Esse texto do Fernando Pessoa te fará repensar sobre os valores da vida

Você conhece o escritor Fernando Pessoa? Então você vai se impressionar com o que você vai aprender com um dos seus poemas.

Quem nunca se emocionou lendo os poemas de Fernando Pessoa, não é mesmo? A cada leitura que fazemos, independente do ano, nos maravilhamos e aprendemos mais sobre a vida.

Por isso, iremos mostrar para você o que podemos aprender mais sobre os valores da vida com o texto “Poema em linha reta” de Fernando Pessoa. 

Fernando Pessoa é um dos maiores escritores da literatura em língua portuguesa, ocupando também destaque na literatura mundial.  

Com seus textos de características inigualáveis, ele conferiu novos significados ao fazer poética, valendo-se de recurso da heteronímia, uma das características que fez Fernando Pessoa um artista múltiplo. 

Além disso, ele era vários escritores em um só, e dos transbordamentos do grande porta nasceram outras personalidades que transformaram Fernando Pessoa em um dos maiores escritores do mundo

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O poema de Fernando Pessoa que fala sobre os valores da vida

Confira a seguir um lindo texto do escritor Fernando Pessoa que nos ensina sobre os valores da vida. Um texto enriquecedor que vai nos inspirar a ter uma vida com mais realizações e conquistas

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Viu? O que achou desse lindo poema? Ele nos faz pensar na vida, não é mesmo? Nesse texto de Fernando Pessoa, é nítido o objetivo do autor em nos reconhecermos falhos, e por muitas vezes, sem valor. 

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Mas cuidado! Se reconhecer sem valor, uma pessoa vil, tem suas desvantagens sim, mas o texto nos mostra que são as pequenas falhas que cometemos, que nos faz sentir um pouco sem valor. 

Veja esse trecho do poema:

“E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;”

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Por que é tão difícil para uma pessoa normal reconhecer os erros e falhas? Errar faz parte da natureza do ser humano, o importante nesses casos é como nos posicionamos diante dos erros cometidos. 

Fernando Pessoa nos ensina uma lição de vida, a importância de nos sentirmos falhos, incapacitados, só assim poderemos olhar para onde estamos errando para consertar. 

Ficar tentando esconder as falhas, culpar outras pessoas ou esquivar-se das responsabilidades, isso não é bom. Agir dessa forma traz consequências ruins, pois nós não iremos aprender com os erros cometidos, consequentemente não sentindo culpa e frustração. 

Podemos até enganar algumas pessoas, mostrando para elas que somos perfeitos, mas nunca podemos nos enganar dessa forma. Não reconhecer as falhas impede a pessoa de crescer e amadurecer

Por isso, reconhecer uma falha é muito importante para se tornar uma pessoa forte, assim, fazendo a diferença para as pessoas ao redor. 

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“Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.”

Um dos valores da vida que Fernando Pessoa nos ensina em seu texto é que reconhecer nossas falhas com humildade, com vontade de aprender, nos faz um ser humano melhor

Porém, se às vezes escondemos as falhas, como aprenderemos com isso? Simples. Reconhecer uma falha e voltar atrás é um sinal de coragem, além de nos proporcionar paz de espírito e tranquilidade de estarmos evoluindo para uma coisa melhor. 

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Por isso, comece hoje a aceitar os seus erros e enfrentar as consequências e as críticas externas. Além disso, reconhecer um erro não nos diminui, mas nos engrandece. 

Seja uma pessoa humilde, reconheça as suas falhas e busque meios para superá-las.

O que você achou do poema de Fernando Pessoa? Esperamos que a leitura do texto dele tenha feito você se refletir sobre os valores da vida. 

Esperamos que tenha gostado de saber mais sobre as reflexões nos textos de Fernando Pessoa. Deixe nos comentário o que você achou do poema dele, ficaremos felizes em saber mais.

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.