1 cordel para cada dia da semana nordestina

Confira aqui ótimas opções de cordel para cada dia da semana nordestina. Celebre esses dias de comemorações com muito orgulho e respeito ao povo nordestino.

Com a chegada da Semana da Cultura Nordestina, selecionamos ótimos cordéis para você ler durante os dias e se divertir com os dias de comemoração.

A data foi escolhida para homenagear o músico brasileiro Luiz Gonzaga e o Rei do Baião, espalhando para todos os quatro cantos do Brasil os costumes e valores do Nordeste.

Com suas histórias rimadas e cativantes, os cordéis revelam a identidade e a cultura dessa região de forma única. 

Foi pensando nisso que selecionamos um cordel para cada dia da Semana Nordestina para você celebrar os dias com muito amor no coração.

Cordel para cada dia da semana nordestina

Confira a seguir ótimos cordéis para você celebrar essa semana importante para a cultura nordestina e fazer uma linda homenagem para essa parte do Brasil.

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1 cordel para cada dia da semana nordestina. (Imagens: Unsplash)

Segunda-feira – A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho

Apreciem, meus leitores,
Uma forte discussão,
Que tive com Zé Pretinho,
Um cantador do sertão,
O qual, no tanger do verso,
Vencia qualquer questão.
Um dia, determinei
A sair do Quixadá
Uma das belas cidades
Do estado do Ceará.
Fui até o Piauí,
Ver os cantores de lá.
Me hospedei na Pimenteira
Depois em Alagoinha;
Cantei no Campo Maior,
No Angico e na Baixinha.
De lá eu tive um convite
Para cantar na Varzinha.

Terça-feira – Cartilha do povo

Contestação não é crime
Onde há democracia
Só ao cidadão pertence
A sua soberania
No poder coercitivo
Jesus foi subversivo
Na versão da tirania.

Eu sou dono do meu passe
Faço arte sem patrão
Só quem tem capacidade
Deve ser oposição
Porque lutar pelos fracos
É tatear nos buracos
Na densa escuridão.

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Quarta-feira – O romance do pavão misterioso

Eu vou contar uma história
De um pavão misterioso
Que levantou vôo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso.

Residia na Turquia
Um viúvo capitalista
Pai de dois filhos solteiros
O mais velho João Batista
Então o filho mais novo
Se chamava Evangelista.

O velho turco era dono
Duma fábrica de tecidos
Com largas propriedades
Dinheiro e bens possuídos
Deu de herança a seus filhos
Porque eram bem unidos (…)

Quinta-feira – A greve dos bichos

Muito antes do Dilúvio
era o mundo diferente,
os bichos todos falavam
melhor do que muita gente
e passavam boa vida,
trabalhando honestamente.

O diretor dos Correios
era o doutor Jaboty;
o fiscal do litoral
era o matreiro Siry,
que tinha como ajudante
o malandro Quaty.

O rato foi nomeado
para chefe aduaneiro,
fazendo muita “moamba”
ganhando muito dinheiro,
com Camundongo ordenança,
vestido de marinheiro.

O Cachorro era cantor,
gostava de serenata,
andava muito cintado,
de colete e de gravata,
passava a noite na rua
mais o Besouro e a Barata.

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Sexta-feira – Ser nordestino

Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser

Terra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato Aragão
Ariano e Patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser.

Sábado – As Misérias da Época

Se eu soubesse que esse mundo
Estava tão corrompido
Eu tinha feito uma greve
Porém não tinha nascido
Minha mãe não me dizia
A queda da monarquia
Eu nasci, fui enganado
Pra viver neste mundo
Magro, trapilho, corcundo,
Além de tudo selado.

Assim mesmo meu avô
Quando eu pegava a chorar,
Ele dizia não chore
O tempo vai melhorar.
Eu de tolo acreditava
Por inocente esperava
Ainda me sentar num trono
Vovó para me distrair
Dizia tempo há de vir
Que dinheiro não tem dono.

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Domingo – Ai se sesse

Se um dia nós se gostasse
Se um dia nós se queresse
Se nos dois se empareasse
Se juntin nós dois vivesse
Se juntin nós dois morasse
Se juntin nós dois durmisse
Se juntin nós dois morresse
Se pro céu nos assubisse

Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
A porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu com eu insistisse pra que eu me aresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Talvez que nos dois ficasse
Talvez que nos dois caísse
E o céu furado arriasse e as virgem todas fugisse

Você gostou dessa seleção de cordel para cada dia da semana nordestina e celebrar essa data com amor e respeito? Então não perca mais tempo e compartilhe com os seus amigos e familiares esses maravilhosos cordéis.

Claudio Bernardo
Escrito por

Claudio Bernardo

Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.