pra mim não será rascunho
E sim a arte final
A nível universal
Quem falhar eu testemunho…

Saudade de Quando Eu Era Menino – Amanda Ferraz

Saudade da infância bela,
De brincar ao sol, sem fim,
Correr livre pelos campos,
Sem pensar no que há por vir.

Subia em árvore frondosa,
O vento a soprar sereno,
Na simplicidade da vida,
Meu coração, tão pequeno.

Hoje lembro com carinho,
Daquele tempo sem dor,
Onde o mundo era só riso,
E o futuro, um sonhador.

poemas-de-cordel

Até Quando Não Tenho Rosas – Amanda Ferraz

Até quando não tenho rosas,
Eu cultivo no coração,
Um jardim de sonhos vivos,
Cheios de cor e emoção.

A vida pode ser dura,
Com espinhos pelo chão,
Mas até quando não tenho rosas,
Eu floresço na imensidão.

Pois a beleza da vida,
Não se prende a flor no chão,
Está na força da alma,
Que faz brotar a paixão.

Quero um querer leve, como café – Amanda Ferraz

Quero um querer tão leve,
Como um café pela manhã,
Que aquece o peito suave,
Sem pesar, sem perder a lã,
Um carinho que flutua,
Entre a mente e a maçã.

Quero um querer sereno,
Que acalma como o mar,
Ondas mansas de desejo,
Que não cessa de bailar,
Um afeto que se encontra,
No simples ato de amar.

Quero um querer constante,
Como o sol a iluminar,
Que desperta cada dia,
Com seu brilho a abraçar,
Um querer que, mesmo leve,
Não se cansa de esperar.

 

Se meu Nordeste falasse mais, seria só sobre amor

Se meu Nordeste falasse,
Contava só sobre o afeto,
Do sertão que mesmo seco,
Guarda no peito o calor,
De um povo que sabe bem,
O valor de dar amor.

Nordeste que veste couro,
E dança em festa junina,
Carrega no coração,
A coragem nordestina,
E em cada gesto simples,
O amor que nunca declina.

É o amor pela terra,
Pelo chão, pelo sertão,
Nordeste que fala alto,
Mas com carinho na mão,
E se falasse ainda mais,
Seria só de paixão.

Amanda Ferraz
Escrito por

Amanda Ferraz

Analista de SEO e editora do Awebic e Receitinhas. Escrevendo desde sempre, formada em jornalismo, fotógrafa por hobby, dando as caras na centraldoleitor.com, apaixonada por gatos, café e Harry Potter; Amandinha é leitora fissurada e estudante ininterrupta antes de qualquer coisa.

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